Assembléia retoma trabalhos com vários projetos para analisar

Na retomada das atividades legislativas, em 15 de fevereiro, os deputados terão várias matérias para analisar, entre ...

07/02/2006 - 01:02
 

Assembléia retoma trabalhos com vários projetos para analisar

Na retomada das atividades legislativas, em 15 de fevereiro, os deputados terão várias matérias para analisar, entre projetos de interesse dos parlamentares, do governo e do Judiciário. Mensagens do governador encaminhando projetos foram protocoladas no fim do ano passado, mas ainda não foram recebidas em Plenário. Entre elas, as que tratam de indicações ao Conselho Estadual de Educação, fixação do efetivo do Corpo de Bombeiros e modificação da estrutura orgânica da Secretaria de Planejamento e do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado (Ipsemg). Também será retomada a discussão de matérias polêmicas como as que fixam o subsídio dos membros do Tribunal de Justiça e do Ministério Público, assim como do projeto que quita a dívida do Tesouro do Estado com o Ipsemg.

Entre as proposições a serem apreciadas estão as seguintes:

* Projeto de Lei (PL) 2.796/05, do procurador-geral de Justiça, que fixa o subsídio mensal do procurador de Justiça em R$ 19.403,75 a partir de 1º/1/05; e em R$ 22.111,25 a partir de 1º/1/06. O substitutivo apresentado pela Comissão de Constituição e Justiça estabelece a diferença de 5% entre o subsídio de cada nível e o do imediatamente inferior, com base no valor determinado para o subsídio do procurador de Justiça. Também esclarece que a fixação do subsídio em parcela única não impede o pagamento de parcelas de caráter indenizatório. O projeto recebeu emendas em Plenário, no encerramento da discussão em 1º turno, e voltou à Comissão de Administração Pública para receber parecer. Somente depois disso estará pronto para ser votado pelo Plenário.

* PL 2.910/05, do Tribunal de Justiça, que dispõe sobre o vencimento-base dos membros do Poder Judiciário. O projeto determina que, até que seja editada a lei que fixará o subsídio da magistratura estadual, por iniciativa do tribunal, o vencimento-base do desembargador será de R$ 7.920,00 a partir de 1º/1/05 e de R$ 9.025,00 a partir de 1º/1/06. Estabelece também que a diferença percentual e constante de 5% no vencimento-base de todas as categorias da carreira da magistratura é adotada como princípio da organização judiciária. O projeto aguarda designação de relator na Comissão de Constituição e Justiça.

* PLC 59/05, do governador, que quita a dívida do Tesouro do Estado para com o Ipsemg. Segundo a Lei Complementar nº 64, de 2002, que instituiu o regime próprio de previdência dos servidores estaduais, os cofres públicos assumiriam o compromisso do pagamento do auxílio-reclusão e das pensões por morte até então existentes, que eram de responsabilidade do Ipsemg, e daquelas que viessem a ser geradas pelos servidores admitidos até 31/12/01. Segundo o texto da lei, esse passivo previdenciário assumido pelo Estado corresponderia a 60% da dívida; e os 40% restantes seriam pagos em até 360 vezes. O projeto de lei complementar estabelece que a dívida do Estado fique totalmente quitada em razão do pagamento desses benefícios assumidos. Para justificar o projeto, o governador menciona o "equacionamento de dívidas pretéritas alcançado na atual gestão, cujos débitos encontram-se quase que totalmente quitados".

O projeto já foi apreciado pelas Comissões de Constituição e Justiça e de Fiscalização Financeira e Orçamentária. Foi aprovado, ainda, em Plenário, requerimento do deputado Edson Rezende para que a matéria seja apreciada também em reunião conjunta das Comissões de Saúde e de Administração Pública. A Comissão de Constituição e Justiça entende que parte da dívida do Estado decorre do não-repasse de contribuições de assistência à saúde e que, portanto, há um saldo remanescente a ser quitado. Por isso, apresentou um substitutivo determinando que a parcela remanescente da dívida será quitada por meio do pagamento, pelo Tesouro, dos precatórios alimentares expedidos até 30 de junho de 2005 em nome do Ipsemg.

Em junho do ano passado, servidores públicos reivindicaram que a Assembléia fizesse gestões junto ao governo estadual para que a redação do PLC 59 fosse alterada. Da dívida original de R$ 1,5 bilhão, 60% foram perdoados, segundo a presidente do Sis-Ipsemg, Andréa Myrra, e o Estado vem pagando os outros 40% por meio de parcelas mensais de R$ 4 milhões. Os servidores temem que o atendimento do Ipsemg piore com a suspensão do pagamento da dívida.

* Mensagem do governador encaminhando projeto que fixa o efetivo do Corpo de Bombeiros Militar, a fim de equipá-lo para melhor atender às atribuições da corporação, entre elas a prevenção e o combate a incêndio e a segurança de pessoas e bens. O Executivo propõe alterar o efetivo dos atuais 4.804 (número que se mantém desde meados de 1999, quando houve o desmembramento da PM) para 7.994. Isso representa um aumento de 66,4% e uma despesa para os cofres públicos de R$ 71 milhões em um exercício. Na mensagem, o Executivo esclarece que a proposição foi elaborada a partir de estudo visando a um crescimento de efetivo gradual para os próximos anos, não representando custo imediato para o Tesouro. Isto porque, acrescenta o Executivo, novos concursos serão realizados apenas após observar as condições orçamentária e financeira do Estado.

O próprio Executivo reconhece que o efetivo ideal ficaria acima de 12 mil bombeiros, levando em conta quantidade de municípios, população e demanda operacional reprimida. Hoje a corporação está presente em apenas 35 municípios e possui um total de 15 frações criadas e ainda não instaladas. A meta é chegar às cidades com população superior a 30 mil habitantes. Enquadram-se nesse perfil cerca de 105 municípios. Segundo a proposição, a ativação dos cargos até o limite de 7.994 só poderá ocorrer depois de cumpridos os requisitos constantes do decreto que definirá o Quadro de Organização e Distribuição, observando-se o crescimento real do efetivo ou as condições logísticas para instalação de unidades. A promoção para os postos decorrentes do acréscimo do efetivo dependerá da aprovação da Câmara de Coordenação Geral, Planejamento, Gestão e Finanças.

O projeto limita ainda em 5% do efetivo previsto o percentual de cargos destinados aos militares do sexo feminino nos quadros de oficiais e de praças. Essa limitação não se estende aos quadros de oficiais de saúde e de administração e de praças especialistas.

* Mensagem do governador encaminhando projeto que modifica a estrutura orgânica da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) e do Ipsemg, cria cargos de provimento em comissão e funções gratificadas na administração direta. Para o atendimento das despesas, o projeto autoriza o Executivo a abrir crédito especial de R$ 1.402.348,36.

A alteração na Seplag limita-se à criação da Superintendência Central de Perícia Médica e Saúde Ocupacional, que centralizará as funções da perícia na administração pública, ressalvadas algumas exceções. Segundo o Executivo, a transferência de responsabilidade dessas atividades do Ipsemg para a Seplag trará mais racionalidade na organização dos processos e na prestação de serviços relacionados. Esclarece ainda que o serviço médico-pericial historicamente vincula-se a órgãos responsáveis pela administração de pessoal. Em Minas a coordenação está com a Subsecretaria de Gestão da Seplag. Ficam criados, ainda, na Superintendência cargos de diretor III e diretor II, além de funções gratificadas.

No Ipsemg, uma das mudanças propostas é a criação da Diretoria de Arrecadação e Finanças, com o objetivo de melhorar a qualidade dos processos e o controle das despesas e receitas pertencentes ao instituto. Para atender às novas unidades, são criados os cargos de diretor, superintendente e chefe de divisão.

Outra mudança diz respeito às funções gratificadas de coordenador regional, que o Executivo pretende adequar ao nível de complexidade das unidades regionais. Parâmetros como número de servidores beneficiários, potencialidade local com disponibilidade de hospitais, clínicas e laboratórios são levados em conta. Desta forma, as funções gratificadas de coordenador regional são desmembradas em I, II e III, com valores entre R$ 875,00 e R$ 1.750,00. Para diminuir o impacto financeiro das alterações, o Executivo propõe a extinção de 10 funções gratificadas de coordenador regional.

O projeto também cria cargos de provimento em comissão do grupo de atividades de tributação, fiscalização e arrecadação (um de diretor I, um de delegado fiscal/1º nível, dois de coordenador de fiscalização, um de assessor II e um de assessor I). Todos eles serão destinados à Secretaria de Estado da Fazenda, especificamente à Delegacia Fiscal/1º nível em Betim, bem como a uma Diretoria de Gestão de Atendimento ao Público a ser criada por meio de decreto. O governo justifica a medida mencionando a concentração estratégica de receita de ICMS naquela cidade.

* Mensagem do governador encaminhando projeto que reajusta o valor da gratificação de horas-vôo devida aos ocupantes dos cargos de 1º oficial de aeronave (de R$ 51 para R$ 66,30); comandante de avião (de R$ 59,50 para R$ 77,35); piloto de helicóptero (de R$ 59,50 para R$ 77,35) e comandante de avião a jato (de R$ 85 para R$ 110,50). Também extingue abono de 40 horas-vôo/mês previsto em lei, incorporando-o à gratificação - que se refere a um mínimo de 60 horas vôo/mês. Segundo o Executivo, o objetivo é adequar a remuneração desses profissionais de formação especializada aos valores praticados pelo mercado. A despesa decorrente da medida não está prevista na lei orçamentária anual. O governo informa que será solicitada abertura de crédito suplementar de R$ 1.131.917,23, com vigência a partir de 1º de fevereiro deste ano.

* Mensagem do governador encaminhando nomes para o Conselho Estadual de Educação. São eles: Oto Néri Borges, Avani Avelar Xavier Lanza, Arminda Rosa Rodrigues da Matta Machado, Ângela Imaculada Loureiro de Freitas Dalben, Francisco César Sá Barreto e Faiçal David Freire Chequer, que vão compor como membros o conselho. O mandato é de quatro anos.

* Mensagem do governador encaminhado projeto que define a quem cabe o exercício da autoridade metrológica de avaliação de conformidade e qualidade de produtos e serviços, bem como suas competências; institui Prêmio por Produtividade em Metrologia Legal e Qualidade Industrial de Produtos aos servidores do Instituto de Pesos e Medidas do Estado de Minas Gerais (Ipem). Os valores, a periodicidade e a forma de cálculo do prêmio serão estabelecidos em regulamento.

A autoridade metrológica é o servidor público designado para o exercício do poder de polícia administrativa. Essa pessoa terá, entre outras competências, as de inspecionar, fiscalizar e interditar cautelarmente empresa, estabelecimento, produto e serviço sujeitos ao controle metrológico; apreender e inutilizar produtos sujeitos ao controle de qualidade industrial; lavrar autos de infração; multar e aplicar penalidades. A designação como autoridade metrológica destina-se exclusivamente aos servidores efetivos das carreiras de auxiliar de atividades operacionais; auxiliar de gestão, metrologia e qualidade; agente fiscal e analista de gestão, metrologia e qualidade.

 

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