Urbel e Setop atendem reivindicações de moradores da Linha Verde

A segunda rodada de discussões sobre as desapropriações da Linha Verde - obra do governo estadual para melhoria do ac...

14/12/2005 - 01:01
 

Urbel e Setop atendem reivindicações de moradores da Linha Verde

A segunda rodada de discussões sobre as desapropriações da Linha Verde - obra do governo estadual para melhoria do acesso ao Aeroporto Tancredo Neves, em Confins -, promovida pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa nesta quarta-feira (14/12/05), mostrou a disposição dos órgãos estaduais e municipais envolvidos de atender grande parte das reivindicações dos moradores. De uma lista de mais de 15 itens, apenas quatro não foram aceitos de imediato, pela Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel) e Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), estando pendentes de consulta a outros órgãos. Além das reuniões, a comissão fez uma visita ao local, região Norte/Nordeste da Capital.

Entre as reivindicações que precisam do aval de outros órgãos, como o Conselho Municipal de Habitação e Procuradoria da Prefeitura, estão o aumento da área construída dos apartamentos para reassentamento, de 55 para 70 metros quadrados; aumento do valor da bolsa aluguel paga aos moradores, enquanto não se concretiza a mudança de moradia, de R$ 200,00 para R$ 400,00; obrigatoriedade da Urbel de encontrar outro imóvel para as famílias que não o conseguirem, dentro do teto estipulado de indenização de R$ 17 mil e aumento deste piso para R$ 34 mil. O representante da Urbel, Cláudio Leite, afirmou que a bolsa aluguel está definida em lei, a metragem das novas residências é um padrão da Prefeitura, e que o aumento do valor do piso dos imóveis também está dentro do padrão definido por legislação federal para empréstimos, pela Caixa Econômica Federal, como moradia popular.

Reclamações são sobre o valor da indenização

A obra, estimada em R$ 220 milhões, vai atingir 957 famílias já cadastradas pela Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte, que moram nas Vilas Regina, São Miguel e Matadouro, na interseção do Anel Rodoviário com avenida Cristiano Machado. A Linha Verde é um conjunto de obras com 35 quilômetros de extensão, que atenderá a 60 bairros da capital e mais dez municípios da Região Metropolitana.

Na primeira reunião ficou evidente que os moradores não tinham uma posição única em relação à desapropriação. Uns querem os apartamentos que a Prefeitura pretende construir, outros preferem moradias em outros bairros e outros ainda até mesmo fora de Belo Horizonte. O projeto de reassentamento prevê as três possibilidades, com a mudança para o conjunto de 300 apartamentos de dois e três quartos e as duas outras alternativas. Em qualquer situação, os moradores não têm acesso ao dinheiro e todas as transações sãos feitas pela Urbel, que recebe os recursos da Setop.

As reivindicações apresentadas pelos moradores, por meio de seu representante Padre Pier Luigi Bernareggi, da paróquia Todos os Santos, incluem: ampliar o número de unidades, definir quantos locais serão destinados a comércio; todos os apartamentos com três quartos; administração do condomínio pela Asmare (Associação dos Catadores de Papel); construção de um centro social e quadra de esportes; registro dos imóveis em nome da mulher; cláusula de contrato para eliminar a tomada de apartamentos pelo crime organizado; custeio da documentação das moradias pela Prefeitura, todas aceitas pela Urbel e Setop.

Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Durval Ângelo (PT), a comissão criada para agilizar as negociações entre moradores e órgãos públicos, conseguiu muitos avanços desde a primeira reunião. Ele citou o compromisso de construção do conjunto habitacional na mesma área a sofrer as desapropriações; a possibilidade da compra do imóvel no interior; e nova avaliação da indenização, pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), caso o morador não concorde com o preço da Urbel.

Requerimentos: Foram aprovados quatro requerimentos assinados pelos deputado Durval Ângelo, Roberto Ramos (PSDB) e Paulo Cesar (PDT), a respeito do caso da morte do ex-prefeito de Papagaios, Joaquim Teodoro da Silva. Ao delegado de polícia da cidade, para que encaminhe à Promotoria de Justiça, o relatório do telefone celular do ex-prefeito; para que tome providências para interrogar pessoas vistas junto com o ex-prefeito na cena do crime; para que encaminhe todas as fotos, originais e negativos que constam do mesmo inquérito, para serem analisadas em laboratório de medicina forense. E ao promotor de Pitangui, da área criminal, que seja realizada a exumação do corpo do ex-prefeito. Outro também da comissão que pede a agilidade na liberação das notas taquigráficas da reunião desta quarta-feira (14), para serem encaminhadas aos órgãos envolvidos na construção da Linha Verde. E um último requerimento, do deputado Roberto Ramos, que solicita que a Delegacia do Ministério do Trabalho faça visita a Papagaios, para verificar denúncia de trabalho escravo nas minas de ardósia

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; Roberto Ramos (PSDB), vice; e Paulo César (PDT). O secretário-adjunto da Setop, Fernando Janotti, e representantes de associações comunitárias das vilas atingidas.

 

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