Conferência dos Direitos do Deficiente discute 209 propostas

A plenária final da I Conferência Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, realizada nesta terça-feira (13/12...

13/12/2005 - 01:03
 

Conferência dos Direitos do Deficiente discute 209 propostas

A plenária final da I Conferência Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, realizada nesta terça-feira (13/12/05), deliberou sobre 209 propostas, que versam sobre as diversas maneiras de assegurar acessibilidade aos deficientes em todos os aspectos da vida em sociedade, sejam eles educativos, arquitetônicos, tecnológicos, políticos etc. A plenária foi coordenada pelo deputado João Leite (PSDB). O painel "Discussão sobre o Estatuto da Pessoa com Deficiência", realizado na parte da manhã, foi coordenado pelo deputado Durval Ângelo (PT), com as presenças do deputado federal Leonardo Matos e do procurador do Ministério Público do Pará, Valdir Macieira, como debatedores.

Dois grandes eixos emergiram do encontro: a adoção de políticas públicas de acessibilidade que dêem autonomia ao deficiente, exigindo o cumprimento da legislação que assegura esses direitos, e as iniciativas de conscientização da comunidade e educação inclusiva, que permita o acesso dos deficientes às escolas comuns, sem enfrentar o preconceito das pessoas comuns. O encontro foi realizado pela Assembléia Legislativa em parceria com o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência e mais 19 entidades.

Flávio Oliveira, presidente da conferência, assinalou duas novidades que não haviam surgido antes nesse tipo de evento: o enfoque na questão de gênero, com os aspectos específicos da mulher deficiente e da mãe de deficientes; e o estabelecimento de paralelos entre a as reivindicações de cidadania do deficiente e os oito objetivos do milênio adotados pelas Nações Unidas.

O deputado João Leite considerou a conferência "um momento histórico de mobilização, para troca de experiências, de conselhos, associações e entidades que se reuniam antes em eventos específicos de sua deficiência". Leite assinalou que "o Brasil procura com atraso mostrar sensibilidade para a causa dos deficientes, talvez porque não tenha enfrentado guerras que deixam grande número de mutilados".

A eleição dos 70 delegados que vão representar o Estado em Brasília, na Conferência Nacional, demorou mais que o previsto. Por essa razão, o deputado João Leite colocou em votação apenas os destaques por supressão de propostas, deixando as emendas de redação para uma etapa posterior. Uma única participante, Tânia Lopes, havia apresentado quase cem destaques, e a discussão de cada um deles, segundo o deputado, prolongaria indefinidamente a conferência. Tânia negociou a retirada dos seus destaques em troca de participação na equipe que vai fundir e uniformizar a redação das propostas semelhantes que serão levadas a Brasília.

Das 209 propostas, 133 foram discutidas no Eixo Temático 1, que tratou das condições gerais de implantação da acessibilidade. As propostas foram lidas por Márcio Ferreira, que coordenou esse grupo. O Eixo Temático 2, contendo 42 propostas de implementação da acessibilidade arquitetônica, urbanística e de transporte, foi coordenado por Kátia Ferraz. O eixo restante tratou da acessibilidade à informação, à comunicação e às ajudas técnicas. Foram deliberadas 34 propostas, sob a coordenação de Maria do Carmo Menicucci. No total, 18 propostas foram suprimidas, oito novas foram apresentadas e aprovadas, e cinco novas moções foram acrescentadas às três já existentes no documento básico. As oito foram aprovadas.

No momento da aprovação ou rejeição das propostas, a própria dinâmica adotada nos eventos da Assembléia de levantar o crachá foi questionada por alguns participantes que não têm os braços ou que não conseguem sustentá-los erguidos por longo tempo. O voto dessas pessoas foi computado com atenção especial dos escrutinadores. Por outro lado, também os intérpretes da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), que faziam tradução para uma dezena de surdos, também pediram que a leitura fosse feita mais devagar, para que esses deficientes pudessem acompanhar.

 

 

 

 

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