Grupo de trabalho na ALMG quer resolver conflito na Serra da Canastra

Nesta segunda-feira (12/12/05), reuniu-se pela primeira vez, o grupo criado na Assembléia Legislativa com o objetivo ...

12/12/2005 - 01:00
 

Grupo de trabalho na ALMG quer resolver conflito na Serra da Canastra

Nesta segunda-feira (12/12/05), reuniu-se pela primeira vez, o grupo criado na Assembléia Legislativa com o objetivo de buscar soluções para o conflito no Parque Nacional da Serra da Canastra, no Sul de Minas. Fazem parte da equipe: o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembléia, deputado Laudelino Augusto (PT); o delegado Regional do Trabalho em Minas, Carlos Calazans; o procurador da república, Carlos Henrique Dumont, além de representantes do Ibama, Feam e Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

O grupo de trabalho foi formado a partir de sugestão de Calazans, na reunião da comissão no último dia 1º, quando foram discutidos conflitos trabalhistas e ambientais na área do parque. O maior objetivo do grupo é conseguir que o Ministério Público do Trabalho proponha um Termo de Ajustamento de conduta (TAC), a ser pactuado pelos envolvidos. Esse TAC deve permitir a continuidade da atividade econômica em área pertencente ao parque, evitando o desemprego de milhares de trabalhadores.

TAC - Na reunião, os representantes dos órgãos presentes discutiram pontos do documento e propuseram o novo TAC que deverá ser assinado pelas mineradoras que atuam na área do parque. Há três semanas, uma ação da Polícia Ambiental, assinada pelo procurador Carlos Dumont, embargou os trabalhos de extração de quartzito no local. Mesmo as mineradoras que conseguiram licença expedidas pela FEAM ou Ibama tiveram que paralisar os trabalhos de extração do mineral.

A decisão do procurador foi tomada com base numa portaria baixada este ano, prevendo que 130 mil hectares, originalmente na área do parque e hoje ocupados por fazendeiros e mineradoras, retornariam a área do parque. Quando foi criado o Parque Nacional da Serra da Canastra, ele tinha 200 mil hectares. Em 1972, através de decreto, a área foi reduzida para 70 mil hectares, deixando que os outros 130 mil fossem ocupados.

Mineradoras estariam agindo na clandestinidade

Segundo Carlos Calazans, o embargo dos trabalhos se deveu também ao fato de que as empresas instaladas na região estariam agido na clandestinidade. "Autuamos várias empresas que usam a mão-de-obra barata, não pagam nem um salário mínimo aos trabalhadores e nem assinam a suas carteiras. Os trabalhadores vivem em condições subumanas e a degradação continua assolando a região", afirmou.

Calazans destacou ainda que, na cidade de São Tomé das Letras, três mineradoras foram autuadas em flagrante no primeiro semestre. "Ao todo, foram lavradas mais de 200 ocorrências por deficiência no sistema sanitário e falta de equipamentos de trabalho". Já o procurador do Trabalho do Ministério Público, Hélder Santos Amorim, alertou para o risco da Silicose em Alvinópolis. "Vários trabalhadores contraíram essa doença, que não tem cura. Todos eles estão expostos de forma criminosa", disse, com base na pesquisa realizada pelo DRT-MG.

Calamidade - O prefeito de Alvinópolis, Edson Luiz Rezende Reis, confirmou que vai decretar estado de calamidade pública por ver pessoas passando fome na cidade. "A nossa situação está insustentável. Precisamos que as empresas voltem a atuar o mais rápido possível. Quase três mil pessoas dependem da extração do quartzito", conta. Mas o procurador Carlos Dumont entende que as atividades só poderão voltar ao normal depois que a TAC atender as especificações corretas da Delegacia Regional do Trabalho.

 

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