Comissão debate investimento em pesquisa
agropecuária
A Comissão de Política Agropecuária e
Agroindustrial da Assembléia Legislativa debateu, nesta quarta-feira
(7/12/05), os recursos investidos para o desenvolvimento de pesquisa
agropecuária no Estado. Representantes da Empresa de Pesquisa
Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de Minas Gerais (Fapemig) e da Secretaria de Estado de
Ciência e Tecnologia participaram das discussões. A reunião foi
solicitada a requerimento dos deputados Padre João (PT), Doutor
Viana (PFL) e Dalmo Ribeiro Silva (PSDB).
De acordo com o presidente da Epamig, Baldonedo
Arthur Napoleão, a pesquisa no Estado é da maior importância para o
desenvolvimento da agricultura e pecuária. Ele comparou os
investimentos e números de projetos em negociação e em andamento nos
últimos três anos. De acordo com ele, em 2002 foram investidos cerca
de R$ 8 milhões para o desenvolvimento de 96 projetos. Já em 2005,
os números aumentaram, passando a R$ 22 milhões de investimentos e
para 300 projetos. Baldonedo explicou que o governo federal repassa
55% dos recursos aplicados em pesquisas no Estado, através do
Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), da Financiadora de Estudos e
Projetos (Finep), e dos ministérios da Agricultura, de Ciência e
Tecnologia e de Desenvolvimento Agrário. A Fapemig destina 34% dos
investimentos e o restante são recursos na iniciativa privada.
Estado deve patentear suas pesquisas
O presidente da Fapemig, José Geraldo de Freitas
Drumond, destacou que um dos principais objetivos da empresa são os
investimentos específicos para a pesquisa, como o apoio ao
desenvolvimento científico e tecnológico para a formação de
pesquisadores em biotecnologia, informática e minerais. São mais de
2 mil bolsas para pesquisa, o que significa 12% dos recursos. A
fixação do pesquisador no Estado também é outro objetivo da Epamig,
que conta com 10% dos profissionais de todo o Brasil. Na sua
opinião, todas as pesquisas financiadas pelo Estado deveriam ser
patenteadas, pois "o número de patentes é o que diferencia um país
desenvolvido de um não desenvolvido". Ele citou que em Minas Gerais
já existem 45 projetos patenteados.
De acordo com o pesquisador e chefe de
Administração da Embrapa na Área de Sócio-Economia de Sete Lagoas,
Jason de Oliveira, Minas Gerais possui dois centros nacionais de
pesquisa, um de gado de leite, em Juiz de Fora, e outro de milho e
sorgo, em Sete Lagoas. Possui também um centro de pesquisa do café
em Varginha. Ele destacou que 97 técnicos de nível superior
desenvolvem o trabalho com o milho, sendo 67 pesquisadores, 57
profissionais com doutorado e dez com mestrado. Jason de Oliveira
citou que o governo federal destina R$ 4 milhões de recursos para a
Embrapa, que conta também com R$ 1 milhão de investimentos
internacionais.
O assessor técnico da Coordenação do Programa Rede
Estadual de Ciência e Tecnologia para Inovação Agroindustrial,
Fúlvio Rodrigues Simão, representando o secretário de Ciência e
Tecnologia, Bilac Pinto, destacou o trabalho da entidade. Segundo
ele, o programa visa apoiar o desenvolvimento científico ao
agronegócio para o cultivo do café, leite, fruticultura,
piscicultura, algodão, cachaça de alambique e olericultura. A
secretaria tem atualmente 50 projetos aprovados e 35 em andamento.
Para o deputado Padre João (PT), presidente da
comissão, as parcerias são fundamentais para o desenvolvimento da
pesquisa em Minas Gerais. O deputado Laudelino Augusto (PT) lembrou
que o Estado tem um grande potencial para o plantio de frutas e que
o investimento na pesquisa poderia evitar a importação de 70% do
produto, como acontece atualmente. Para o deputado Paulo Piau (PPS),
o investimento em ciência, tecnologia e educação é essencial para o
desenvolvimento. Já o deputado Marlos Fernandes (PPS) lembrou que a
comissão de Política Agropecuária vem tratando de assuntos como o
café, queijo artesanal, soja, piscicultura e febre aftosa, "fechando
o ano com um assunto que é primordial para o desenvolvimento: a
pesquisa, que tem o objetivo de integrar o pequeno e médio produtor
ao mercado".
Presenças - Deputados
Padre João (PT), presidente; Marlos Fernandes (PPS),
vice-presidente; Doutor Viana (PFL); e Paulo Piau (PPS)., e
Laudelino Augusto (PT).
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