Diretores de escola reivindicam volta de aposentadoria especial

Diretores de escolas da rede estadual reclamaram, durante reunião da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Info...

01/12/2005 - 01:00
 

Diretores de escola reivindicam volta de aposentadoria especial

Diretores de escolas da rede estadual reclamaram, durante reunião da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática da Assembléia Legislativa nesta quinta-feira (1o/12/05), da perda de direitos funcionais como aposentadoria especial e apostilamento. Eles reivindicam a revisão da legislação estadual que impõe aos detentores de dois cargos efetivos que forem eleitos diretores de escola o pagamento da contribuição previdenciária patronal sobre o segundo cargo. A reunião foi solicitada pelo deputado Doutor Viana (PFL), presidente da comissão.

Pela legislação federal, os diretores de escola não são considerados profissionais do magistério, razão pela qual eles não têm direito à aposentadoria especial de professor (aos 25 anos de contribuição para as mulheres e 30 anos para os homens). Assim como as demais categorias profissionais, os professores que assumem a direção de escolas estaduais só podem se aposentar com 30 anos de contribuição, no caso das mulheres ou 35 anos (homens).

Essa não é a única reclamação da categoria. A legislação mineira obriga os ocupantes de dois cargos efetivos na rede estadual que forem eleitos diretores de escola a arcarem com a contribuição previdenciária sobre o segundo cargo (além dos 11% já descontados do pagamento como contribuição do próprio servidor). "Isso não é justo. O diretor não está afastado do cargo de professor para tratar de assunto particular, está prestando um serviço ao Estado", reclamou a conselheira da Associação dos Diretores de Escola do Estado, Maria Natalícia Carvalhaes.

Outra reclamação geral é quanto ao fim do apostilamento, gratificação que os diretores incorporavam ao salário mesmo após deixarem o cargo. "O apostilamento é a justiça que se faz com o diretor, que perde o direito à aposentadoria especial de professor", justifica Maria Natalícia. Os professores também manifestaram sua insatisfação com o reajuste resultante das tabelas salariais aprovadas para a categoria. Eles esperavam aumento de até 10%, mas alguns viram seus contracheques encolherem centavos.

Os secretários de Estado de Educação, Vanessa Guimarães Pinto, e de Planejamento e Gestão, Antônio Augusto Anastasia, não compareceram à reunião. O superintendente central de Recursos Humanos da Seplag, Antônio Noronha, se limitou a dizer que a volta da aposentadoria especial para os diretores depende de mudanças na legislação federal. "Se a lei for alterada, essa pretensão, que eu considero justa, poderá ser atendida", disse.

Deputados apóiam reivindicações

O deputado Doutor Viana informou que o governo do Estado está sensível às reivindicações dos diretores. Para acabar com o recolhimento da contribuição previdenciária patronal pelo próprio diretor, ele apresentou o Projeto de Lei Complementar (PLC) 76/05, que aguarda parecer da Comissão de Constituição e Justiça. Ele pretende levar a reivindicação dos diretores à Câmara dos Deputados, para que os diretores recuperem o direito à aposentadoria especial.

Todos os demais deputados presentes manifestaram apoio às reivindicações dos diretores. O deputado Leonídio Bouças (PSC) propôs a abertura de novas negociações com o Executivo em busca da valorização dos profissionais do magistério. Os deputados Dilzon Melo (PTB) e Ivair Nogueira (PMDB) reconhecem que os salários da categoria são baixos, mas lembraram que a aprovação das tabelas salariais foi um avanço.

A deputada Elisa Costa (PT) se dispôs a intermediar um encontro entre representantes dos servidores e o ministro da Educação, Fernando Haddad. E o deputado Márcio Kangussu (PPS), juntamente com a deputada Lúcia Pacífico (PSDB), teve aprovado um requerimento pedindo tramitação em regime de urgência para o PLC 76/05.

Presenças - Deputados Doutor Viana (PFL), presidente; Leonídio Bouças (PSC), Lúcia Pacífico (PSDB), Ivair Nogueira (PMDB), Elisa Costa (PT), Dilzon Melo (PTB) e Márcio Kangussu (PPS). Também participaram da reunião: a presidente do Colegiado de Diretores de Minas Gerais, Mírian Guimarães; a presidente da APPMG, Joana Darc Gontijo; e a diretora da Escola Estadual Padre Camargos, Creusa Rosária Fernandes.

 

 

 

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