Cooperativas de saúde expõem seus problemas em Comissão Especial

O maior problema que hoje aflige as cooperativas do setor saúde é a definição legal do ato cooperativo, que não pode ...

29/11/2005 - 01:01
 

Cooperativas de saúde expõem seus problemas em Comissão Especial

O maior problema que hoje aflige as cooperativas do setor saúde é a definição legal do ato cooperativo, que não pode ser taxado como relação de consumo. Esta foi a convicção a que chegou o presidente da Comissão Especial do Cooperativismo da Assembléia Legislativa, deputado Paulo Piau (PPS), após três horas de reunião com representantes de cooperativas médicas e odontológicas na tarde desta terça-feira (29/11/05). Ronaldo Scucato, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg), acrescentou que as cooperativas de trabalho correm risco de extinção, devido à "voracidade tributária incrível" sobre os frutos de sua atividade.

Luiz Otávio Andrade, presidente da Federação Nacional das Cooperativas Médicas (Fencom), considera que "é um crime sangrar o ato cooperativo, que foi criado para resolver problemas que as pessoas não conseguiriam resolver individualmente". Andrade também qualificou de "burocracia desnecessária e obtusa" a obrigação imposta recentemente ao médico de fazer recolhimento previdenciário, a não ser que prove ter recolhido em momento anterior.

O presidente da Federação das Unimeds de Minas Gerais, João Batista Caetano, relatou a história da cooperativa pioneira, criada em Santos (SP) em 1967. "Hoje são 386 Unimeds no Brasil, reunindo 98 mil médicos e atendendo 12 milhões de clientes. Em Minas, a Unimed está presente em 645 municípios, reunindo 14.400 médicos e atendendo a 1,8 milhão de clientes", informou. Caetano apresentou uma proposta de modificação do artigo 79 da Lei 5.471, que daria uma definição bem ampla do ato cooperativo, para desonerar a atividade. Denunciou também casos de bitributação em vários municípios, que exigem ISS sobre o total da receita, o que considera absurdo, pois não prestam serviços hospitalares e de laboratório. Pediu uma lei complementar que exclua esses serviços da base de cálculo do ISS.

Unimed BH diz que paga mais que o SUS na capital

Garibalde Mortoza Jr. e Helton Freitas, da Unimed BH, disseram que possuem 550 mil clientes e que são hoje o maior pagador do sistema de saúde na Capital, superando até mesmo o SUS. Já dispõem de hospital próprio e uma pesquisa recente teria revelado índice de 89% de satisfação de seus clientes. Freitas informou que estão trabalhando em várias frentes: na revisão do modelo de atenção à saúde e da forma de remuneração do cooperado, e também estudam a criação de um fundo de pensão para os cooperados.

A cooperativa Uniodonto de serviços dentários copia o melhor da Unimed e procura introduzir melhoramentos, como admite seu representante José Roberto Cançado Bruno. A Uniodonto tem 148 cooperativas no Brasil, sendo 20 em Minas Gerais, e aqui congregam 8 mil dentistas. "A legislação está obrigando pequenas cooperativas a fazer coisas que não tinham condições e algumas estão fechando", queixou-se.

Pequenas cooperativas médicas e odontológicas também se manifestaram na reunião, como a Única Odontologia, representada por Helton de Faria Tavarares, e a Vivamed, que atua como operadora de plano de saúde, representada por Heli de Oliveira Penido e Janete Isaac. O assessor da Secretaria de Saúde, Evaldo Agripino de Matos Jr, quer levar as denúncias ao conhecimento do secretário Marcus Pestana, através de audiência pública na Secretaria.

O deputado Paulo Piau (PPS) encerrou a reunião afirmando que cooperativa não é entidade filantrópica, mas empreendimento que tem que gerar uma sobra para dividir com seus cooperados. Citou alguns exemplos de cooperativas dos motoristas da Fosfértil e dos suinocultores de Mato Grosso, que antes trabalhavam para um patrão, e este embolsava a sobra. "A mágica da cooperativa é a da distribuição de renda. A sobra vai dividida igualmente por todos os sócios", concluiu.

Presenças - Deputados Paulo Piau (PPS), presidente; Doutor Viana (PFL), Sebastião Costa (PPS) e Marlos Fernandes (PPS).

 

 

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