IMA garante cobertura vacinal para evitar surto de aftosa em MG

Minas Gerais conseguiu obter cobertura vacinal suficiente para evitar a contaminação do rebanho bovino por febre afto...

24/11/2005 - 01:00
 

IMA garante cobertura vacinal para evitar surto de aftosa em MG

Minas Gerais conseguiu obter cobertura vacinal suficiente para evitar a contaminação do rebanho bovino por febre aftosa, garantiu o diretor-geral do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Altino Rodrigues Neto, à Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembléia Legislativa, em reunião realizada nesta quinta-feira (24/11/05). "Podemos afirmar que a aftosa só seria provocada aqui por um vírus proveniente de fora do Estado", assegurou, após explicar todas as providências tomadas pelo órgão para evitar a propagação da doença no rebanho mineiro: vacinação em massa e proibição da entrada de animais provenientes do Mato Grosso do Sul (onde foram confirmados três focos da doença) e do Paraná (onde há quatro focos suspeitos).

Para o diretor do IMA, o problema é o esquema deficiente de vigilância nas fronteiras com os países vizinhos, que não têm controle sobre a aftosa. "O Brasil precisa perder o complexo de pobre e começar a cuidar dos rebanhos do Paraguai e da Bolívia. Temos que ter barreiras sanitárias internacionais e estabelecer uma política comum de controle da aftosa com os países vizinhos", alertou. Na avaliação de Altino, o Brasil tem condições, se investir em rígidos esquemas de controle de fronteira, de conquistar áreas livres de aftosa sem vacinação até 2010, o que abriria as portas para os mercados americano e japonês.

Mas o risco de contaminação pelo vírus da febre aftosa sempre existirá, como alertou a professora de microbiologia e doenças de ruminantes da PUC Minas Betim, Isabella Bias Fortes. A doença é altamente contagiosa e o vírus consegue sobreviver no ambiente por até um mês, se encontrar condições favoráveis como frio, ausência de luz e pH adequado. Ele pode ser transmitido por produtos de origem animal, pelo vento e até por seres humanos que entrarem em contato com animais contaminados. "Não estamos livres da aftosa em Minas. O risco de contaminação nunca é zero", alertou.

A febre aftosa não chega a provocar a morte do gado, mas faz com que os animais percam peso rapidamente, pois eles deixam de se alimentar por causa do incômodo provocado pelas lesões na boca, focinho, cascos e tetas. Há sete sorotipos diferentes do vírus causador da doença, dos quais três são encontrados no Brasil. A enfermidade é endêmica em quatro continentes, à exceção das Américas do Norte e Central, Caribe e Oceania. Os custos para erradicação dos focos da doença são altos. Na região isolada do Mato Grosso do Sul, por exemplo, com rebanho estimado em 200 mil cabeças, a doença foi detectada em apenas 444 animais. Mas 30 mil vacas tiveram que ser exterminadas para garantir a erradicação da doença.

Deputados preocupados com controle da doença

Os deputados manifestaram preocupação com o controle sanitário para evitar a contaminação do rebanho bovino mineiro (estimado em 22 milhões de cabeças). O deputado Marlos Fernandes (PPS) criticou a contratação tardia de técnicos para substituírem os fiscais sanitários em greve nos portos e aeroportos. O deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) apoiou a idéia de financiar a vacinação dos rebanhos bolivianos e paraguaios. Já o deputado Domingos Sávio (PSDB) acusou o contingenciamento de recursos federais para os Estados investirem em defesa sanitária. O presidente da comissão, deputado Padre João (PT), por outro lado, cobrou responsabilidade de todos: grandes e pequenos produtores rurais, governos federal, estaduais e municipais. "Sou testemunha de ver pacotes de vacinas boiando em rios por aí", criticou.

Como pedido de providência, a comissão aprovou requerimento de autoria coletiva cobrando dos ministérios da Agricultura e da Fazenda o descontingenciamento de recursos para controle epidemiológico e combate à aftosa no Estado.

Agricultura familiar - A comissão aprovou parecer favorável ao Projeto de Lei (PL) 2.555/05, da deputada Elisa Costa (PT), que garante a emissão de notas fiscais em nome da família do produtor rural. O objetivo é facilitar a comprovação de contribuições previdenciárias dos produtores que exploram a agricultura em regime familiar, uma vez que os pequenos agricultores recolhem 2,3% do valor das notas como contribuição para o INSS. O relator, deputado Padre João, opina pela aprovação do texto em 1o turno na sua forma original.

Presenças - Deputados Padre João (PT), presidente; Marlos Fernandes (PPS), vice; Domingos Sávio (PSDB) e Dalmo Ribeiro Silva (PSDB).

 

 

 

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