Comissão de Participação Popular é motivo de debate no Plenário

Dois pronunciamentos baseados no Artigo 70 do Regimento Interno marcaram a Reunião Ordinária do Plenário desta terça-...

22/11/2005 - 01:00
 

Comissão de Participação Popular é motivo de debate no Plenário

Dois pronunciamentos baseados no Artigo 70 do Regimento Interno marcaram a Reunião Ordinária do Plenário desta terça-feira (22/11/05). O Artigo 70 é utilizado quando o líder de bancada ou bloco parlamentar deseja tratar de assunto relevante ou responder a críticas recebidas. Pode ele próprio ocupar a tribuna, por uma hora, ou delegar essa tarefa a outro deputado do bloco ou bancada. André Quintão (PT), líder do bloco PT/PCdoB, e João Leite (PSDB), designado pelo líder do Bloco Parlamentar Social Progressista (BPSP), Miguel Martini (PHS), discutiram sobre a Comissão de Participação Popular.

Quintão deu continuidade à fala do deputado Padre João (PT), que, durante a fase de oradores, criticou o posicionamento de João Leite em relação à comissão. O deputado do PSDB, em entrevista ao jornal "Estado de Minas" de segunda-feira (21), se queixou do excesso de propostas da Comissão cujo relator era um deputado petista e insinuou que o PT estaria beneficiando entidades ligadas a ele na aprovação das emendas ao Orçamento, colocando, assim, em dúvida a própria credibilidade da Comissão.

André Quintão respondeu que não existe qualquer tipo de vinculação entre seu partido e qualquer entidade. "Todos os pareceres foram feitos obedecendo critérios técnicos e negociações políticas", garantiu, dizendo que essas negociações envolveram, todo o tempo, a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), mais de 580 entidades, a consultoria e a assessoria da ALMG. Ele lembrou que, das 142 cidades beneficiadas por emendas, apenas 24 são administradas pelo PT. Quintão pediu que João Leite refletisse sobre suas críticas. "Ao dizer que há manipulação, Vossa Excelência desautoriza o processo", acrescentou, dizendo que o ex-jogador de futebol João Leite fez um "gol contra".

Em aparte, o deputado Rogério Correia (PT) solidarizou-se com os colegas de partido e destacou a importância da Comissão de Participação Popular para a democratização das decisões envolvendo a execução orçamentária do Estado. Já o deputado Padre João disse que o que se tem que discutir é a postura de algumas secretarias de Estado, nas quais os deputados sequer conseguem agendar uma reunião com o titular da pasta.

João Leite mantém críticas

Após ouvir os argumentos de André Quintão, João Leite disse que mantém todas as críticas formuladas anteriormente. Ele negou o "gol contra" e acusou o PT de ser, na Comissão, "o dono da bola, do apito, do uniforme e quem escala o time". João Leite também rechaçou o que ele chamou de tentativa de jogá-lo contra o corpo técnico da Assembléia, cujo trabalho foi muito elogiado.

O parlamentar também disse que não teme qualquer tipo de ameaça. Ele reforçou sua opinião de que só alguns deputados atuam como relatores na Comissão de Participação Popular, o que acaba dificultando a própria participação. "Por que alguns deputados não querem integrar a Comissão?", questionou.

Em aparte, Miguel Martini afirmou que não encarou as declarações de João Leite como uma crítica, e sim como uma defesa da Comissão e da própria democracia. Já o deputado Zé Maia (PSDB) aproveitou o aparte para cobrar do governo Lula o repasse de recursos do Fundo de Compensação dos Estados e do Fundo Nacional de Segurança Pública e ainda o aumento no repasse do Fundo de Participação dos Municípios.

Requerimentos - A presidência deferiu três requerimentos: dois do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), pedindo que os Projetos de Lei (PLs) 2.448 e 2.647, ambos de 2005, fossem incluídos na Ordem do Dia; e um do deputado Domingos Sávio (PSDB), solicitando o arquivamento do requerimento 5.572.

 

 

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715