Municípios relatam experiências positivas de destinação do lixo

O segundo painel do Seminário Legislativo "Lixo e cidadania: políticas públicas para uma sociedade sustentável", na m...

22/11/2005 - 01:00
 

Municípios relatam experiências positivas de destinação do lixo

O segundo painel do Seminário Legislativo "Lixo e cidadania: políticas públicas para uma sociedade sustentável", na manhã desta terça-feira (22/11/05), na Assembléia Legislativa, abordou o tema "Experiências municipais", com três relatos de experiências bem-sucedidas de destinação e tratamento de lixo. No painel, coordenado pelo deputado Laudelino Augusto (PT), presidente da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais, foram expostos os casos de Betim, de Ipatinga e de um consórcio reunindo os municípios de João Monlevade, Rio Piracicaba, Bela Vista de Minas e Nova Era, na região do Vale do Aço.

Coleta seletiva - Cleide Izabel Pedrosa Melo, secretária de Meio Ambiente de Betim, falou sobre o "Movimento Lixo e Cidadania", que implantou a coleta seletiva de lixo na cidade. O trabalho teve início em março de 2001, com uma parceria entre a prefeitura, a Asmare e a Pastoral de Rua. Juntas, as instituições começaram por fazer a abordagem e cadastramento dos catadores, que eram marginalizados pela população. Em agosto daquele ano, aconteceu o Seminário Municipal Lixo e Cidadania, que contou com a participação de mais de 700 pessoas, foi um marco na inclusão social dos catadores e deu condições para o início efetivo da coleta seletiva de lixo em Betim, em fevereiro de 2003.

De acordo com Cleide Izabel, a "vontade política" do poder público foi o principal fator do sucesso do projeto, e o seminário teve como resultados a integração entre catadores e empresas; a valorização do catador como cidadão e agente ambiental; a produção de legislação municipal inédita no País; e a solidariedade de empresas e comunidade. O modelo de coleta seletiva implantado no município foi o da separação do lixo em dois tipos, o seco e o úmido. Hoje, 70% da cidade tem coleta de lixo reciclável feito porta a porta, e a prefeitura está empenhada em aumentar a adesão da população à coleta seletiva.

Limpeza urbana - A segunda experiência foi o trabalho de limpeza urbana e disposição final dos resíduos sólidos na cidade de Ipatinga, relatada pelo secretário municipal de Serviços Urbanos e Meio Ambiente, Gustavo de Paula Souza. Ele mostrou um vídeo sintetizando as diversas ações que compõem o trabalho de limpeza urbana na cidade, como serviços de capina, pintura de meio-fio, limpeza de valas e galerias a céu aberto, limpeza de bocas-de-lobo, coleta de resíduos domiciliares, de resíduos de poda de gramados e árvores e de resíduos inertes. Segundo Gustavo de Paula, os resíduos domiciliares, coletados três vezes por semana, somam 4,2 mil toneladas por mês; e os resíduos inertes (terra, entulho e capina), 13,2 mil toneladas por mês. Todo o serviço é feito por meio de um contrato de concessão pública.

O secretário falou, também, sobre a destinação dos resíduos, que totalizam 19 mil toneladas mensais, para o aterro sanitário que foi transformado em uma central de resíduos sólidos, com vida útil projetada de 30 anos. O antigo aterro, desativado há dois anos, passou por um processo de revitalização para se transformar em um centro de educação ambiental.

Consórcio - O terceiro relato, feito pela secretária de Planejamento e procuradora do município de João Monlevade, Maria Íris de Oliveira, tratou do consórcio público que reúne os municípios de João Monlevade, Rio Piracicaba, Bela Vista de Minas e Nova Era no gerenciamento integrado dos resíduos sólidos daquelas localidades. Efetivado em 2001 pelos municípios de João Monlevade, Rio Piracicaba e Bela Vista de Minas, o consórcio foi regulamentado em 2005 com a aprovação da Lei Federal 11.107, que trata da formação de consórcios entre entes da federação, e a incorporação também do município de Nova Era.

Para a secretária, o consórcio, primeiro a ser constituído no Estado para a construção de um aterro sanitário, foi a forma encontrada de se resolver o problema da destinação do lixo de modo mais econômico e ambientalmente correto, e é uma boa opção para localidades próximas. Ela alertou que, de acordo com a legislação, a previsão de gastos tem que estar prevista nos orçamentos dos municípios participantes, que devem, ainda, aprovar um protocolo de gestão, leis municipais ratificadoras desse protocolo, estatuto do consórcio, contrato de gestão e contrato de rateio. No caso em questão, optou-se por um contrato em que os municípios estipulam a quantidade de resíduos a serem depositados no aterro, e não por contrato com base na quantidade de resíduos produzidos, o que estimula os consorciados a incentivarem a coleta seletiva. Os municípios, com uma população total de 93 mil habitantes e geração de 43 toneladas de lixo por dia, têm, ainda, projetos para erradicação de seus lixões.

Ao final das exposições, houve debate coordenado pelo deputado João Leite (PSDB), membro efetivo da Comissão de Meio Ambiente.

 

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