Crise ameaça faculdade em Uberaba
O impasse entre estudantes e a diretoria do Centro
de Ensino Superior de Uberaba (Cesube) pode estar perto do fim. As
duas partes devem iniciar uma rodada de negociações para solucionar
o problema da falta de verbas da instituição, o que vem
comprometendo o aprendizado dos alunos. O assunto foi tema de
audiência pública da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e
Informática da Assembléia Legislativa, realizada nesta quinta-feira
(17/11/05) naquela cidade do Triângulo Mineiro. A reunião foi
solicitada pelo deputado uberabense Fahim Sawan (PSDB).
Os alunos e professores do Cesube acusam a redução
dos repasses da Prefeitura para a instituição, que oferece sete
cursos de graduação para pessoas de baixa renda de Uberaba. Cobrando
mensalidades entre R$ 250 e R$ 300, o Cesube precisa de dinheiro do
município para conseguir se manter. Ao todo, estudam na instituição
709 alunos, matriculados em sete cursos: Pedagogia, Ciências
Biológicas, Ciências Sociais, Geografia, Educação Física, Engenharia
Civil e Artes Visuais.
O presidente do Diretório Central dos Estudantes
(DCE), Gabriel Mendes, e o representante dos professores, Evandro
Donizete de Souza, reclamam que o Cesube foi abandonado pela
Prefeitura, que não estaria interessada em resolver a crise
financeira da instituição. Segundo eles, o repasse da Prefeitura
para o centro foi reduzido de R$ 1 milhão para R$ 800 mil neste ano.
Para 2006, estão previstos apenas R$ 775 mil. Como alternativa para
a crise, alunos e professores propõem a criação de novos cursos e a
ampliação das turmas já existentes, de modo a aumentar a arrecadação
com mensalidades.
Para o secretário da Fazenda de Uberaba, Lúcio
Antônio Scalon, a expansão do Cesube não é a solução para as
dificuldades financeiras. Na sua avaliação, a criação de novos
cursos vai exigir a ampliação da estrutura existente, o que
implicaria novos gastos que a instituição não teria como sustentar.
Segundo o secretário, o problema é o alto índice de inadimplência
dos alunos, estimado em 50%. O secretário ainda rebateu as críticas
de redução dos repasses municipais. Ele disse que essa verba varia
de acordo com a arrecadação do município, e os repasses podem
inclusive aumentar, acompanhando a variação das receitas da
Prefeitura. Neste ano, por exemplo, o município liberou R$ 200 mil
extras, dinheiro que foi utilizado na construção de novas salas de
aula.
Deputados querem solução para o impasse
O deputado Fahim Sawan avalia que a oscilação dos
repasses do município é um problema que ainda precisa ser
contornado. Para ele a solução passa pelo cumprimento da legislação
municipal pela Prefeitura. Ele defende a procura de alternativas em
nível estadual para garantir a oferta de cursos superiores a preços
subsidiados para a população de baixa renda de Uberaba. "O Cesube
atende estudantes oriundos da escola pública, que lá têm a única
oportunidade de realizar o sonho de fazer faculdade", avalia.
Já o presidente da comissão, deputado Doutor Viana
(PFL), considera que a saída para a crise depende de ambas as
partes: passa pela redução da inadimplência e também pela garantia
da participação da Prefeitura na sustentação do Cesube. Ao final da
reunião, os integrantes da comissão aprovaram requerimentos de
autoria coletiva fazendo um apelo à Prefeitura e à Câmara Municipal
para que mantenham os repasses de verbas, de modo a garantir a
continuidade das atividades da instituição.
Presenças - Deputados
Doutor Viana (PFL), presidente; Fahim Sawan (PSDB) e Leonídio Bouças
(PSC), além do secretário de Estado de Desenvolvimento Social e
Esportes, Marcos Montes.
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