ALMG discute Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos

A coordenadora do Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos, Aída Monteiro, e o doutor em Direito Constituciona...

11/11/2005 - 01:01
 

ALMG discute Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos

A coordenadora do Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos, Aída Monteiro, e o doutor em Direito Constitucional José Luiz Quadros de Magalhães foram os palestrantes da abertura do Ciclo de Debates "Educação em Direitos Humanos", na noite de quinta-feira (10/11/05), na Assembléia Legislativa. O ciclo, que termina nesta sexta (11), tem como objetivos discutir o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH) e propor ações para sua aplicação em Minas Gerais, além de fomentar processos de educação formal e não formal em direitos humanos. Cerca de 350 pessoas, representantes de entidades governamentais e da sociedade civil, inscreveram-se no evento.

Aída Monteiro ressaltou que o Programa Nacional de Direitos Humanos foi elaborado pelo governo anterior, mas que essa é uma política de Estado, ou seja, os compromissos com a sociedade devem ser assumidos por qualquer governo. Lembrou, ainda, que o PNEDH é um instrumento orientador e fomentador para o conjunto da sociedade e não só para as instituições públicas. "Educação é um direito sim, e meio indispensável para realizar outros direitos", afirmou. Ela apresentou os princípios básicos do PNEDH; suas linhas gerais de ação; as áreas temáticas e explicou os princípios e ações previstos para cada uma.

José Luiz Quadros de Magalhães falou sobre a evolução do conceito de Direitos Humanos ao longo da história, desde seu surgimento, com os movimentos liberais contra o Absolutismo, passando pelo pós-Guerra, quando começou a construção de um novo conceito - de indivisibilidade e indissociabilidade desse direito, até o momento atual. Segundo ele, o direito à liberdade, por exemplo, não é somente que o Estado não prenda as pessoas, mas que elas tenham condições de se locomover como quiserem. "Qual é a liberdade de um morador de rua? Ir de um viaduto para outro?", reforçou. O doutor em Direito Constitucional lembrou, ainda, que os direitos sociais foram colocados como de segunda categoria - seriam implementados quando possível. E destacou que o PNEDH á muito importante, mas deve evoluir para ter metas, cronogramas, prazos e orçamento.

O Ciclo de Debates "Educação em Direitos Humanos" foi aberto pelo deputado Rogério Correia (PT), 2º-vice-presidente da Assembléia, lembrando que a conquista dos direitos humanos depende, fundamentalmente, de um processo de tomada de consciência dos cidadãos. O subsecretário de Direitos Humanos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Esportes, João Batista de Oliveira, lembrou que foi legislador por 20 anos e que agora, no Poder Executivo, aplica as leis que ajudou a elaborar. A secretária adjunta de Educação de Belo Horizonte, Gilca Maria de Morais Oliveira, falou sobre o trabalho desenvolvido no município, de transformação de valores e construção social, com ações como a ampliação da educação infantil e o bolsa-escola.

A coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas da Mulher (Nepem/UFMG), Marlise Matos, lembrou que a universidade acolhe refugiados do mundo todo e ressaltou que no dia 25 de novembro é comemorado o Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher. A presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime/MG), Suely Duque Rodarte, falou da angústia e incertezas com financiamento de creches e atendimento a crianças de 0 a 3 anos. E convocou Estado e União a serem solidários com os municípios para manter esses serviços. "Como pensar em Direitos Humanos quando tiramos da mãe trabalhadora a autonomia, quando tiramos o direito à creche?", indagou.

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715