Turismo rural pede revisão de critérios das tarifas de energia

Para sobreviver e dar impulso ao desenvolvimento econômico do Estado, o turismo rural quer alguns incentivos, entre e...

09/11/2005 - 01:00
 

Turismo rural pede revisão de critérios das tarifas de energia

Para sobreviver e dar impulso ao desenvolvimento econômico do Estado, o turismo rural quer alguns incentivos, entre eles, a utilização pela Cemig, de uma tarifa de consumo de energia baseada no índice rural e não no comercial, como é feito hoje. Para discutir o assunto, a Comissão de Turismo, Indústria, Comércio e Cooperativismo da Assembléia Legislativa realizou audiência pública nesta quarta-feira (9/11/05), a requerimento do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB). Uma das conseqüências dos debates foi a aprovação de um requerimento para uma audiência da comissão com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para pedir a revisão de critérios da Resolução 456, que classifica as tarifas.

Segundo o deputado Dalmo Ribeiro Silva, a diferença entre a tarifa comercial e a rural é muito grande e os empreendimentos turísticos como pousadas, hotéis-fazenda e outros poderiam ser beneficiados com a tarifa rural. O deputado lembrou a importância da atividade na geração de empregos e na manutenção do homem no campo, bem como sua importância para o Estado, que já "vem manifestando sua vocação para o turismo, com a criação 52 circuitos turísticos". Lembrando outras iniciativas suas na área, como o projeto de lei sobre ecoturismo e o que reconhece Monte Verde, em Camanducaia, como estância climática, Dalmo Ribeiro Silva propôs que todos os circuitos turísticos tenham suas atividades reconhecidas na tarifa rural da Cemig.

Empreendedores querem tratamento justo e coerente

A reunião foi solicitada ao deputado pelo Conselho do Circuito Turístico Caminhos Gerais, que reúne 20 cidades do Sul de Minas, com sede em Poços de Caldas. Os municípios reivindicam a aplicação da tarifa de uso rural para os produtores que oferecem serviços de hospedagem e alimentação e não somente para os que desenvolvem atividades agropecuárias. Segundo o representante do Circuito Turístico Caminhos Gerais, Nelson Prata, que tem uma pousada em Ipuiúna, os produtores têm pago energia pela tarifa comercial, mesmo ficando evidente seu uso rural.

Ele disse que sua propriedade tem criação de gado, plantação e que a pousada com o restaurante é apenas uma parte do empreendimento. Segundo ele, o turismo rural enfrenta três dificuldades principais: a cobrança de ICMS do agricultor, a cobrança de energia como empreendimento comercial e o tratamento do setor como empresa rural. Nelson Prata pediu coerência dos órgãos oficiais, lembrando que a legislação para o segmento é confusa tratando a atividade rural e seus produtos cada hora de um jeito.

Prefeitos, vices e lideranças municipais presentes pediram a reavaliação das tarifas. O representante da Cemig, Márcio Barbosa Resende disse que o assunto é definido pela Aneel, pela Resolução 456 e que o órgão só cumpre o que já está previsto. Pela norma, segundo Márcio Barbosa Resende, pousadas, hotéis-fazenda são considerados empreendimentos comerciais e não rurais. A tarifa dos primeiros é de R$ 43,00 e a dos segundos de R$ 36,00 para o consumo mínimo. Resende informou ainda que, quando o empreendimento tem mais de uma atividade, a tarifa é daquela predominante e que quando ele pode ser separado, as tarifas são cobradas diferenciadamente. Foi dele a sugestão para que os deputados pedissem uma revisão dos critérios da Resolução 456.

A representante da Emater, Márcia Pimentel, afirmou que já existe uma política do Estado para o setor, haja vista a criação do Fórum Estadual de Turismo. Mas enfatizou que o turismo rural ainda não tem um espaço para discutir suas questões. Por isso, pediu que os deputados intermediassem junto ao governo estadual a inclusão do setor neste fórum, sugestão também feita pelo representante do Circuito do Ouro, Hely Gouveia.

Deputados - A deputada Maria Olívia (PSDB) lembrou que a discussão é recente no Estado, depois da criação da Secretaria de Turismo, e na Assembléia, depois da criação da Comissão de Turismo. Ela também reconheceu que a saída para Minas Gerais é o turismo, opinião compartilhada pelo deputado Paulo Cesar (PDT), que enfatizou a preocupação do deputado Dalmo Ribeiro com o Sul de Minas e seus problemas.

Requerimentos - Além do requerimento da visita à Aneel, de Dalmo Ribeiro Silva, a comissão aprovou mais três: do deputado Paulo César, o requerimento que encaminha ofício à Aneel para que reveja os critérios da Resolução 456; do mesmo deputado em conjunto com Dalmo Ribeiro Silva, Maria Olívia e Carlos Gomes (PT), que pede ao secretário de Estado de Turismo, a criação do Fórum Estadual de Turismo Rural; e dos deputados Biel Rocha (PT) e Carlos Gomes, que solicita uma audiência pública no distrito de Angustura, pertencente a Além Paraíba, para discutir o Circuito das Áreas Proibidas.

Presenças - Carlos Gomes (PT), vice-presidente da comissão; Paulo Cesar (PDT), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB); as deputadas Cecília Ferramenta (PT) e Maria Olívia (PSDB); e mais representantes de Camanducaia, Instituto Estrada Real, Bandeira do Sul, Congonhal e Inconfidentes; os prefeitos de Ouro Fino, Luiz Carlos e de Luminárias, Leônidas Augusto Almeida.

 

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