Deputados criticam desativação de destacamentos da PMMG

A ausência do comandante-geral da Polícia Militar do Estado, coronel Sócrates Edgard dos Anjos, na reunião da Comissã...

08/11/2005 - 01:00
 

Deputados criticam desativação de destacamentos da PMMG

A ausência do comandante-geral da Polícia Militar do Estado, coronel Sócrates Edgard dos Anjos, na reunião da Comissão de Segurança Pública nesta terça-feira (8/11/05), foi criticada pela maioria dos deputados presentes. Na audiência pública, destinada originalmente ao debate sobre a desativação de destacamentos de menor porte da PMMG, vários parlamentares reclamaram também da falta de investimentos em segurança pública no interior. Deputados da bancada do PMDB, que requereu a reunião, e outros relataram casos de várias cidades pequenas com sérias deficiências de recursos, efetivos e infra-estrutura, muitas dos quais sem nenhuma viatura.

Os deputados peemedebistas Antônio Júlio, Antônio Andrade e Adalclever Lopes e ainda Sargento Rodrigues (PDT) concordaram que a ausência do coronel Sócrates prejudicava a reunião. Apesar da presença ão do responsável pela logística da PM, major Armando Leonardo da Silva, eles avaliaram que as questões levantadas só seriam resolvidas por decisões do alto comando. Diante dessa constatação, Antônio Júlio e Antônio Andrade apresentaram um requerimento reiterando o convite para que o comandante geral da PMMG comparecesse à comissão.

Desativação - O 1º secretário da Assembléia, deputado Antônio Andrade, relatou que, em municípios do Noroeste mineiro, muitos subdestacamentos estão sendo desativados. Segundo ele, a atitude agrava a situação da segurança na região, uma vez que é uma área de divisa com Bahia e Goiás. Além disso, é formada por cidades de grande extensão territorial (com distritos distantes até 80 km da sede), muitas sem ter sequer uma viatura. Indignado com a ausência de Sócrates, o deputado Adalclever Lopes reclamou que 12 municípios no Rio Doce, região onde atua, não têm nenhuma viatura policial. Ele citou São Sebastião do Anta, Imbé de Minas e Entre Folhas que, quando precisam de viatura, recorrem a Caratinga, cidade mais próxima que fica a duas horas das outras. Adalclever relatou que essas dificuldades facilitaram o roubo recente de café na região.

Deputado critica insegurança no interior

Reforçando as críticas, Antônio Júlio afirmou que não se pode falar em segurança no interior, mas em insegurança. Ele citou Igaratinga, Nova Ponte e Maravilhas, cidades de menos de 10 mil habitantes que não contam com nenhuma viatura e um número muito reduzido de policiais. Júlio denunciou a falta de infra-estrutura também na Polícia Civil que, em várias cidades, "não tem papel, nem computador, nem telefone". Na avaliação do deputado, foi adotada uma estratégia equivocada na segurança pública, concentrando recursos apenas na Região Metropolitana de Belo Horizonte: "O governo não pode achar que investimentos na RMBH resolvem o problema do Estado."

O deputado Sargento Rodrigues afirmou que o comandante da PM deveria visitar municípios distantes do Estado, como Montalvânia e Riacho dos Machados, no Norte de Minas, para ver as dificuldades da segurança nesses locais. E avaliou que muitos dos problemas seriam resolvidos com uma postura mais agressiva de gerenciar, citando que muitos policias, hoje atuando em áreas burocráticas, poderiam ser realocados para cidades com baixo efetivo.

Já o deputado Weliton Prado (PT) mostrou-se preocupado com a falta de autonomia da PM em relação ao poder público municipal. De acordo com ele, como o Estado não investe na corporação no interior, as prefeituras suprem a deficiência entrando com recursos e estrutura. "A Polícia Militar acaba se tornando refém do poder público municipal, que é quem a banca", afirmou.

PMMG - Pela PM, o major Armando Leonardo da Silva, afirmou que a competência pela desativação de destacamentos é do comando-geral. Já os subdestacamentos, localizados nos distritos, são de responsabilidade dos comandos regionais. Ele informou que, para desativar uma unidade, é feito estudo técnico considerando densidade populacional, criminalidade, recursos como viaturas, coletes e armamentos, número de efetivos e necessidade da corporação no local.

Investimentos - O presidente da comissão, deputado Zé Maia (PSDB), saiu em defesa do governo estadual. "Mesmo ciente dos problemas da segurança, por questão de justiça, temos que reconhecer que Minas Gerais vive o melhor momento da segurança pública. Isso é indiscutível", realçou o parlamentar. De acordo com ele, nos últimos 20 anos, é o governo que mais investe no setor. Mas ele ressalvou que os resultados de muitos investimentos só vão ser sentidos daqui a alguns anos. E citou como principais iniciativas a criação da guarda penitenciária, a integração das polícias, a construção de unidades prisionais, o aumento de 8 mil policiais militares e 2 mil civis.

Requerimentos - Três requerimentos do deputado Sargento Rodrigues foram aprovados. Eles pedem: visita à cadeia pública de Andradas; audiência pública para discutir os problemas dos Conseps em Belo Horizonte; e envio de ofício ao comandante-geral da PMMG, solicitando que informe os motivos por que a Lei 14.130, de 2001, e o Decreto 43.805, de 2004, não estão sendo cumpridos.

Foram também aprovadas na reunião sete proposições que dispensam a apreciação do Plenário, sendo um projeto de lei de declaração de utilidade pública e seis requerimentos.

Presenças - Deputados Zé Maia (PSDB), presidente; Antônio Júlio (PMDB), Sargento Rodrigues (PDT), Weliton Prado (PT), Antônio Andrade (PMDB), Adalclever Lopes (PMDB) e José Henrique (PMDB).

 

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