Acampados de Campo do Meio pedem ajuda para evitar despejo

Representantes das 280 famílias acampadas na fazenda da Usina Ariadnópolis, no município de Campo do Meio, Sul de Min...

04/11/2005 - 01:00
 

Acampados de Campo do Meio pedem ajuda para evitar despejo

Representantes das 280 famílias acampadas na fazenda da Usina Ariadnópolis, no município de Campo do Meio, Sul de Minas, reivindicam a intermediação da Assembléia para evitar que os trabalhadores sejam despejados das terras. Com o objetivo de debater a situação de despejo iminente e buscar soluções para o problema, a Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembléia Legislativa vai se reunir nesta quarta-feira (9/11/05), às 15 horas, no Plenarinho I. O requerimento que motivou a reunião é do presidente da comissão, deputado Padre João (PT), que recebeu o pedido de ajuda do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST).

Segundo informações do gabinete do deputado Padre João (PT), as 280 famílias vivem na fazenda desde 1998. Dos cinco acampamentos existentes, três são produtivos, com a implantação da agricultura familiar pelos trabalhadores. Em dois, no entanto, a situação é problemática, pois os trabalhadores não estão produzindo. A perspectiva do despejo, viabilizado pelo proprietário da fazenda, Geovane Santos, por meio de duas liminares judiciais, poderá se concretizar nesta segunda-feira (7) ou na próxima - datas marcadas para seu cumprimento. Segundo o MST, a fazenda de 6 mil hectares faz parte da massa falida da Usina Ariadnópolis e é improdutiva, sendo desativada em 1993.

Enquanto o proprietário quer retomar a posse da terra, corre na Justiça um processo de execução da dívida deste com a Fazenda Pública Federal - o credor prioritário. Segundo informações do gabinete do deputado Padre João, a demora na execução da dívida impede o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de interferir, pois é preciso antes ter desimpedida a fazenda da usina de álcool. Já são seis as liminares de despejo existentes, mas segundo o MST, as famílias não estão dispostas a deixar a região.

Convidados - Foram convidados a participar da reunião as seguintes autoridades: o secretário de Estado Extraordinário para Assuntos de Reforma Agrária, Neider Moreira; o procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior; o superintendente regional do Incra em Minas, Marcos Helênio; o delegado regional do Trabalho, Carlos Calazans; o chefe da Procuradoria Nacional da Fazenda em Minas, Cláudio Roberto Leal Rodrigues; e o diretor-geral do Instituto de Terras de Minas Gerais (Iter), Luiz Antônio Chaves.

Situação das famílias foi tema de debates na Assembléia há cinco anos

O problema das famílias acampadas em Campo do Meio foi discutido pela Assembléia de Minas há cinco anos. Em reunião da Comissão de Direitos Humanos realizada em 2000, a deputada Maria Tereza Lara (PT) relatou sua participação em ato público em Campo do Meio para discutir a situação dos trabalhadores rurais. Estavam acampadas no local, há mais de dois anos, cerca de 80 famílias. Elas teriam denunciado abuso de autoridade por parte do delegado local, do promotor e do juiz da região para retirar os trabalhadores da propriedade.

Entre as propostas levantadas para resolver o impasse, estava a de designar um advogado para atuar como defensor público, a fim de oferecer maior isenção no processo jurídico de definição do proprietário da área e do direito de uso da terra. A audiência, realizada no salão paroquial do município, contou com presença de representantes do Incra, Iter, igreja católica, advogados da cidade de Varginha, lideranças sindicais e partidárias da região.



 

 

 

 

 

 

 

 

 

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