Comissão debate preservação da casa de Humberto
Mauro
A necessidade de preservação da casa onde nasceu o
cineasta Humberto Mauro leva a Comissão de Cultura da Assembléia
Legislativa a Volta Grande, na Zona da Mata, nesta segunda-feira
(7/11/05). O objetivo da reunião, solicitada pelo deputado Biel
Rocha (PT), é discutir propostas para garantir a conservação da casa
e do estúdio onde o diretor de cinema rodou alguns de seus filmes. A
reunião será realizada no Campestre Clube Volta Grande, a partir das
10 horas.
Segundo o deputado Biel Rocha, a casa e o estúdio
de Humberto Mauro encontram-se em precário estado de conservação.
Para o parlamentar, os imóveis são bens culturais valiosos e
precisam ser preservados. "Entendemos ser de grande interesse social
a preservação dos imóveis onde o grande cineasta viveu e trabalhou,
tendo em vista o seu enorme valor sociocultural", avalia.
Um dos pioneiros do cinema nacional, Humberto Mauro
nasceu em Volta Grande em 1897. Em 1925, juntamente com o fotógrafo
italiano Pedro Comello, realizou em Cataguases seu primeiro
longa-metragem: "Valadão, o Cratera". Ainda em Cataguases, ele criou
a produtora Phebo Sul América Film, onde rodou longas como "Thesouro
perdido" e "Braza dormida". No Rio de Janeiro, Humberto Mauro
trabalhou na Cinédia, onde fez "Ganga bruta" e "Voz do carnaval"
(filme que lançou Carmem Miranda). Em 1936, ingressou no Instituto
Nacional de Cinema (Ince), onde fez mais de 300 documentários. Nos
intervalos entre as produções do Ince, dirigiu "O descobrimento do
Brasil", sua obra mais importante.
Humberto Mauro se aposentou em 1952, mas ainda fez
vários curtas-metragens e colaborou com diversos longas. Foi ele
quem escreveu os diálogos em tupi-guarani de "Como era gostoso o meu
francês", dirigido por Nelson Pereira dos Santos em 1971. O cineasta
morreu em Volta Grande em 1983.
Foram convidados para a reunião a secretária de
Estado de Cultura, Eleonora Santa Rosa; o presidente do Instituto
Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), Octávio Elísio
Alves de Brito; a presidente da Fundação Ormeu Junqueira Botelho,
Mônica Peres Botelho; a representante do Ministério da Cultura,
Adair Leonardo Rocha; a prefeita de Volta Grande, Ely Alves Quintão;
e o representante do Instituto Culturar, Guilherme Antônio
Diniz.
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