Reserva do Cercadinho leva comissão ao procurador-geral do Estado

A reserva do Cercadinho, objeto do Projeto de Lei (PL) 2.266/05, da deputada Lúcia Pacífico (PSDB), volta a ocupar a ...

28/10/2005 - 01:01
 

Reserva do Cercadinho leva comissão ao procurador-geral do Estado

A reserva do Cercadinho, objeto do Projeto de Lei (PL) 2.266/05, da deputada Lúcia Pacífico (PSDB), volta a ocupar a Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembléia Legislativa. Nesta quinta-feira (3/11/05), os deputados visitam o procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior, para tratar do tema. A visita será às 17 horas, na Promotoria de Meio Ambiente do Ministério Público, que fica na Avenida Raja Gabaglia, 615/2º andar. A comissão fez visita a reserva do Cercadinho e audiência pública no último dia 18/10. O projeto cria a Estação Ecológica do Cercadinho, que na prática inviabilizaria empreendimentos de alto impacto no local, como o anunciado condomínio com 600 apartamentos, no bairro Belvedere.

A visita é fruto de requerimento apresentado pelo deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), para quem os empreendimentos locais devem passar pelo crivo também dos órgãos estaduais e não só dos municipais, como vem acontecendo. Igual pensamento tem o deputado João Leite (PSDB), relator do projeto na Comissão de Meio Ambiente.

Souza Cruz lembrou, durante a audiência do dia 18/10, que, no parecer da Comissão de Constituição e Justiça para o PL 2.266, constava uma defesa do Instituto Estadual de Florestas (IEF) à criação da Estação Ecológica do Cercadinho, numa das "últimas áreas verdes preservadas da Capital". Sávio também lembrou que, há cerca de dois anos, a questão do licenciamento para as obras do condomínio foi discutida na comissão e, àquela época, a conclusão foi a de que o processo deveria ser submetido à análise dos órgãos estaduais.

Histórico - Originalmente, a área onde se situa a reserva do Cercadinho pertencia ao Estado, que a doou ao município de Belo Horizonte, em 1894. Em 1982, a Bacia Hidrográfica do Cercadinho passou a ser tratada como Área de Proteção Especial (APE). Em 1989, o município transferiu o terreno para a Fratezzi Gonçalves Finelli Engenharia e Construção Ltda, como pagamento de uma dívida. Nesse mesmo ano, essa empresa a vendeu para a atual proprietária, a Fernando Valle S.A. Em 1990, novo decreto redefiniu seu perímetro, com o contorno atual. Na condição de APE, cabe ao Estado decidir sobre qualquer projeto de parcelamento e desmembramento do solo em seus domínios, conforme determina a Lei Federal 6.766, de 1979, e o Decreto Estadual 39.585, de 1998. O decreto estipula, no parágrafo 1º do artigo 5º, que a anuência do Estado será precedida de licença de instalação a ser emitida pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).

Além do procurador-geral, os deputados vão conversar com os procuradores: Fernando Antônio Nogueira Galvão (coordenador das promotorias de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Histórico-Cultural); Rodrigo Cançado Anaya Rojas (coordenador do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente); e José Maria dos Santos Júnior.

 

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