Mais de 200 propostas apresentadas na plenária da revisão do PPAG

A síntese das 205 propostas apresentadas pelos sete grupos de trabalho da audiência pública "Revisão do Plano Plurian...

26/10/2005 - 01:00
 

Mais de 200 propostas apresentadas na plenária da revisão do PPAG

A síntese das 205 propostas apresentadas pelos sete grupos de trabalho da audiência pública "Revisão do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) - 2004/2007" foi apresentada durante a plenária final realizada na tarde desta quarta-feira (26/10/05), na Assembléia Legislativa. O deputado Sebastião Helvécio (PDT), membro da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, que presidiu os trabalhos, ressaltou a importância da discussão sobre os alicerces das políticas públicas estaduais. Para a deputada Maria Tereza Lara (PT), presidente da Comissão de Participação Popular, as 583 inscrições no evento dão a dimensão da participação da sociedade e das entidades na audiência e apontam para a necessidade de se avançar ainda mais na transparência e na integração das três esferas de poder.

Também o deputado André Quintão (PT) enfatizou que agora começa a etapa mais importante da revisão do PPAG, que é a concretização das propostas em emendas populares. "Vamos buscar o entendimento com a base governista para que as sugestões possam ser, de fato, implantadas", afirmou. Para ele, a Assembléia e o Estado estão dando um exemplo de planejamento de médio prazo e de acompanhamento da execução orçamentária de metas físicas. O deputado Miguel Martini (PHS) defendeu a necessidade da Assembléia se aproximar da população para entender melhor as demandas do povo. As principais propostas foram as seguintes:

Grupo I - Educação, Cultura e Turismo

* Educação (coordenadora: Maria Lúcia do Amaral, do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação - Sind-UTE)

Entre as propostas apresentadas, destacam-se: ampliação da dotação orçamentária do programa "Alimentação Escolar para o Ensino Médio" em R$ 5 milhões; ampliação da dotação orçamentária do programa "Capacitação de profissionais da educação infantil" em R$ 500 mil; revisão dos processos de nucleação, de modo que esta, se necessária, ocorra no próprio meio rural, como meio de reduzir a demanda de transporte escolar; ampliação da rede física escolar, em especial na pré-escola e no ensino fundamental, por meio de pequenas escolas situadas nos bairros.

Ao comentar as propostas, o subsecretário Tadeu Barreto Guimarães informou que todas as questões relacionadas à educação no campo foram assumidas pela secretária de Estado da Educação, Vanessa Guimarães Pinto. O subsecretário vê com restrição a proposta de criação de novas escolas, alegando que a solução dos problemas passa pela melhoria da qualidade do ensino e não pela construção de novos estabelecimentos.

*Cultura e Turismo (coordenadora: Alice Godinho)

A maior parte das propostas apresentadas no grupo referiam-se à Estrada Real e ao Corredor Cultural Praça da Liberdade. Destacam-se, por exemplo, a reativação do Conselho Consultivo do Programa Estrada Real; disponibilização, em cada cidade beneficiada pela Estrada Real, de mapa com detalhamento sobre capacidade de hospedagem, número de restaurantes, salas de espetáculos, etc.; transferência de parte do recurso de propaganda e divulgação da Estrada Real para recuperação e manutenção das vias de acesso; criação do selo de qualidade da Estrada Real para produtores rurais instalados nas margens e no entorno desse circuito; integração dos projetos estruturadores para desenvolvimento de ações conjuntas por parte das secretarias de Estado de Turismo e de Educação, Ciência e Tenologia.

Para o Corredor Cultura Praça da Liberdade foi sugerida a implantação de um Centro Vocacional Tecnológico; a disponibilização do teatro de arena no prédio "Rainha da Sucata" para sediar o Museu Clube da Esquina e a instalação de circuito 24 horas, entre outras.

O superintendente de Planejamento, Bernardo Tavares de Almeida, comentou as propostas e informou que a destinação dos prédios do corredor cultural já foi definida pelo governo do Estado e seus parceiros. Segundo ele, o modelo de gestão desse corredor está sendo estudado. Quando às questões ligadas às informações sobre a Estrada Real são de responsabilidade do Instituto Estrada Real.

Grupo II - Saúde e habitação

(coordenador: Nicodemus de Arimathéia Jr., do Conselho Estadual de Saúde - CES)

Os problemas causados pela não regulamentação da Emenda Constitucional federal nº 29, que trata da destinação de recursos para a saúde, marcaram os debates no Grupo II. A informação foi prestada pelo coordenador, para quem a Assembléia perdeu a oportunidade de nivelar o que é despesa com saúde, durante as discussões sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Nicodemus de Arimathéia Jr. criticou a inclusão, pelo governo, dos investimentos em saneamento básico e das despesas com a assistência aos militares como despesas com saúde. Ele informou que várias entidades participantes do grupo também contestaram essa interpretação da norma pelo governo estadual. O coordenador cobrou, ainda, o envio de projeto do Executivo que regulamente o Conselho Estadual de Saúde.

No que diz respeito à habitação, o coordenador mencionou o relato de dificuldades com cooperativas habitacionais que faliram ou não cumpriram seus compromissos. Também informou sobre relato, pelos participantes do grupo, de um tratamento diferenciado para inadimplentes por parte da Cohab, a companhia de habitação do Estado.

Em resposta, o subsecretário também defendeu a regulamentação da Emenda nº 29 pelo Congresso Nacional, "para evitar desgastes".

Grupo III - Segurança e inclusão social

(coordenadora: gerente de Proteção Social Básica da Secretaria Municipal de Assistência Social da Prefeitura de Belo Horizonte, Darcy Maria de Souza)

A coordenadora fez um balanço dos trabalhos, informando que foram apresentadas 40 propostas a cinco projetos estruturadores. Darcy Maria de Souza alertou que o Estado precisa se estruturar para implantar o Sistema Único de Assistência Social (Suas) e destacou proposta para que sejam mantidos os recursos próprios de cofinanciamento, no valor de R$ 3 milhões, previstos para o Centro de Referência de Assistência Social para o ano de 2006. De forma geral, as propostas reivindicam uma recomposição dos orçamentos dos projetos estruturadores dessa área em 2006, para que retornem aos níveis de 2005.

Um dos projetos estruturadores abordados pelo grupo foi o "Inclusão social de famílias vulnerabilizadas" - incorporado ao PPAG durante a elaboração participativa do plano plurianual, em 2003. É nesse projeto estruturador que se encaixa a reivindicação referente ao Suas. Também nele se encaixa a proposta de destinação de recursos do Tesouro estadual, no valor mínimo de R$ 500 mil por ano, para o Fundo Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Já o projeto "Minas sem Fome" recebeu cinco propostas, entre elas a destinação de, no mínimo, R$ 4 milhões para a ação "Mutirão pela Segurança Alimentar Nutricional em Minas Gerais", com gestão e execução de entidades da sociedade civil e associações comunitárias, nos moldes de 2004 e 2005, sob a coordenação do Conselho Estadual de Segurança Alimentar (Consea).

Em resposta, o subsecretário Tadeu Barreto Guimarães informou que há possibilidade concreta de rever o Orçamento de 2006 para incluir o valor de R$ 3 milhões para efetivação do Suas. Quanto às demais propostas que demandam aumento de recursos, ele informou apenas que elas serão objeto de negociações nas Comissões de Participação Popular e de Fiscalização Financeira e Orçamentária. Sobre o projeto "Minas sem Fome", o representante do Executivo alegou que os recursos do Tesouro estadual, antes "marginais", chegaram à casa dos R$ 8 milhões. Cobrou ao mesmo tempo a assinatura de convênios com o governo federal para aumento dos repasses da União. O subsecretário alertou ainda que, ao se criarem novas ações dentro dos projetos estruturadores, pode-se diminuir a capacidade de execução pelos gerentes.

Grupo IV - Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Meio Ambiente

(coordenador: presidente da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da ALMG, deputado Padre João)

Entre as muitas propostas apresentadas pelo grupo estão a supervisão e fiscalização da atuação de técnicos de prefeituras colocados à disposição do IEF; desenvolvimento de projetos de aproveitamento de lixo urbano para o gás; aumento da dotação orçamentária do Igam; realização de investimentos financeiros no Cetec; revisão do processo de integração das políticas públicas do Estado, com vistas à transversalidade da área ambiental nas ações de todos os órgãos públicos; maior aporte financeiro da Fapemig para a Epamig para projetos de pesquisa voltados para a revitalização do Rio São Francisco.

Bernardo Tavares de Almeida afirmou que a maioria das propostas estão relacionadas à legislação interna dos órgãos. Quanto às sugestões de aumento de dotação orçamentária, ele afirmou que os órgãos ambientais estão recebendo cada vez mais recursos. Quanto à proposta de criação de mais um projeto estruturador (Revitalização das Estâncias Hidrominerais de MG), o superintendente de Planejamento defendeu que não seria oportuno, pois em 2007 será elaborado um novo PPAG.

Grupo V - Fomento ao desenvolvimento

(coordenador: vice-presidente da Central Ùnica dos Trabalhadores - CUT, Lúcio Guterres)

Entre as propostas apresentadas estão a capacitação dos jovens orientada para o primeiro emprego; criação de incubadoras destinadas ao segmento jovem, principalmente nas áreas de artesanato, trabalho com pedras semipreciosas e fábricas de fundo de quintal; destinação de recursos do Orçamento de 2006 para as ações "Núcleo Estratégico de Informações para a Competitividade Industrial" e "Centro de Referência em Software Embarcado", no montante de R$ 150 mil e R$ 300 mil, respectivamente; criação da entidade gestora do pólo industrial de microeletrônica operacional, com a destinação de R$ 50 mil de recursos do orçamento de 2006.

O superintendente Bernardo Tavares de Almeida respondeu que não poderia comentar as questões que envolvem o orçamento para 2006, porque a proposta já está fechada.

Grupo VI - Infra-estrutura de transporte e logística

(coordenadora: assessora jurídica do Instituto de Promoção Humana, Lígia Corte de Souza)

Foram sugeridas a inclusão, no Pró-Acesso, de ação destinada à construção de ciclovias junto às rodovias estaduais; manutenção de ação destinada à construção de portos fluviais; inclusão no PPAG de previsão de recursos para manutenção mais efetiva em rodovias com aproximadamente 10 a 15 anos de existência e que apresentem alto índice de desgaste; estudo de viabilidade de fusão do Programa de Recuperação (asfaltamento das rodovias de Minas) ao Projeto de Produção de Biocombustíveis, via plantio de oleaginosas nas áreas de domínio das rodovias; entre outras.

Segundo Bernardo Tavares de Almeida, a proposta de construção da ciclovia havia sido apresentada pelo deputado João Leite, quando ele foi secretário de Desenvolvimento Social e Esportes. O superintendente disse que, na época, foram feitos estudos que comprovaram a inviabilidade da construção naquele momento, mas que isso não impediria que as ciclovias fossem construídas posteriormente.

Grupo VII - Planejamento e Gestão

(coordenador: Adriano Míglio - Sindicato dos Economistas de Minas Gerais)

Entre as propostas estão a implantação de curso virtual de administração pública para valorizar e capacitar os funcionários públicos do Estado; implantação de cursos de capacitação para os servidores da educação; não participação de oscips em parcerias na área de saúde; criação de meios de acesso dos órgãos de controle social do Estado às informações do Sisap; e regularização da situação funcional dos contratos temporários da área de educação, entre outras referentes às parcerias público-privadas.

O superintendente de Planejamento disse que, para que as informações sejam disponibilizadas, precisam primeiramente se tornar compreensíveis pelas pessoas, porque a linguagem é muito técnica ainda.

 

 

 

 

 

 

 

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