Comissões vão discutir medidas sanitárias contra gripe do frango

Duas comissões da Assembléia Legislativa vão discutir as medidas sanitárias que o Estado deverá tomar contra a gripe ...

26/10/2005 - 01:00
 

Comissões vão discutir medidas sanitárias contra gripe do frango

Duas comissões da Assembléia Legislativa vão discutir as medidas sanitárias que o Estado deverá tomar contra a gripe aviária, conhecida como gripe do frango. Requerimento com este teor foi aprovado pela Comissão de Saúde, em reunião nesta quarta-feira (26/10/05), que solicita uma audiência pública com a Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial. Os deputados querem ouvir órgãos estaduais como o Ima, a Emater e a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, além de federais, como a Anvisa e o Ministério da Agricultura. O requerimento é dos deputados Antônio Júlio (PMDB) e Doutor Ronaldo (PDT).

Originalmente, a preocupação de Antônio Júlio foi com relação a programa do governo do Estado que distribui pinto de postura e ração, para que famílias carentes em áreas rurais comecem criação para venda de ovos. O deputado manifestou preocupação com as condições da distribuição, questionando se estão sendo seguidos parâmetros sanitários. Já os deputados Adelmo Carneiro Leão (PT), presidente da comissão, e Fahim Sawan (PSDB) enfatizaram a necessidade de discutir que medidas o Estado está tomando para evitar a contaminação das aves no Estado, perigo que consideram real, diante das proporções que pode tomar uma epidemia.

Sawan destacou que a gripe do frango é pior do que o problema que o Brasil vem enfrentando com a febre aftosa, "porque esta fica restrita aos animais, não afetando o ser humano, enquanto a gripe aviária tem um vírus altamente mutante, que poderá levar à contaminação de homem para homem". Os dois lembraram os alertas feitos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), quanto à real possibilidade de uma pandemia".

Bebês terão teste obrigatório de glaucoma e catarata

Com a aprovação, na forma do vencido em 1º turno, do parecer do relator deputado Fahim Sawan, o Projeto de Lei 2.238/05 está pronto para ser apreciado em 2º turno pelo Plenário. A proposição, do deputado Gilberto Abramo (PMDB) determina a realização de exame obrigatório de glaucoma e catarata congênitos para recém-nascidos em hospitais públicos da rede estadual de saúde. Segundo o relator, este teste é de grande valia, para evitar cegueira futura e vem somar-se aos já obrigatórios do pezinho e da orelhinha, o primeiro que detecta doenças causadoras de deficiência mental; e o segundo que detecta a surdez.

No 1º turno, o projeto recebeu o substitutivo da Comissão de Constituição e Justiça que incluiu a exigência do teste na Lei 15.394 de 2004, que trata do exame de fundo de olho, para diagnóstico de retinoblastoma. O substitutivo retirou a obrigatoriedade de encaminhamento do paciente para cirurgia em 30 dias após constatado o problema, sob a alegação de que o SUS já está obrigado a fazer isso, mas sem estabelecimento de data.

Também na forma do vencido em 1º turno, foi aprovado parecer ao PL 811/03, da deputada Jô Moraes (PCdoB), que cria o cadastro mineiro de controle da mortalidade materna (CMMA). O projeto tem como objetivo criar o registro permanente de dados e informações acerca das mortes maternas ocorridas no Estado, com a finalidade de subsidiar políticas públicas sobre o assunto. Para isso, o óbito e os dados sobre a gestante, bem como o acompanhamento durante o pré-natal e causas do óbito, serão registrados em formulário próprio pelos hospitais, que deverão encaminhar as informações à Secretaria de Estado da Saúde, responsável pela manutenção do cadastro. Na tramitação, a CCJ apresentou três emendas, uma delas determinando que o cadastro seja feito por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Projetos exigem informações a consumidores

Em 1º turno, a Comissão de Saúde aprovou parecer sobre a emenda nº 1, recebida em Plenário, ao PL 2.140/05, do deputado Doutor Viana (PFL), que dispõe sobre a obrigatoriedade de prestar informação nutricional de produtos fabricados nos próprios estabelecimentos comerciais, vendidos em embalagem própria. O parecer do relator Carlos Pimenta (PDT) foi pela rejeição. A emenda alterava o artigo 1º do projeto, com o acréscimo da expressão "embalado na presença do consumidor" e do parágrafo único que determinava informação sobre existência ou não de glúten no alimento. O relator entendeu que o substitutivo apresentado pela própria comissão, antes da apreciação pelo Plenário, era mais abrangente.

A comissão também aprovou o parecer de 1º turno ao PL 2.515/05, do deputado Miguel Martini (PHS), que dispõe sobre a obrigatoriedade de academias de ginástica, clubes esportivos, centros esportivos e estabelecimentos similares exibirem placas de advertência sobre o uso inadequado de anabolizantes. O parecer do relator Fahim Sawan foi aprovado na forma do substitutivo nº 1 da comissão. O projeto, além de prever os informes sobre os malefícios causados à saúde pelo uso de anabolizantes, contém penalidades para o caso de os estabelecimentos citados descumprirem a obrigatoriedade.

O relator lembrou os efeitos nocivos do uso indiscriminado de anabolizantes, como o aumento da pressão sangüínea, as lesões hepáticas, a impotência, o câncer de próstata e a ginecomastia, entre outros. E destacou também os problemas causados pelas falsificações do produto e as contaminações de embalagens. O substitutivo nº 1 aprimora o projeto quanto à técnica legislativa, substituindo as penalidades previstas no projeto original pelas dispostas na Lei Federal 8.078, de 1990, que dispõe sobre a proteção do consumidor.

Requerimentos - Foram aprovados os seguintes requerimentos: dois do deputado Célio Moreira (PSDB), que pedem reuniões conjuntas: com a Comissão de Meio Ambiente para discutir as implicações da transferência do Instituto Hilton Rocha para a Associação Educativa do Brasil (Soebrás); e com a Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social, para discutir a situação do tratamento de autistas no Estado; quatro do deputado Carlos Pimenta, que solicitam: ao secretário de Estado da Saúde, o envio de informações sobre a perda de medicamentos na Secretaria, por vencimento do prazo; o envio de ofício ao Tribunal de Contas solicitando informações sobre certificação emitida pelo órgão acerca de aplicação anual em ações e serviços públicos de saúde por parte de municípios mineiros, especialmente em Bonito de Minas e São João do Paraíso; audiência pública em Medina, para verificar a situação do hospital municipal da cidade; e o envio de ofício à Secretaria da Saúde pedindo a instalação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em Montes Claros; um requerimento do deputado Edson Rezende (PT) pede o envio de ofício ao Congresso Nacional solicitando a agilização do trâmite do projeto de lei federal que trata da inclusão do leite na merenda escolar; do deputado Jésus Lima (PT), que requer audiência pública para discutir os problemas da área de saúde de Betim, para esclarecimento da destinação das verbas, sobre o sucateamento dos equipamentos e a queda da qualidade do atendimento pelo hospital regional; do deputado Adelmo Carneiro Leão, que requer audiência pública para discutir o Projeto de Lei 025/02, conhecido como projeto do Ato Médico, atualmente em tramitação no Senado Federal. Rejeitado - A comissão rejeitou requerimento do deputado Adelmo Carneiro Leão, que solicitava visita da comissão ao almoxarifado da Secretaria da Saúde, para averiguar as condições de estocagem e armazenamento dos diversos medicamentos a serem distribuídos posteriormente às unidades e postos de saúde do Estado e, verificar ainda a existência de medicamentos vencidos, impróprios ao consumo, como recentemente noticiado pela imprensa.

Presenças - Deputados Adelmo Carneiro Leão (PT), presidente; Carlos Pimenta (PDT), vice; Doutor Ronaldo (PDT), Fahim Sawan (PSDB) e Antônio Júlio (PMDB).

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715