Revisão do PPAG reúne governo e oposição na Assembléia

Governo e oposição apresentaram, na audiência de revisão participativa do PPAG, nesta terça-feira (25/10/05), opiniõe...

25/10/2005 - 01:00
 

Revisão do PPAG reúne governo e oposição na Assembléia

Governo e oposição apresentaram, na audiência de revisão participativa do PPAG, nesta terça-feira (25/10/05), opiniões divergentes sobre a execução do Plano Plurianual de Ação Governamental e as perspectivas para 2006. O subsecretário de Estado de Planejamento e Orçamento, Tadeu Barreto Guimarães, comemorou o índice de 66% de execução financeira dos projetos estruturadores em 2005, se levados em conta apenas os recursos do Tesouro Estadual. O total global executado é de 48%. Mesmo reconhecendo avanços, principalmente quanto ao foco e à metodologia, o líder do Bloco PT/PCdoB, deputado André Quintão, criticou a baixa execução dos projetos da área social.

A audiência, que termina nesta quarta-feira (26), é o segundo processo de revisão participativa do PPAG conduzido pela Assembléia de Minas e pelo Poder Executivo. Assim como ocorreu em 2004, os dois Poderes promovem um grande debate com movimentos sociais, entidades organizadas e órgãos de governo, a fim de colher propostas para aprimorar o planejamento do Estado para 2004/07 e para buscar a redefinição das prioridades dos investimentos governamentais. É a Comissão de Participação Popular a encarregada de analisar as propostas da sociedade. Essas sugestões poderão se transformar em emendas aos projetos de revisão do PPAG e do Orçamento do Estado, em tramitação na ALMG. A audiência deste ano contabilizou 461 inscrições.

Nesta terça à tarde, três grupos de trabalho têm atividades na Escola do Legislativo: "Educação, cultura e turismo", "Saúde e habitação" e "Segurança e inclusão social". Eles reúnem 14 projetos estruturadores. Na quarta, outros quatro grupos se reunirão. Às 15 horas desta quarta, as propostas serão apresentadas em Plenário e, depois, entregues às Comissões de Participação Popular, presidida pela deputada Maria Tereza Lara (PT), e de Fiscalização Financeira e Orçamentária, presidida pelo deputado Domingos Sávio (PSDB) - esta encarregada de analisar os projetos de revisão do PPAG e do Orçamento.

Secretário apresenta números e informa incremento de recursos para 2006

O subsecretário Tadeu Barreto Guimarães informou que, dos R$ 652,288 milhões de créditos iniciais, os projetos estruturadores tiveram R$ 314,630 milhões em despesas liquidadas. Isso representa uma execução global de 48%. O índice sobe para 66% quando se levam em conta apenas os recursos do Tesouro Estadual e caem para 11% de execução, quando se levam em conta as demais fontes (convênios com governo federal e operações de crédito).

Em entrevista à imprensa, o subsecretário informou que o número de projetos estruturadores foi aumentado de 31 para 33, em 2006. Os novos projetos são o Pró-MG, de intervenções na malha rodoviária, e a ampliação das vagas no sistema prisional. Guimarães também anunciou a elevação do crédito autorizado para esses projetos de R$ 1,177 bilhão, em 2005, para R$ 1,6 bilhão, em 2006. Se o parâmetro for o crédito inicial, o número passa de R$ 982,906 milhões para R$ 1,6 bilhão.

Ao comentar a execução financeira dos projetos, o subsecretário informou que houve um aumento de 118% no número de vagas do sistema prisional, passando de 5,3 mil para 11,6 mil. Relacionou, ainda, várias ações nas áreas de saúde, educação, habitação, meio ambiente, bem como no que diz respeito às parcerias público-privadas e ao choque de gestão. Entre elas, a contratação de 10,3 mil unidades habitacionais no Programa Mineiro de Habitação Popular; a existência de 48 obras de pavimentação de acesso em andamento e outras 17 concluídas, totalizando 1.490 km pavimentados; e a ampliação do ensino fundamental de oito para nove anos, gerando um incremento de 97 mil vagas em 2005.

Oposição cobra "choque social"

Mesmo reconhecendo avanços no PPAG, o deputado André Quintão (PT) criticou a baixa execução, em 2005, de seis projetos estruturadores da área social. Entre eles, cinco destinados a ações para crianças e adolescentes estariam com zero por cento de execução e seriam viabilizados com recursos do próprio Estado. O deputado também questionou o fato de que, ao contrário dos recursos para o PPAG como um todo, que cresceram mais de R$ 500 milhões, em muitos projetos da área social teria havido redução.

É o caso do projeto estruturador "Inclusão social de famílias vulnerabilizadas", com 11% a menos de verbas, segundo ele. O crédito autorizado teria passado de mais de R$ 25 milhões, em 2005, para R$ 22,448 milhões, em 2006. "Tão importante quanto o choque de gestão, precisamos agora de um choque social", opinou o parlamentar do PT. André Quintão também fez um alerta para o que classificou como morosidade na execução do Orçamento Criança - que inclui não somente ações na área de assistência social, mas também programas como o Primeiro Emprego e a capacitação de profissionais para a área de educação infantil. Ele também criticou a exclusão na revisão do PPAG, em 2006, de recursos para capacitação de profissionais desse nível de ensino.

Contraponto - Respondendo ao questionamento, o subsecretário Tadeu Barreto Guimarães alegou que o Estado sozinho não consegue executar os projetos, pois precisa de parcerias com os governos federal e municipais e com as entidades da sociedade civil. Ele informou que iria participar dos grupos de trabalho - que têm atividades nesta terça e quarta - para saber quais restrições teriam levado os projetos citados por André Quintão a uma execução abaixo de 5%.

Em sua fala inicial, o subsecretário informou que a área social (saúde, segurança, educação e assistência social) apresentava os melhores resultados em execução dos projetos estruturadores com recursos estaduais. O "Inclusão social de famílias vulnerabilizadas" teve uma execução de 53%, levando-se em conta a aplicação de recursos do Tesouro Estadual. Os deputados João Leite (PSDB), Miguel Martini (PHS) e José Milton (PSDB) apoiaram a análise do subsecretário e fizeram elogios ao governo estadual

Respondendo a representantes da Defensoria Pública, que reivindicaram um "orçamento digno" em faixas espalhadas pelas galerias do Plenário, o subsecretário informou que a proposta orçamentária da Defensoria para 2006 é de R$ 49,2 milhões, contra uma execução de R$ 24,6 milhões em 2004.

Palavras iniciais - A presidente da Comissão de Participação Popular, deputada Maria Tereza Lara (PT), que presidiu os trabalhos, destacou que a audiência de revisão do PPAG é uma oportunidade importante de participação e de atendimento das demandas do setor social. Segundo ela, é preciso fortalecer a democracia representativa, para que esta exerça seu papel com ética e transparência, e avançar para a democracia direta e participativa. Já o 3º-vice-presidente da ALMG, deputado Fábio Avelar (PSC), também destacou a importância da revisão do PPAG como um momento em que se dividem responsabilidades, para a tomada de decisões que refletem as necessidades do Estado. "É o planejamento detalhado e consistente, envolvendo Executivo, Legislativo e sociedade", concluiu.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715