Comissão debate construção de Centro Administrativo no Carlos Prates

O Centro Administrativo que o governo do Estado quer construir no espaço hoje ocupado pelo Aeroporto Carlos Prates é ...

25/10/2005 - 01:01
 

Comissão debate construção de Centro Administrativo no Carlos Prates

O Centro Administrativo que o governo do Estado quer construir no espaço hoje ocupado pelo Aeroporto Carlos Prates é obra estimada em R$ 500 milhões, pretende deslocar para lá cerca de 30 mil funcionários e oferecer 5,3 mil vagas de estacionamento. Terá grandes impactos sobre o sistema viário e ambiental da região Noroeste da Capital, além de sacrificar os equipamentos de esporte e lazer já construídos ali. Os custos de adaptação do sistema viário não estão incluídos nessa quantia, e teriam que ser arcados em parceria pela Prefeitura de Belo Horizonte e pelo Estado.

Estas informações, sem maior detalhamento, foram prestadas na audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembléia Legislativa, realizada nesta terça-feira. A reunião foi convocada a requerimento dos deputados Sávio Souza Cruz (PMDB) e Rogério Correia (PT), para colher subsídios que orientem a votação do PL 2.051/2005, do governador do Estado, que pede autorização legislativa para receber o terreno de quase 500 mil m2 em doação da União.

"Inicialmente, a área deveria se tornar parque ecológico. Depois foi incluída no projeto estruturador do Estado de construção do Centro Administrativo. Há apreensão no entorno por causa do acréscimo de trânsito, poluição atmosférica e desapropriações adicionais que seriam necessárias para adaptação do sistema viário", disse o deputado Souza Cruz.

Gustavo de Castro Magalhães, assessor-chefe da Seplag, disse que o projeto está na carteira de projetos prioritários do governo, e que oportunamente seria submetido aos conselhos municipais e à Assembléia. O terreno pertence à União, é administrado pela Infraero, e será doado mediante autorização legislativa, e com cláusula de encargos, que não significam pagamento, mas reversão à União se não for utilizado para a finalidade prevista no prazo de cinco anos.

Centro Administrativo seria a maior obra de BH desde sua fundação

O deputado Carlos Gomes (PT) e o arquiteto Eduardo Tavares, do Instituto Hóu para Cidadania, manifestaram restrições ao projeto. O primeiro, porque considera o sistema viário das ruas Padre Eustáquio e Três Pontas absolutamente congestionado. O segundo, porque haveria alternativas melhores e mais baratas, como o aproveitamento dos imóveis ao longo da avenida dos Andradas, que têm o metrô ao fundo.

Ricardo Lott, assessor da BHTrans, informou que os estudos para adaptação do sistema viário na região Noroeste serão concluídos em novembro próximo e estarão à disposição da comunidade para discussão. Só a partir daí seriam contratados os projetos executivos de engenharia e definidos os custos. Carlúcio Gonçalves, secretário da Administração Regional Noroeste da PBH, afirmou que "o projeto é arrojado, desafiador, e exige que o governo e a prefeitura estejam irmanados".

Segundo Gustavo Magalhães, o Estado gasta hoje R$ 1,3 milhão por mês com aluguéis, e que passaria a arrecadar com os imóveis que seriam esvaziados. O deputado Sávio Souza Cruz contrapôs que essa é uma questão difícil, porque sempre que o governo anuncia que vai ficar livre de aluguéis, ocorre pressão política para que continue inquilino.

Souza Cruz pediu que a Seplag faça para os deputados uma apresentação detalhada do empreendimento em data próxima, ainda que seja apenas nos aspectos conceituais. Estranhou que o assunto do Centro Administrativo não tenha sido incluído nas discussões recentes de revisão do Plano Diretor da Capital, ocorridas na Câmara Municipal. "Talvez a razão seja a descrença da PBH em que esse projeto seja levado em frente", opinou. Carlúcio Gonçalves esclareceu que o projeto será debatido futuramente, e será a maior obra de Belo Horizonte, depois de sua fundação.

O deputado Laudelino Augusto (PT), presidente da comissão, revelou que já existe uma proposta de ação legislativa aprovada na Comissão de Participação Popular para a realização de uma audiência pública com os moradores da região do bairro Padre Eustáquio para debater o centro administrativo e a nova rodoviária da cidade. Propôs, então, que a próxima reunião seja realizada na comunidade.

Presenças - Deputado Laudelino Augusto (PT), presidente; deputados Sávio Souza Cruz (PMDB) e Carlos Gomes (PT). Gustavo de Castro Magalhães, assessor-chefe da Seplag; Ricardo Lott, assessor da BHTrans; Wilton Jesus Silva, presidente da Aceplan; Carlúcio Gonçalves, secretário da Administração Regional Noroeste.

 

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