Lei das Micro Empresas é debatida em Ponte Nova e recebe sugestões

Dando prosseguimento às discussões sobre a proposta da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, a Comissão de Turismo...

24/10/2005 - 01:00
 

Lei das Micro Empresas é debatida em Ponte Nova e recebe sugestões

Dando prosseguimento às discussões sobre a proposta da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, a Comissão de Turismo, Indústria, Comércio e Cooperativismo da Assembléia promoveu, nesta segunda-feira (24/10/05), audiência pública em Ponte Nova, na Zona da Mata. Essa reunião, realizada na Associação Comercial e Industrial do município, é a terceira entre seis para tratar do assunto, requeridas pelo vice-presidente da comissão, deputado Carlos Gomes (PT). As primeiras foram em Nova Lima e Divinópolis, e as próximas serão em Almenara, Timóteo e Contagem.

Na abertura, Carlos Gomes disse que, desde 1996, quando foi criado o Simples, sistema de tributação federal simplificada, os valores para enquadramento de micro e pequenas empresas não foram mudados. Uma das propostas da Lei Geral é justamente corrigir o teto atual das micro, dos atuais R$ 120 mil de faturamento por ano, para R$ 430 mil; e para as pequenas, passar de R$ 1,2 milhão para R$ 3,6 milhões. O parlamentar defendeu também medidas da proposta para reduzir a burocracia, que atingiria mais fortemente os pequeno e micro empresários.

Cadastro - Depois de fazer um histórico das iniciativas legais em favor das micro e pequenas empresas, a consultora do Sebrae/MG, Viviane Goulart de Ornelas, lembrou que a Constituição Federal de 1989 já previa tratamento diferenciado, simplificado e favorecido para esse setor. Mas, com tudo isso, não foi resolvido o problema da dificuldade para abrir, manter e, mesmo, fechar uma empresa", acrescentou. De acordo com Viviane, a proposta da Lei Geral para suprir essa lacuna cria um cadastro único - federal, estadual e municipal, visando desburocratizar esses procedimentos.

A proposta prevê também, segundo a consultora, um regime tributário especial - o "Simples Geral", que contempla segmentos não incluídos no Simples federal, como prestadores de serviço. Diferente de hoje, em que "o micro e pequeno empresário perde tempo com datas de pagamento de tributos", segundo ela, no novo sistema, o pagamento é unificado. Outro ganho seria o acesso para as micro e pequenas empresas a novos mercados. Hoje, essas empresas não têm acesso às compras governamentais, devido ao volume exigido. A Lei geral estabelece que as compras por licitações podem ser feitas parceladamente, o que possibilitaria o acesso de empresas menores. Viviane Goulart destacou também como vantagens da lei o acesso maior a crédito, exportações, inovações tecnológicas, e à Justiça, com a criação dos juizados especiais para micro e pequenas empresas.

Renúncia fiscal seria de R$ 16 bi com nova lei

Membro da comissão que analisa a proposta de Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), afirmou estar convencido de que ela será talvez "a verdadeira reforma tributária". Isso porque, para ele, há consenso entre os partidos para votá-la e a aprovação pode se dar por maioria simples, uma vez que se trata de uma lei complementar. Ele explicou que, para agilizar a tramitação, o anteprojeto da lei geral, elaborado pela Casa Civil, deve ser anexado em forma de substitutivo ao Projeto de Lei Complementar (PLP) 210/04, que regulamenta a pré-empresa, e já tramita na Câmara dos Deputados. "Acho que é possível votar o projeto ainda esse ano. Defendo que ele seria a grande marca do governo Lula", avaliou Lopes. Ele estimou que, com a aprovação da lei, a renúncia fiscal seria de cerca de R$ 16 bilhões, entre R$ 6 bilhões de tributos e R$ 10 bilhões para a Previdência. "Esse valor é irrisório se comparado ao aumento de arrecadação em conseqüência da nova lei", complementou.

Debates - Na fase de debates, foi sugerido que os valores para enquadramento de micro e pequenas empresas fossem móveis. O deputado Reginaldo Lopes acatou a sugestão, afirmando que proporia o reajuste anual dos valores pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O presidente do Sindicato do Comércio Varejista da cidade, Gilmar Pinto Oliveira, avaliou que, "com a nova lei, não haverá perda, mas uma troca: além do ganho com a arrecadação, a estrutura de fiscalização seria simplificada, reduzindo as despesas. Com o enfoque da simplificação, a consultora do Sebrae, Viviane Ornelas, lembrou que o governo do Estado lançou há pouco o Minas Fácil, que simplifica a abertura de empresas. Com o programa, que por enquanto funciona apenas na Capital, o prazo médio para abertura de empresas foi reduzido de 152 para oito dias, de acordo com ela.

Presenças - Deputado Carlos Gomes (PT), vice-presidente da comissão. Além dos citados na matéria, participaram também o vice-prefeito de Ponte Nova e presidente da ONG Movimento Internacional pela Paz e Não Violência de Ponte Nova (Movpaz); o presidente da Associação Comercial e Industrial de Ponte Nova e da CDL Ponte Nova, Afonso Mauro Pinho Ribeiro; e os vereadores de Ponte Nova, José Mauro Raimundi, Paulo Roberto dos Santos; e de Jequeri, Teonílio Ávila e Genevaldo Sampaio; e a vereadora de Oratórios, Maria Célia Oliveira.

 

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