FFO opina favoravelmente às contas do Estado referentes a 2004

A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária aprovou nesta quarta-feira (5/10/05), com voto contrário da depu...

05/10/2005 - 00:01
 

FFO opina favoravelmente às contas do Estado referentes a 2004

A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária aprovou nesta quarta-feira (5/10/05), com voto contrário da deputada Elisa Costa (PT), parecer do deputado Ermano Batista (PSDB) favorável à aprovação das contas relativas ao exercício de 2004 apresentadas pelo governador Aécio Neves por meio da Mensagem 370/05. O relator informou que a receita total do Estado, no ano passado, superou em 5,66% a previsão inicial, totalizando R$ 21,82 bilhões. Segundo Ermano Batista, houve "significativos crescimentos reais na arrecadação dos impostos de competência do Estado". Além disso, o parecer afirma que a despesa de R$ 21,73 bilhões representou 90,78% da autorizada, o que evidencia "o esforço de controle das despesas públicas". O relator apresentou, junto com seu parecer, um projeto de resolução, ainda sem número, que prevê a aprovação das contas.

O relatório informa que o Estado ampliou em 2,02% os gastos com Educação em 2004, em comparação com o ano anterior. Já a área da Saúde, continua o documento, recebeu 12,16% do orçamento, índice acima do que prevê a Emenda à Constituição 29, de 2000. Já no item relativo às despesas com pessoal, o relatório afirma que o governo gastou 48,3% do orçamento, cumprindo os limites estabelecidos na Lei Complementar Federal 101, de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).

A deputada Elisa Costa argumentou que o aumento de 5,66% na arrecadação do Estado deveria ser levado em conta no momento de se elaborar as tabelas salariais do funcionalismo público. Além disso, disse que o governo estadual precisa aumentar seu comprometimento com a população mais pobre, pois "a execução orçamentária de programas de assistência social tem sido precária". Ela ainda fez uma ressalva quanto à alegada aplicação de 12,16% do orçamento na área da Saúde. Segundo a deputada, esse percentual inclui R$ 300 milhões que não foram aplicados em 2004, o que reduz o índice para aproximadamente 7%. Elisa Costa disse, ainda, que verbas investidas pela Copasa não podem ser incluídas como dinheiro aplicado na Saúde, pois o orçamento da empresa é proveniente de tarifas cobradas da população.

Os deputados Sebastião Helvécio (PDT) e Ermano Batista rebateram a argumentação da deputada petista. Helvécio elogiou o governador, dizendo que Minas é o único Estado com as quatro peças orçamentárias em vigor: Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI), Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG), as Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária. Já Ermano argumentou que a inclusão de gastos realizados pela Copasa na contabilidade da Saúde, apesar de controversa, é legal. "Até hoje ninguém se manifestou judicialmente contra essa prática", afirmou.

Isenção fiscal - Três mensagens do governador (435, 438 e 439/05) encaminhando regimes especiais de tributação a empresas mineiras receberam pareceres pela aprovação, acompanhados por projetos de resolução. As empresas beneficiadas são a Empresa Moinho Sul Mineiro S/A (relator: Jayro Lessa - PFL), Moinhos Vera Cruz S/A (Jayro Lessa) e Moinhos Sete Irmãos S/A (José Henrique - PMDB). Nos pareceres, a argumentação é de que trata-se de uma resposta ao tratamento fiscal diferenciado oferecido por São Paulo e Rio de Janeiro à indústria de moagem de trigo.

Outras duas mensagens (436 e 437/05), que prevêem regime especial para a empresa Domingos Costa Indústrias Alimentícias S/A, não tiveram parecer lido porque o relator, deputado Sebastião Helvécio, percebeu incorreções nos relatórios e pediu à assessoria da Comissão que os refizesse.

Exame de fundo de olho também na escola fundamental

A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária aprovou, também, parecer de 1º turno favorável ao PL 2.213/05, do deputado Doutor Viana (PFL), que acrescenta um dispositivo ao artigo 1º da Lei 15.394, de 2004, que obriga a realização do exame de fundo de olho em recém-nascidos no Estado. O exame tem o objetivo de detectar uma doença chamada retinoblastoma, um tumor ocular que atinge 500 crianças por ano no Brasil. Com o novo dispositivo acrescentado, o exame passará a ser feito também nos alunos da 1ª à 4ª série do ensino fundamental das escolas públicas estaduais. O parecer do relator, deputado Domingos Sávio (PSDB), opina pela aprovação da matéria na forma do substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Outro projeto que recebeu parecer de turno único favorável na reunião foi o PL 2.582/05, do deputado Sebastião Helvécio, que institui o Dia de Conscientização da Carga Tributária. Segundo o autor do projeto, o objetivo é informar a população sobre os impostos federais, estaduais e municipais que a afetam no seu dia-a-dia. A data a ser comemorada vai variar de ano para ano, levando-se em consideração um cálculo que envolve dois indicadores: a Carga Tributária Bruta (CTB) e o Produto Interno Bruto (PIB).

Foram aprovados pareceres de 1º turno favoráveis a quatro projetos de lei que tratam de doação de imóveis. O PL 1.836/04, do deputado Sargento Rodrigues (PDT), autoriza o Poder Executivo a doar três terrenos situados, respectivamente, em Itabira, Patos de Minas e Teófilo Otoni, à Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais (Cohab/MG). Nessas áreas deverão ser construídas casas populares a serem ocupadas por militares estaduais, pensionistas desses servidores, policiais civis, funcionários públicos estaduais e outros. O projeto recebeu parecer pela aprovação na forma do substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça. O relator foi o deputado Márcio Kangussu (PPS).

O PL 2.141, do deputado Fahim Sawan (PSDB), autoriza a doação de um terreno do Poder Executivo, em Uberaba, à Companhia Habitacional do Vale do Rio Grande (Cohagra), no qual serão construídas casas populares. O parecer do deputado Márcio Kangussu opina pela aprovação do projeto na forma do substitutivo nº 1, da CCJ, com uma emenda apresentada pela Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais.

Já o PL 2.325/05, do deputado Weliton Prado (PT), altera a Lei 13.577, de 2000, que autorizou a doação de um terreno ao município de Frutal. Pela lei, no local seriam construídas casas populares em um período de três anos, mas isso não foi feito. O projeto de lei prevê a mudança da destinação do imóvel - construção de um distrito empresarial - e dilata o prazo em mais cinco anos para que essa obra seja realizada. A comissão opinou pela aprovação da matéria na forma do substitutivo nº 1, da CCJ, que reduz o prazo para três anos. O relator foi o deputado Ermano Batista.

Também recebeu parecer pela aprovação, na forma do substitutivo nº 1, da CCJ, o PL 2.459/05, do governador, que altera a lei 13.696, de 2000, que autorizou a doação de um imóvel à cidade de Peçanha. Pelo projeto, a destinação do terreno continua sendo o funcionamento de instituições em benefício da criança e do adolescente, mas na área remanescente, atualmente invadida, o poder público municipal terá de regularizar a situação dos moradores do local. O deputado José Henrique foi o relator da matéria.

O último projeto da pauta que trata da doação de imóveis, o PL 2.534/05, teve o parecer da deputada Elisa Costa lido, mas não votado. É que como a proposição diz respeito à doação de um imóvel ao município de Simão Pereira, o deputado Sebastião Helvécio, que é da região, pediu vista do parecer para que ele possa conversar com as lideranças locais, a fim de saber se a destinação do imóvel prevista pelo projeto é a mais adequada. Pelo PL 2.534/05, deverão ser construídos no terreno casas populares e uma área de lazer.

Retirados de pauta - Por determinação do presidente da Comissão, deputado Domingos Sávio, foram retirados da pauta os seguintes projetos de lei, por não cumprirem os pressupostos regimentais: PL 2.265/05, do governador, que altera lei que autorizou a doação de imóvel à Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte e extingue a Fundação Instituto do Coração de Minas Gerais (Cardiominas); PL 1.051/04, do governador, que trata da estrutura orgânica da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad); e PL 2.461/05, do governador, que trata das tabelas de vencimento básico das carreiras dos servidores de Educação Superior.

Presenças - Deputados Domingos Sávio (PSDB), presidente; Jayro Lessa (PFL), vice; Ermano Batista (PSDB), José Henrique (PMDB), Márcio Kangussu (PPS), Sebastião Helvécio (PDT) e Paulo Piau (PPS); e deputada Elisa Costa (PT).

 

 

 

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