Plenário aprova alterações nas carreiras do Executivo

O Plenário da Assembléia aprovou, na manhã desta terça-feira (4/10/05), em turno único, projeto que altera parte das ...

04/10/2005 - 00:00
 

Plenário aprova alterações nas carreiras do Executivo

O Plenário da Assembléia aprovou, na manhã desta terça-feira (4/10/05), em turno único, projeto que altera parte das leis que dispõem sobre os planos de carreiras dos servidores do Executivo. O PL 2.542/05, do governador, foi aprovado com várias mudanças, entre elas uma alteração que assegura aos detentores de função pública e aos designados o direito de receberem adicionais por tempo de serviço, adquiridos ou a adquirir. Agora o projeto precisa ter o parecer de redação final apreciado pelo Plenário para, depois, ser enviado à sanção do governador.

O PL 2.542/05 foi votado em turno único em obediência ao artigo 208 do Regimento Interno. Esse artigo estabelece que, caso não seja apreciado em até 45 dias, projeto do governador em regime de urgência será incluído em ordem do dia, para discussão e votação em turno único, com prioridade na pauta do Plenário (faixa constitucional). A matéria entrou na faixa constitucional na manhã desta terça, quando foi apreciada. Já o projeto das tabelas salariais dos servidores da saúde continuou em discussão, que foi acompanhada das galerias por representantes da Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais do Estado de Minas Gerais (Asthemg) (leia abaixo).

Saiba mais sobre projeto aprovado

A garantia de recebimento dos adicionais por tempo de serviço para os designados e função pública está prevista na subemenda nº 1 à emenda nº 21, encaminhada pelo próprio governador. Já a subemenda foi apresentada pelo deputado Doutor Viana (PFL) para tornar mais clara a redação da proposta. O parlamentar foi designado relator oral do projeto em Plenário, para dar parecer sobre quatro emendas, entre elas a nº 21, apresentadas à matéria no encerramento da discussão, na reunião extraordinária da noite de segunda-feira (3/10).

Ao encaminhar a votação da matéria, o líder do Bloco PT/PCdoB, deputado André Quintão (PT), afirmou que o benefício para os designados e função pública foi obtido depois de uma ampla negociação com o governo. Ele citou o exemplo de professores designados há 20 anos no Estado que corriam o risco de perder os adicionais por tempo de serviço, caso assumissem cargo efetivo após aprovação em concurso. O deputado Rogério Correia (PT) informou que a proposta já estava prevista em emenda do bloco de oposição. Já o deputado Sebastião Helvécio (PDT) opinou que essa e outras conquistas cabiam ao Legislativo e não somente à oposição, sendo resultado de um amplo entendimento. Em resposta, Correia cobrou dos deputados da base de governo mais empenho para reivindicar do Executivo melhorias nos projetos das tabelas salariais.

Fiscal vistoriador e inspetor de transporte coletivo têm emenda aprovada

Além da emenda nº 21, encaminhada pelo governador, foram apresentadas ao projeto as emendas nºs 18 e 19, pelo deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), e a emenda nº 20, pelo deputado Sargento Rodrigues (PDT). A emenda nº 18, que foi aprovada pelo Plenário, incide sobre o artigo 46 do projeto. Esse dispositivo prevê a extinção dos 227 cargos de fiscal vistoriador e dos 12 cargos de inspetor de transporte coletivo, todos de provimento em comissão e de recrutamento limitado. Segundo o projeto, a extinção será efetuada simultaneamente com o provimento dos cargos das carreiras de fiscal assistente de transportes e obras rodoviários e fiscal de transportes e obras rodoviários - carreiras essas instituídas no artigo 40 do projeto.

A emenda do deputado, que foi aprovada pelo Plenário, propõe que a extinção desses cargos se dê somente com a sua vacância. A alegação é que muitos servidores que ocupavam esses cargos não alcançaram o direito ao apostilamento no cargo. Por isso, segundo o deputado, sofreriam perda salarial ao serem posicionados na estrutura da nova carreira.

O relator, deputado Doutor Viana, ao contrário do Plenário, tinha opinado pela rejeição da emenda nº 18. Segundo ele, os cargos em comissão são de livre nomeação e exoneração, não tendo os ocupantes direito adquirido ao seu exercício. Além disso, o relator alegou que os cargos em comissão destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento, o que não seria o caso dos cargos que o projeto original pretendia extinguir.

Já as emendas nºs 19 e 20, que tiveram parecer pela rejeição, foram rejeitadas. A emenda nº 19 sugeria a transformação da Diretoria de Recursos Humanos do Departamento de Estradas de Rodagem (DER/MG) em Divisão de Recursos Humanos, vinculada à Diretoria de Planejamento e Finanças do DER. Segundo o deputado Doutor Viana, essa é uma competência privativa do governador do Estado. Já a emenda nº 20 estabelecia que determinados servidores ocupantes de cargos de provimento em comissão da Polícia Militar, se cumprissem certos requisitos, passariam a fazer jus à remuneração do cargo de defensor público. O relator também alegou que a competência era privativa do governador.

Emendas do relator

O Plenário também aprovou três outras emendas apresentadas pelo relator ao PL 2.542/05. A emenda nº 22 torna expressa a transformação do cargo de secretária lotado na Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop) em cargo de auxiliar de Cultura. O objetivo é dar mais clareza ao texto da lei. A modificação decorre da alteração feita no substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça, também aprovado pelo Plenário, que passou de 46 para 47 o número de cargos de auxiliar de Cultura. A mudança ocorreu a pedido do Poder Executivo.

Já a emenda nº 23 corrige imperfeição no texto que estabelece a carga horária dos professores de educação superior, dos professores de arte e restauro, dos professores de arte e dos professores de ensino médio e tecnológico. A adequação proposta deixa claro que a carga horária poderá ser estendida até 50%. A emenda nº 24 estabelece, também a pedido de técnicos do Poder Executivo, que a tabela de vencimento da carreira de agente de segurança penitenciário entrará em vigor em 1º de setembro de 2005.

O PL 2.542/05 foi aprovado pelo Plenário na forma do substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça; com as emendas nºs 1 a 3 e 5 a 17, da Comissão de Administração Pública; com as emendas nºs 18 e 22 a 24; além das subemendas nº 1 às emendas nºs 4 e 21. Foram rejeitadas as emendas nºs 19 e 20 e prejudicadas ainda as emendas nºs 4 e 21.

Entre as emendas aprovadas, estão as seguintes: a emenda nº 10, que dispõe sobre a incorporação de gratificação complementar ao valor do vencimento básico do agente de segurança penitenciário; a emenda nº 11, que trata da incorporação de gratificação para agentes penitenciários; as emendas nºs 12 e 14, que se referem às tabelas de agente de segurança penitenciário e de agente de segurança sócio educativo, respectivamente.

Deputados do bloco de oposição discutem projeto das tabelas da saúde

Os deputados Rogério Correia e André Quintão, ambos do PT, discutiram o PL 2.462/05, do governador, que dispõe sobre as tabelas salariais dos servidores da saúde. O projeto continua em discussão em Plenário. Correia fez várias críticas ao governo estadual e enfatizou que, no que diz respeito às tabelas da saúde, não houve alterações substantivas durante a tramitação. "Estamos resistindo a um rolo compressor", disse. O parlamentar pediu o apoio dos demais deputados nas negociações com o governo. Segundo ele, trabalhadores da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) já entregaram ao Executivo proposta alternativa de tabela salarial. Citou ainda os casos dos servidores da Fundação Hemominas e da Fundação Ezequiel Dias (Funed).

Em aparte, o deputado André Quintão afirmou que as conquistas obtidas até agora com a análise das tabelas salariais foram resultado de intensa mobilização e participação dos trabalhadores. Lembrou, ainda, que a mobilização já dura cerca de 100 dias.

O PL 2.462/05 é um dos mais polêmicos em tramitação na Assembléia, que tem recebido a visita de vários servidores da área da saúde, em particular auxiliares de enfermagem e funcionários administrativos da Fhemig. Eles não concordam com o reajuste médio de 4% proposto pelo governo estadual e reivindicam aumento de 35%. De acordo com o governo, o grupo de atividades da saúde conta atualmente com 30.886 servidores, sendo 25.688 ativos e 5.196 inativos. Quanto à repercussão financeira da implantação das tabelas da saúde, o impacto será de R$ 28,6 milhões em 2005; R$ 61,3 milhões em 2006; e R$ 71,3 milhões em 2007.

 

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