Participação social é destacada em Conferência sobre o ECA

A importância da sociedade e do Estado na formulação e fiscalização de políticas para a criança e o adolescente; e da...

29/09/2005 - 00:00
 

Participação social é destacada em Conferência sobre o ECA

A importância da sociedade e do Estado na formulação e fiscalização de políticas para a criança e o adolescente; e da participação social no acompanhamento e fiscalização do Orçamento e na promoção e valorização das diversidades. Esses foram os assuntos enfocados pelos debatedores e deputados nos três painéis do segundo dia da V Conferência Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, nesta quinta-feira (29/9/05). Fruto de uma parceria entre Assembléia, governo do Estado e Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca), o evento iniciado na quarta vai até a próxima sexta (30), no Parque de Exposições da Gameleira.

PPAG - O deputado André Quintão (PT), que coordenou o segundo painel, sobre participação social na fiscalização do Orçamento, anunciou que a ALMG vai inaugurar este ano a primeira avaliação de metas físicas do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG). "Tão importante quanto avaliar o volume de recursos aplicados é medir o resultado, a qualidade da gestão", opinou Quintão, informando que o documento de avaliação já está pronto na Assembléia. O deputado disse ainda que o modelo utilizado na Assembléia (de audiências públicas para discutir o PPAG e outras formas de acompanhamento) pode servir de referência para as câmaras municipais. Já o assessor da Secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Ângelo Luiz Rezende, destacou os programas estruturadores do PPAG com enfoque na criança e no adolescente.

Maria de Fátima Anastasia, do Centro de Estudos Legislativos da UFMG, foi a primeira expositora do primeiro painel, coordenado pelo deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT). Ela destacou a importância dos conselhos, criados pela Constituição Federal de l988. Segundo Fátima, eles são "instrumentos de vocalização de preferências e de fiscalização e controle da execução das políticas públicas". A professora defendeu que os conselhos, mais ligados ao Executivo, devem se aproximar mais do Legislativo, como forma de acompanhar melhor a atuação desse poder.

Municípios têm muitas responsabilidades e poucos recursos

Depois de também valorizar a participação social nos conselhos, o conselheiro do Cedca e representante da OAB-MG, James Andris Pinheiro, enfocou dificuldades na atuação dos municípios para executar políticas sociais. De acordo com Pinheiro, com a Constituição de 1988, 19% dos recursos passaram a ser destinados aos municípios. Com isso, e devido à falta de integração entre União, Estados e municípios, os dois primeiros passaram a transferir responsabilidades para os últimos, sem a correspondente transferência de recursos. Atualmente, informou o conselheiro, 27% dos recursos dos municípios com menos de 10 mil habitantes são gastos com atividades de responsabilidade do Estado ou da União.

Diversidade - No terceiro painel, sobre a participação e diversidade, o professor da Faculdade de Ciências Médicas, Paulo César Pinho Ribeiro, disse que o trabalho com adolescentes deve valorizar a auto-estima, o protagonismo juvenil e a habilidade de superar adversidades. Por fim, o professor aposentado do Departamento de Comunicação Social da UFMG, Paulo Saturnino Figueiredo, defendeu que não há uma infância e uma adolescência, mas várias, dependendo de cada contexto histórico, social e econômico. "A criança, em grotões do país, até hoje é vista como um adulto em miniatura. Ela não partilha da idéia da infância como uma época privilegiada na sua história, diferentemente do que ocorre com criança de classe média, nos grandes centros".

União - Durante as exposições, o deputado Domingos Sávio (PSDB) destacou o caráter suprapartidário do trabalho da Assembléia em prol da infância e adolescência. "Nossas metas nos unem", afirmou, acrescentando que essa mesma união deve acontecer também entre todas as esferas de governo e a sociedade civil. Também nessa linha, o presidente do Cedca, João Batista de Oliveira, reforçou que a luta é suprapartidária, e todos têm que juntar forças. O deputado Durval Ângelo (PT) disse que o que faz a diferença na garantia de direitos a crianças e adolescentes e de direitos humanos é a participação da sociedade. Já o deputado Alencar da Silveira Jr. disse que não há outra saída para resolver o problema das crianças e dos adolescentes a não ser os governos federal e estadual oferecerem mais recursos para as entidades que lidam com esses públicos.

Presenças - Compuseram a mesa os deputados Alencar da Silveira Jr (PDT), André Quintão (PT), Durval Ângelo (PT) e Domingos Sávio (PSDB). Compareceu também à conferência a deputada Elisa Costa (PT).

 

 

 

 

 

 

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