Venda Nova aguarda criação de distrito
industrial
A região de Venda Nova aguarda há quase dez anos a
instalação de um distrito industrial capaz de fomentar o
desenvolvimento da região, gerar empregos e incrementar o comércio
local. Uma lei municipal para viabilizar a instalação de um pólo de
indústrias não poluentes na região foi aprovada em 1996, mas até
hoje o projeto não saiu do papel. A comunidade local aguarda ansiosa
a concretização da idéia, e se mobiliza para cobrar maior
articulação entre a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), o governo do
Estado e a iniciativa privada. Nesta terça-feira (28/9/05), o
assunto foi discutido em uma reunião da Comissão de Turismo,
Indústria, Comércio e Cooperativismo da Assembléia Legislativa
realizada no bairro Serra Verde.
A idéia do pólo industrial surgiu em 1994, quando a
construtora CR Almeida solicitou autorização para lançar um
loteamento no terreno onde se localizava a antiga Fazenda Serra
Verde, no bairro de mesmo nome. A PBH autorizou o empreendimento,
mas só liberou o parcelamento do solo com uma compensação: a
construtora teria que ceder parte do terreno de 537 mil metros
quadrados para o município instalar o parque industrial. Pela lei, a
empresa também ficaria encarregada da urbanização da área, vizinha
do hipódromo e do futuro parque ecológico do Serra Verde.
Mas o empreendimento não foi para a frente.
Passados nove anos da aprovação da lei na Câmara Municipal, o
terreno em questão continua intacto. Só 25% dos cerca de 400 lotes
da CR Almeida foram comercializados, e a infra-estrutura para
instalação do pólo industrial nunca foi feita. Para concretizar o
projeto, no entanto, a PBH ainda precisa tomar posse desses lotes já
comercializados. Resolvidas as pendências jurídicas do terreno,
parte-se para a urbanização da área e captação de empresas para se
instalarem no local. "Não existe obrigação legal de instalação do
pólo industrial. Mas a prefeitura assume o compromisso político de
criá-lo", garantiu o secretário da Administração Regional Venda
Nova, Geraldo Magela Luzia da Silva.
Segundo o secretário, o prefeito Fernando Pimentel
já manifestou interesse na criação do parque industrial. A PBH já
montou um grupo de estudos para viabilizar a instalação do
empreendimento, mas cobra colaboração do Estado para tocar as obras
de infra-estrutura necessárias. "É importante que os deputados
sensibilizem o governo do Estado para fazer a urbanização do
terreno, para que a PBH tenha condições de investir no entorno do
parque industrial", defendeu Geraldo Magela.
Diversas lideranças comunitárias e empresários da
região cobraram a continuidade do projeto e defenderam a
participação do Estado nas obras de infra-estrutura. Outra
reivindicação da comunidade é a inclusão do futuro pólo na área do
aeroporto industrial de Confins.
Deputados apresentam sugestões para o
projeto
O deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), que pediu a
realização da reunião, cobrou responsabilidade da PBH, que segundo
ele, é a única responsável pelo desembaraço jurídico das terras onde
será instalado o parque industrial. Ele propõe a realização de um
estudo pela consultoria da ALMG para analisar qual o melhor
instrumento legal para estender os benefícios fiscais das indústrias
do entorno do aeroporto de Confins para Venda Nova. Ele disse que
também pretende oficiar o governador para que ele indique um
representante do Executivo estadual para acompanhar o processo de
instalação do pólo industrial.
Já o deputado Jésus Lima (PT) defendeu que o
distrito abrigue uma fábrica que aproveite o ácido acrílico que será
produzido no futuro pólo petroquímico de Ibirité. O deputado Carlos
Gomes (PT), vice-presidente da comissão, lamentou as ausências de
representantes do governo do Estado na reunião, mas disse estar
confiante na concretização do antigo sonho da comunidade do bairro
Serra Verde.
Presenças - Deputados
Carlos Gomes (PT), que presidiu a reunião; Sávio Souza Cruz (PMDB) e
Jésus Lima (PT). Também participaram da reunião o membro da comissão
pró-implantação do distrito industrial de Venda Nova, Francisco
Naves Aguiar; e o padre José Aroldo.
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