Cipe Rio Doce vai nesta sexta (30) a Ponte Nova e Mariana

Mobilizar a comunidade e levar informações para prefeitos e vereadores sobre o Projeto "Rio Doce Limpo" são os objeti...

29/09/2005 - 00:01
 

Cipe Rio Doce vai nesta sexta (30) a Ponte Nova e Mariana

Mobilizar a comunidade e levar informações para prefeitos e vereadores sobre o Projeto "Rio Doce Limpo" são os objetivos da caravana de divulgação do programa - que visa à despoluição de 90% da bacia do rio Doce até o ano 2020. A iniciativa de popularizar o projeto é da Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Rio Doce (Cipe Rio Doce), que promoverá audiências nesta sexta-feira (30/9/05) em Ponte Nova, às 10 horas, e em Mariana, às 15 horas. Novos encontros acontecerão em outubro e novembro. A comissão é formada por parlamentares das Assembléias de Minas Gerais e do Espírito Santo.

A reunião em Ponte Nova será no Auditório da Prefeitura (Avenida Caetano Marinho, 306) e, em Mariana, no Centro de Cultura do Sesi (Rua Frei Durão, 22). Participarão dos dois encontros o coordenador estadual da Cipe, deputado Márcio Passos (PL), e Sebastião Figueiredo, da Agência Nacional de Águas (Ana). O cronograma da caravana prevê reuniões em Ipatinga e em Coronel Fabriciano, no dia 28/10; em Itabira, no dia 18/11; em Governador Valadares, no dia 25/11; em Conceição do Mato Dentro, no dia 30/11. Outros encontros acontecerão em São João Evangelista, Caratinga, Manhuaçu, além de Colatina, Linhares e Baixo Guandu (Espírito Santo). Ainda não há data marcada para essas reuniões.

Lançado pela Assembléia de Minas em setembro, o plano já foi apresentado em Brasília, em novembro de 2004, para a Frente Parlamentar em Defesa das Águas e para autoridades na área de saneamento e meio ambiente. Segundo o ambientalista Alberto Pêgo, consultor da Cipe Rio Doce, o tratamento de 90% dos esgotos custaria R$ 600 milhões - o mesmo preço da Usina Hidrelétrica de Aimorés ou 10% do custo do polêmico projeto de transposição do Rio São Francisco, com a vantagem de não ter adversários. O impacto orçamentário seria reduzido, pois estaria diluído ao longo dos próximos 15 anos, em parcelas de R$ 40 milhões por ano.

Eleição - A caravana de divulgação do Projeto "Rio Doce Limpo" ocorre no momento de renovação da diretoria da Cipe Rio Doce. A nova diretoria para o biênio 2005/07 será eleita na próxima quinta-feira (6/10), às 10 horas, no Plenário da Assembléia Legislativa do Espírito Santo. Na solenidade, será apresentado o relatório da gestão 2003/05; lançado o livro "Rio Doce Limpo"; além de ser definida a agenda de trabalho da comissão para a próxima gestão.

Deputados comentam importância do projeto

O coordenador estadual da Cipe Rio Doce, deputado Márcio Passos (PL), lembra que o relatório "Rio Doce Limpo" mereceu elogios da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em Brasília, que destacou a riqueza dos dados e a correção dos estudos. "O trabalho foi elaborado por técnicos da mais alta qualificação e agora nos cabe pleitear os recursos para realizar o sonho de vê-lo cumprido", comentou ele no lançamento do relatório.

Quanto à obtenção dos recursos para execução do programa, o deputado José Henrique (PMDB), relator da Cipe, menciona a mudança na lei do Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas (Fhidro), que vai permitir o investimento no saneamento ambiental, e informa que há R$ 60 milhões do Fundo de Privatização da Cia. Vale do Rio Doce que poderiam ser usados. A deputada Elisa Costa (PT) acrescentou que existem R$ 40 milhões disponíveis no Orçamento deste ano, que poderiam ser alocados no Fhidro e destinados ao início do tratamento dos esgotos.

Quando o projeto "Rio Doce Limpo" foi discutido na Assembléia capixaba, em outubro de 2004, a vice-presidente da Cipe, deputada Cecília Ferramenta (PT), definiu-o como um projeto "pé no chão", pois relaciona prioridades por etapas e lista ações para os próximos 16 anos. Participam da comissão, por Minas Gerais, além das deputadas Cecília Ferramenta (PT) e Elisa Costa (PT), os deputados Márcio Passos (PL), José Henrique (PMDB), Jayro Lessa (PFL) e Mauri Torres (PSDB), presidente da Assembléia.

Prioridades do Projeto "Rio Doce Limpo"

Para o plano de despoluição foram priorizados 210 municípios que despejam os esgotos no Rio Doce, entre os 230 da bacia (202 em Minas e 28 no Espírito Santo). Esses municípios foram separados em dois blocos: 167 com população urbana até 10 mil habitantes; e 43 com população superior a 10 mil pessoas. Nesses 43 municípios maiores vivem 80% dos habitantes da bacia. O levantamento durou quatro meses e envolveu técnicos que percorreram essas 43 cidades, além de enviarem formulários com perguntas para as demais.

A critérios como população e volume de resíduos urbanos, foram incorporadas informações como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a existência ou não de projetos de tratamento de esgoto em andamento. As 13 cidades com mais de 50 mil habitantes da bacia (que tem 3,5 milhões de habitantes) respondem por 40% do lançamento de esgotos. Somente a cidade de Ipatinga tem 100% de seus esgotos tratados. As maiores cidades são Governador Valadares e Ipatinga, em Minas Gerais, e Colatina e Linhares, no Espírito Santo.

Autoria - O relatório "Rio Doce Limpo" foi preparado pela assessoria técnica da Cipe Rio Doce, com reforço de especialistas de órgãos de controle ambiental e saneamento de Minas e do Espírito Santo, além da Agência Nacional das Águas (Ana), da Funasa, dos Creas de Minas e do Espírito Santo, da Cia. Vale do Rio Doce e da consultoria de Meio Ambiente da ALMG.

 

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