Presidência defere requerimentos e comunica decisões

Durante a Reunião Ordinária de Plenário desta quinta-feira (15/9/05), a Presidência fez diversas comunicações, entre ...

15/09/2005 - 00:00
 

Presidência defere requerimentos e comunica decisões

Durante a Reunião Ordinária de Plenário desta quinta-feira (15/9/05), a Presidência fez diversas comunicações, entre elas a decisão de que as comissões da Assembléia não poderão deliberar sobre qualquer assunto durante o tempo destinado aos debates com convidados. Tal decisão surgiu do questionamento do deputado Adalclever Lopes (PMDB), sobre o procedimento adotado pela Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais, na reunião do dia 8 de setembro, quando apreciou matéria deliberativa na fase de oitiva dos convidados. Essa decisão da Presidência foi feita em cumprimento ao disposto no inciso I, do artigo 83 do Regimento Interno, que determina que ao presidente, como fiscal da ordem, compete tomar as providências necessárias ao funcionamento normal das reuniões, especialmente fazer observar as leis e este Regimento.

A Presidência determinou ainda a anexação do Projeto de Lei (PL) 2.575/05, da deputada Ana Maria Resende (PSDB), ao PL 2.240/04, do deputado Gilberto Abramo (PMDB), por guardarem semelhança. A primeira proposição dispõe sobre a implantação do teste vocacional para os alunos do ensino médio da rede pública do Estado de Minas Gerais e a segunda torna obrigatória a aplicação de testes vocacionais nas escolas públicas e privadas do Estado.

Ainda durante a reunião foram deferidos oito requerimentos, sendo um do deputado Edson Rezende (PT) e outros, solicitando o exame global, pelo Plenário, do Relatório Final da Comissão Especial do Ipsemg. O segundo requerimento, do deputado Miguel Martini (sem partido), solicita que o PL 2.515/05, de sua autoria, seja encaminhado à comissão seguinte a que foi distribuído, já que a Comissão de Constituição e Justiça perdeu prazo para emitir parecer. A proposição dispõe sobre a obrigatoriedade de academias de ginástica, clubes esportivos, centros esportivos e estabelecimentos similares exibirem placa de advertência sobre o uso inadequado de anabolizantes. Os outros requerimentos aprovados, do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), pedem a inclusão na Ordem do Dia, dos seguintes Projetos de Lei: 99, 115 e 130, de 2003; 1.667 e 1.733, de 2004; e 2.087, de 2005.

Referendo sobre a proibição do comércio de armas é tema de debates

Os deputados Sargento Rodrigues (PDT) e Edson Rezende (PT) utilizaram a tribuna do Plenário para debater sobre o referendo popular do dia 23 de outubro, quando os brasileiros terão que ir às urnas para responder à seguinte pergunta: "O comércio de armas de fogo dever ser proibido no Brasil?". O deputado Sargento Rodrigues é coordenador da Frente Parlamentar pelo Direito da Legítima Defesa e o parlamentar do PT é coordenador da Frente Parlamentar Estadual por Um Brasil sem Armas.

Rodrigues disse que, como coordenador da Frente pela Legítima Defesa, tem obrigação de esclarecer o cidadão que, no dia 23 de outubro, vai votar, não no desarmamento, mas sim na retirada de um direito de escolher se compra ou não uma arma. Disse ser favorável ao desarmamento do criminoso e que depois é que deve ser decidido sobre o comércio de armas e munições. Lembrou ainda que a Lei 10.826, de 2003, traz fortes restrições ao registro, posse e porte de armas de fogo, além de determinar que o porte ilegal é crime inafiançável. "A Frente não prega corrida armamentista à casa de armas. Prega é que não seja retirado do cidadão o direito de opção", defendeu.

Ao invés da proibição do comércio de armas, o parlamentar cobrou do governo federal uma política pública para a área de segurança e uma ação de combate ao contrabando nas fronteiras do Brasil. "O Rio de Janeiro é o Estado mais violento do Brasil e não tem nenhuma casa de venda de armas", afirmou Sargento Rodrigues ao dizer que as armas dos bandidos - que são fuzis e metralhadoras - chegam por meio de contrabando. Em aparte, o deputado Paulo Piau (PP) cumprimentou o parlamentar pela "postura e coragem em tocar no assunto do armamento e desarmamento".

Já Edson Rezende (PT) lembrou que, no Brasil, morrem mais pessoas por armas de fogo que em muitos países em guerra civil. Segundo pesquisa da Unesco, somente em 2003, 39 mil pessoas morreram por causa de armas. Dessas mortes, de acordo com o parlamentar, 90% foram homicídios. "Temos hoje uma cultura alterada por causa de arma de fogo. Antes, brigava-se na rua, rolava-se no chão; hoje mata-se", afirmou Edson Rezende. O parlamentar disse ainda que existem, no Brasil, 17,5 milhões de armas, o que corresponde a 13% das armas do mundo. "Nós temos que cobrar do Estado como acontece o contrabando e não nos armar mais ainda", opinou.

O parlamentar destacou a importância do referendo: "O referendo é um instrumento para resolver uma questão complexa, quando trazemos o debate para que a sociedade decida, por meio de dados científicos e não pelo lado emocional". Ele apresentou ainda dados de que, em países como Austrália, Inglaterra e Japão, o número de homicídios por arma de fogo caiu; ao passo de que os Estados Unidos é o 8o país mais violento do mundo. Lá, como ele lembrou, o porte de armas é permitido.

 

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