| Comissão discute situação de ex-funcionários da extinta Indústria 
            Malvina A situação dos 800 ex-funcionários da extinta usina 
            de álcool e açúcar Industrial Malvina, que funcionava em Engenheiro 
            Dolabela, distrito de Bocaiúva, foi tema da reunião desta 
            quarta-feira (14/9/05) da Comissão de Assuntos Municipais e 
            Regionalização da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. O deputado 
            Edson Rezende (PT), vice-presidente da comissão, solicitou a reunião 
            a partir de denúncias trazidas pelo líder da comunidade, Regusino 
            Fernandes de Azevedo, de que os créditos trabalhistas desses 
            funcionários não foram pagos pela empresa, que teve sua falência 
            decretada em 1997. O parlamentar lembrou que, no caso de falência de 
            uma empresa, os créditos trabalhistas devem ser resolvidos. "Nossa 
            intenção, com essa reunião, é buscar uma saída. Essa comissão está 
            do lado dos trabalhadores", disse Edson Rezende. Todos os 
            participantes da reunião também reconheceram a importância de que 
            essas dívidas sejam pagas aos trabalhadores. Segundo o advogado que defende os ex-trabalhadores 
            da empresa, Frederico José Azevedo, o Estado de Minas Gerais tomou 
            posse dos cerca de 19 mil hectares pertencentes à Industrial Malvina 
            e os transferiu para a União, que consequentemente, os repassou para 
            o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Essa 
            terra significava R$ 50 milhões no patrimônio da empresa. De acordo 
            com o superintendente regional do Incra em Minas Gerais, Marcos 
            Helênio Leoni Pena, essa área recebe hoje um assentamento de reforma 
            agrária para 700 famílias, sob a coordenação do Incra. Disse ainda 
            que essa transferência das terras, do Estado para a União, foi 
            aprovada, na época, pela Assembléia Legislativa. O advogado dos trabalhadores, Frederico José 
            Azevedo, e o líder da comunidade, Regusino Fernandes de Azevedo, 
            destacaram que são favoráveis ao projeto da reforma agrária e que, 
            na realidade, estão cobrando o pagamento das questões trabalhistas 
            devidas. "Há dez anos os credores lutam para receber seus direitos. 
            Muitos já morreram", informou o advogado. "Queremos que os 
            trabalhadores sejam ressarcidos, seja pelo Estado de Minas, União ou 
            Incra. É estranho que eles estejam sendo lesados pelo próprio 
            Estado", completou. Em resposta, o procurador jurídico do Incra, 
            Carlos Valadares, disse que o Instituto não é responsável pelas 
            questões trabalhistas da Industrial Malvina. Já o procurador do 
            Estado, Antônio Olímpio Nogueira, defendeu que seja feita justiça 
            social e que a solução para o problema deve ser procurada por 
            etapas. Deputada quer promover nova reunião A deputada Jô Moraes (PCdoB), que presidiu parte da 
            reunião, ressaltou que alguém tem que ser responsabilizado por essa 
            situação dos trabalhadores. Disse ainda que a Assembléia Legislativa 
            tem que se comprometer em responder essas questões, já que a 
            situação de impotência e descaso existe há tantos anos. "É um 
            emaranhado de desresponsabilização e os trabalhadores saem 
            perdendo", afirmou Jô Moraes. Ela disse ainda que irá sugerir nova 
            audiência sobre o assunto na cidade de Bocaiúva. Também participando da reunião, o presidente do 
            Instituto de Terras do Estado de Minas Gerais (Iter/MG), Luiz 
            Antônio Chaves, fez um histórico sobre o funcionamento da empresa, 
            que ele conhecia desde a época que foi subdelegado do Trabalho em 
            Montes Claros. Disse que a empresa fechou porque o Ministério 
            Público passou a exigir o cumprimento dos direitos trabalhistas dos 
            empregados, o que a Industrial Malvina não conseguiu arcar. Ele 
            defendeu ainda o assentamento feito pelo Incra, em parceria com o 
            Iter, nas terras que eram da empresa. "Essa parceria surgiu da 
            necessidade de ser um assentamento modelo, o maior de Minas Gerais". 
             Requerimentos pedem audiências públicas Dos cinco requerimentos apresentados pelos 
            deputados, quatro solicitam a realização de audiências públicas. O 
            deputado Edson Resende (PT) pediu debate, em conjunto com a 
            Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial, sobre as 
            questões relacionadas à produção de leite no Estado. Já o deputado 
            Adalclever Lopes (PMDB) solicitou audiência pública para discutir o 
            Projeto de Lei Complementar (PLC) 72/05, do Tribunal de Justiça de 
            Minas. A proposição adapta a Lei Complementar 59, de 2001, que 
            contém a organização e a divisão judiciárias do Estado de Minas 
            Gerais, à Emenda Constitucional 45, de 2004.
 O terceiro requerimento aprovado, do deputado 
            Carlos Pimenta (PDT), solicita audiência pública para debater, na 
            sede da Associação dos Municípios Mineiros da Área da Sudene 
            (Amams), em Montes Claros, o período de seca no Norte de Minas. Já o 
            deputado Gilberto Abramo (PMDB) solicita audiência pública, em 
            conjunto com a Comissão de Cultura, para debater o tombamento de 
            próprios públicos em Belo Horizonte. O quinto requerimento aprovado, do deputado Edson 
            Rezende (PT), solicita que seja convidada para participar da reunião 
            sobre o Plano Diretor da Região Metropolitana de Belo Horizonte, a 
            diretora do Instituto de Desenvolvimento Municipal, Marieta de 
            Campos Alves Vitorino. Também foram aprovados três requerimentos que 
            dispensam apreciação do Plenário. Presenças - Deputados 
            Edson Rezende (PT), vice-presidente; Jésus Lima (PT) e Sebastião 
            Helvécio (PDT) e a deputada Jô Moraes (PCdoB). Além das autoridades 
            citadas, participou da reunião a chefe de Divisão de Suporte 
            Operacional do Incra, Luci Rodrigues Espeschit.   
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