CBTU diz que R$ 83,5 milhões já estão liberados para metrô

As obras para sinalização do trecho do metrô de Belo Horizonte que liga as estações de São Gabriel e Vilarinho, orçad...

13/09/2005 - 00:00
 

CBTU diz que R$ 83,5 milhões já estão liberados para metrô

As obras para sinalização do trecho do metrô de Belo Horizonte que liga as estações de São Gabriel e Vilarinho, orçadas em quase R$ 12,2 milhões, deverão estar concluídas daqui a um mês e meio, em outubro. Além desse recurso, o governo federal já liberou mais de R$ 73 milhões para a conclusão das obras da Linha 1 (Eldorado/Venda Nova), que serão gastos com empreendimentos como conclusão da Estação de Integração Vilarinho e revisão de recuperação de trens. As informações foram prestadas pelo superintendente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em Belo Horizonte, João Ernani Antunes, em audiência pública da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembléia de Minas, nesta terça-feira (13/9/05).

De acordo com o superintendente da CBTU em BH, a liberação dos R$ 83,5 milhões para a Linha 1 do metrô já está assegurada, e os recursos já estão sendo empenhados. Algumas outras obras a que os investimentos aprovados em orçamento estão sendo destinadas são a parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para atividades como controle de tráfego, melhoria da acessibilidade, equipamentos e instrumentos de manutenção e melhorias ambientais. A previsão de conclusão dessas obras é até o final de 2006.

Para a Linha 2 (Barreiro/Calafate), entretanto, segundo João Ernani Antunes, os R$ 27,1 milhões previstos para serem liberados em 2005 estão contingenciados. "A população está andando a pé porque a passagem é cara. Queremos ver esse recurso aplicado', cobrou o deputado Célio Moreira (PL), autor do requerimento pela reunião. Ele lembrou que, apesar de várias reuniões feitas pela Comissão de Transporte e até por uma comissão especial sobre o tema, que funcionou em 2003, a "novela" sobre a liberação dos recursos do metrô continua se arrastando, há mais de 20 anos.

O deputado criticou a ausência do presidente da CBTU, João Luiz da Silva Dias, que justificou a ausência informando compromisso já agendado fora do Estado. Outra cobrança por esclarecimentos feita pelo deputado Célio Moreira foi quanto à regionalização do metrô e o repasse de sua gestão para consórcio público, conforme noticiado pela imprensa. "Como seriam priorizados os recursos? Quais seriam as fontes seguras de arrecadação?", questionou, criticando ainda a ausência de representante da Prefeitura de Contagem, também envolvida na parceria.

Integração das redes - De acordo com João Ernani Antunes, o metrô de Belo Horizonte ainda tem uma participação pequena no transporte coletivo, atendendo 110 mil passageiros por dia. Ele afirmou que 48% do sistema metroviário previsto já está pronto, mas depende de uma parceria - e não concorrência predatória - com o sistema de ônibus, para alcançar projeções bem maiores de fluxo diário.

Deputado critica governo federal

O deputado Gustavo Valadares (PFL), que também participou da reunião, fez críticas ao governo Lula e ao PT, que, segundo ele, têm usado o metrô como "palanque político", fazendo discursos diferentes conforme a conveniência do momento. Um exemplo, para ele, foi o anúncio de que serão construídas duas linhas subterrâneas. "Não sou contra as obras, mas não aceito que seja dado caráter político-eleitoral ao metrô subterrâneo", disse, lembrando que primeiro é preciso garantir o recurso.

A respeito da regionalização do metrô, o diretor de planejamento da BHTrans, Hélio Rodrigues Filho, afirmou que o processo deve garantir uma situação de equilíbrio para os entes envolvidos e que, para isso, será essencial que todos os trechos do sistema estejam funcionando.

Ao final da reunião, diversos moradores e sindicalistas usaram a palavra para cobrar o andamento das obras. O sindicalista Baptista Gariglio Filho lembrou que o investimento no metrô não deve se resumir às obras, mas também à passagem, para que seu preço não fique inacessível. Ele também se posicionou contra uma possível privatização, que poderia ser ocasionada em função do dos altos custos de manutenção exigidos.

O deputado Célio Moreira afirmou que irá requerer nova reunião sobre o assunto, daqui a cerca de um mês.

Presenças - Deputados Célio Moreira (PL), que presidiu a reunião, e Gustavo Valadares (PFL).

 

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