Expositores pedem investimentos na Uemg e Unimontes

A definição do modelo jurídico da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) como instituição pública ou privada, ...

13/09/2005 - 00:00
 

Expositores pedem investimentos na Uemg e Unimontes

A definição do modelo jurídico da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) como instituição pública ou privada, e a implantação de uma política pública para o ensino superior no Estado. Essas foram duas das cobranças feitas nesta terça-feira (13/9/05), no fórum técnico "A educação superior em Minas Gerais: conjuntura atual e perspectivas", realizado pela Assembléia Legislativa. Falando no painel sobre os desafios e perspectivas para o ensino superior em Minas, vários expositores pediram um projeto para o setor e mais investimentos na Uemg, Unimontes e Fapemig.

As atribuições do Conselho Estadual de Educação foram explicitadas pelo presidente da Câmara do Ensino Superior deste órgão, Adair Ribeiro, para quem não cabe ao conselho definir o que fazer com as instituições privadas de ensino, "mas fiscalizar sua qualidade". Ele desmentiu que Minas seja o Estado onde haja mais proliferação de faculdades particulares, apresentando números de São Paulo, Paraná e Santa Catarina, em que situação se repete. O importante, em sua avaliação, é que o Conselho defina os critérios para que as instituições sejam aprovadas. Para isso, Adair Ribeiro propôs uma discussão com a participação da sociedade e da Assembléia.

"O Conselho pode contribuir com este fórum, abrindo a discussão sobre qualidade, quantitativo e qualitativo dos professores e outros critérios para o bom funcionamento das instituições", disse. Adair Ribeiro afirmou ainda que o Conselho Estadual de Educação não pretende mudar, por enquanto, as formas de avaliação dos cursos, preferindo aguardar o que será implantado pela reforma do ensino superior.

Estudantes e professores pedem definição para universidades estaduais

Representantes dos estudantes e dos professores de ensino superior pediram uma definição da concepção jurídica da Uemg - se universidade pública ou privada -, e mais investimentos para a Unimontes e Fapemig. A presidente da União Estadual dos Estudantes, Luana Bonone, sugeriu que seja feito um projeto para o ensino superior, e que haja integração entre os sistemas de ensino estadual e federal. Ela concordou com as colocações anteriores sobre ensino à distância e fiscalização do ensino privado.

Também cobrando uma política pública para o setor, o vice-presidente do Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior e presidente da Associação Profissional dos Docentes da UFMG, Robson Mendes Matos, acrescentou que não há preocupação com o ensino superior no Estado. Segundo ele, basta ver a distribuição feita com os dois níveis de ensino em Minas: "o ensino básico, na Secretaria de Educação e o superior, na Secretaria de Ciência e Tecnologia, politicamente mais frágil, incapaz de lutar por recursos", justificou.

Em sua opinião, a reforma universitária terá um impacto desastroso para a Uemg e Unimontes, "porque elas não possuem os requisitos exigidos no artigo 18 do anteprojeto (três cursos de mestrado, um de doutorado, um terço de professores com mestrado e dedicação exclusiva, por exemplo)". Robson Matos disse que para atender apenas este requisito, as duas universidades "precisam receber imenso investimento, caso contrário o sistema estadual de ensino não terá universidades, mas centros universitários", enfatizou. E cobrou o investimento previsto na Constituição mineira nas três instituições, 2% do Orçamento nas universidades e 1% para a Fapemig.

Já o conselheiro federal da OAB, Mário Lúcio Quintão Soares, sugeriu a criação de um órgão nos moldes da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), para auxiliar o Conselho de Educação a fiscalizar os cursos, enquanto a professora Maria Auxiliadora Campos Araújo, representante do presidente do Conselho Estadual de Educação disse que o Estado aguarda a finalização do "Atlas da Educação", diagnóstico com toda a situação do ensino em Minas, para elaborar uma política para o ensino superior e básico.

 

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