Seminário da ALMG acompanha debate sobre fim dos lixões em Minas

A Assembléia de Minas promoverá, a partir do dia 20 de setembro, encontros nas 10 regiões de planejamento do Estado, ...

06/09/2005 - 00:00
 

Seminário da ALMG acompanha debate sobre fim dos lixões em Minas

A Assembléia de Minas promoverá, a partir do dia 20 de setembro, encontros nas 10 regiões de planejamento do Estado, a fim de colher propostas da sociedade para a melhor gestão dos resíduos sólidos. Erradicação dos lixões, soluções de conjuntos de municípios e inserção social dos catadores de material reciclável serão temas abordados nesses encontros. Eles vão preceder a etapa final do debate, que acontecerá no Plenário da ALMG entre os dias 21 e 23 de novembro de 2005. É o Seminário Legislativo "Lixo e cidadania - políticas públicas para uma sociedade sustentável", que a Assembléia promove em conjunto com órgãos de governo e sociedade civil organizada.

Fim dos lixões até 30/10 - Esse debate, que começará pela cidade de Pouso Alegre (Sul de Minas), no dia 20 de setembro, acontece num momento delicado para os administradores municipais. Segundo informações da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), os municípios deverão comprovar o fim dos lixões até o dia 30 de outubro, conforme determina instrução normativa do órgão. Quem não cumprir a determinação estará sujeito a penalidades que vão desde advertência até multa que pode chegar a R$ 74 mil. Os prefeitos terão que substituir esses depósitos de resíduos inadequados por aterros controlados, uma técnica que reduz os impactos ambientais, mas que é inferior ao aterro sanitário. Até 2 de setembro, a Feam contabilizava 426 lixões no Estado.

Os autores do requerimento que deu origem ao seminário são os deputados Laudelino Augusto (PT), presidente da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais, e André Quintão (PT). Eles destacam que esse momento de discussão é muito importante, tendo em vista as milhares de pessoas que vivem do lixo - muitas delas crianças. É também a oportunidade de ouvir o que os prefeitos e a sociedade organizada têm a dizer, além de repassar informações aos administradores. Nas reuniões no interior não há inscrição prévia, e os participantes elegem seis delegados que terão direito a voz e voto na plenária final, em Belo Horizonte. Para aprovar uma proposta nas reuniões, é preciso um mínimo de 25% dos votos.

Documentos das CTIs, com 275 propostas, vão subsidiar discussão no interior

As atividades dos grupos de trabalho dos encontros regionais terão como base relatórios com 275 propostas, produzidos pelas Comissões Técnicas Interinstitucionais (CTIs). Compostas por instituições organizadoras do seminário, as comissões têm o objetivo de apresentar propostas para os seis temas do evento, a fim de subsidiar as discussões no interior e na fase final. Os temas são os seguintes: "Lixo, economia e inclusão social", "Política de recursos humanos para a área de limpeza urbana", "Lixo, educação ambiental e cultura", "Lixo, saúde e meio ambiente", "Lixo, tecnologia e destinação" e "Lixo, legislação, recursos financeiros e mecanismos de financiamento".

Os integrantes das CTIs serão coordenadores dos grupos de trabalho dos encontros regionais. Haverá três grupos e cada um vai analisar e aprimorar os relatórios de duas comissões. Assim, o grupo I estudará os temas "Lixo, economia e inclusão social" e "Lixo, educação ambiental e cultura" (CTIs 1 e 3); o grupo II, os temas "Política de recursos humanos para a área de limpeza urbana" e "Lixo, legislação, recursos financeiros e mecanismos de financiamento" (CTIs 2 e 6); e o grupo III estudará os temas "Lixo, saúde e meio ambiente" e "Lixo, tecnologia e destinação" (CTIs 4 e 5).

Destaques dos relatórios das CTIs

* CTI I ("Lixo, economia e inclusão social" - 38 sugestões): estímulo à constituição de Fóruns Municipais Lixo & Cidadania; criação de Conselhos Municipais de Limpeza Urbana com poder deliberativo na gestão dos resíduos sólidos e com representação dos fóruns; criação de linhas de financiamento para municípios implantarem sistemas de tratamento e destinação final adequados, condicionadas à inclusão dos catadores nos programas de coleta seletiva e dos carroceiros transportadores do entulho da construção civil nos programas de reciclagem de entulho; criação de programas de capacitação das equipes técnicas municipais para elaboração de projetos de captação de recursos do Fundo Nacional do Meio Ambiente e outras agências financiadoras; criação de leis de incentivo fiscal a empresas de reciclagem; exigência, no licenciamento ambiental das empresas instaladas nos municípios, da implantação de medidas de redução e reutilização de resíduos. A coordenação é de Sônia Maria Dias, do Fórum Estadual Lixo & Cidadania.

* CTI II ("Política de recursos humanos para a área de limpeza urbana" - 21 sugestões): previsão, no Plano Diretor Municipal, de estruturação de órgãos para gerenciamento e execução da atividade de limpeza, tratamento e destinação final de resíduos, nos meios urbano e rural; autonomia administrativa e financeira para os órgãos municipais de gestão e execução da limpeza, tratamento e destinação final dos resíduos; utilização, pelos municípios, do sistema de consórcios na implantação de áreas comuns regionais para a destinação final de resíduos; garantia aos trabalhadores de assistência médica, psicológica, assistência social e segurança no trabalho; inclusão, pela ALMG e pelas Câmaras, do tema "Gestão de Resíduos Sólidos" em comissões permanentes; elaboração de regulamentos e normas internas, orientadoras e reguladoras das atividades dos servidores e profissionais da limpeza pública, com base na Agenda 21 e nos documentos relativos ao princípio da sustentabilidade. A coordenação é de Nelson Antônio Prata, da Associação de Defesa do Usuário, Consumidor e Contribuinte em Minas Gerais (Aducon).

* CTI III ("Lixo, educação ambiental e cultura" - 60 sugestões): mobilização social, por meio de campanhas educativas e eventos de massa; utilização da TV Assembléia, das TVs universitárias e das TVs educativas e comunitárias para divulgar experiências bem-sucedidas na área de meio ambiente, especialmente relacionadas à gestão dos resíduos sólidos, para discutir questões pertinentes ao contexto regional e para denunciar ações de degradação socioambiental, sendo disponibilizado e-mail ou telefone 0800 para facilitar a participação do cidadão; realização, na ALMG, do Fórum Técnico de Educação Ambiental em 2005/2006; capacitação dos profissionais da saúde, principalmente os agentes, para incorporarem ações e valores de Educação Ambiental em suas rotinas; continuidade das atividades de Educação Ambiental pelo prazo mínimo de seis meses a um ano, após o término do empreendimento a que estiverem vinculadas; inclusão, nos documentos de licenciamento socioambiental de empreendimentos de pequeno porte, na fase de licenciamento prévio e instalação, de propostas que promovam a Educação Ambiental. A coordenação é de Frederico Pecorelli, do Grupo de Estudos e Pesquisa em Direito Educacional (Gepede).

* CTI IV ("Lixo, saúde e meio ambiente" - 37 sugestões): prioridade à eliminação dos lixões; recuperação ambiental das áreas degradadas por lixões; prioridade e incentivo à criação de soluções por consórcios intermunicipais; definição de uma política de transporte integrado intermunicipal de resíduos quando adotadas soluções consorciadas de tratamento e disposição; previsão, no Plano Diretor Municipal, de áreas destinadas à disposição dos resíduos sólidos; definição de uma política estadual de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde e de resíduos perigosos; concepção do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde e de Resíduos Perigosos (PGRSS), abrangendo: avaliação de riscos, proposta de plano de emergência, monitoramento e controle, aspectos de recursos humanos; definição de uma política de coleta e transporte dos resíduos de serviços de saúde que estabeleça o controle público sobre licenciamento, fiscalização e custos dos serviços prestados por empresas licenciadas; regulamentação e implementação da Lei nº 13.796, de 2000, que dispõe sobre resíduos perigosos. A coordenação é de Maeli Estrela Borges, da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (Abes).

* CTI V ("Lixo, tecnologia e destinação" - 93 propostas): foram apresentadas sugestões sobre aterros, compostagem, consórcios, resíduos de construção, bolsas de troca de resíduos, produtos perigosos, resíduos industriais, agrotóxicos, coleta seletiva, resíduos de saúde, certificação, fiscalização, pesquisa, financiamento, educação e treinamento. No que diz respeito aos aterros, uma das propostas é fixar um prazo definitivo para que todos os municípios contem com aterros sanitários licenciados. A CTI também propõe o incentivo à formação de consórcios entre municípios, criando um órgão homologador para gerenciar o processo, evitando problemas da sucessão político-partidária. Com relação aos resíduos industriais, uma das propostas é implantar um programa que torne obrigatório o recolhimento e a destinação final de lâmpadas fluorescentes, de pilhas e baterias de telefones celulares, fixos ou móveis, por seus fabricantes e distribuidores. Quanto à coleta seletiva, é sugerido o incentivo a convênios ou contratos, visando à implantação efetiva da coleta nas escolas privadas e públicas municipais, estaduais e federais, em parceria com empresas de reciclagem, propiciando a educação ambiental dos alunos. Uma das sugestões sobre fiscalização é a de criação de mecanismos que possam coibir depósitos clandestinos de resíduos e de criação de canais para denúncia de infratores e punição civil e penal dos mesmos. A coordenação é de Santelmo Xavier, da ACMinas.

* CTI VI ("Lixo, legislação, recursos financeiros e mecanismos de financiamento" - 26 propostas): estruturação da política estadual de resíduos sólidos fundamentada no projeto federal; formalização, na política estadual, de: fontes de recursos, responsáveis pela implementação e fiscalização, mecanismos de controle social; aquisição, através do Fundo "Máquinas para o Desenvolvimento", de máquinas com maiores facilidades em termos de valores, taxas e forma de pagamento, a serem usados nos sistemas de resíduos sólidos; sistematização da alocação de recursos orçamentários para viabilizar a implantação desses sistemas, priorizando a sua aplicação fundamentada em indicadores sociais, econômicos e ambientais; redução do ICMS para as aquisições de equipamentos/materiais e serviços direcionados aos sistemas de resíduos sólidos; aumento do percentual de recursos do ICMS ecológico (sub-critério saneamento) destinados aos municípios, viabilizando mais investimentos nesses sistemas; adoção de fator de qualidade para aferição de operação dos empreendimentos habilitados a receber a cota parte do ICMS Ecológico, bem como adoção de fator de redução para limitar, a um período máximo de 14 anos, o recebimento dessa cota parte. A coordenação é de Ângela Maria Vieira Ladeira, da Abes, e Renato Neves de Resende, do BDMG.

Cronograma de interiorização

Setembro

* Dia 20/9 (terça-feira) : Pouso Alegre (Sul de Minas)

* 23/9 (sexta-feira): Juiz de Fora (Zona da Mata)

* 26/9 (segunda-feira): Betim (Região Central)

* 27/9 (terça-feira): Divinópolis (Região Centro-Oeste)

Outubro

* Dia 4/10 (terça-feira): Governador Valadares (Vale do Rio Doce)

* 6/10 (quinta-feira): Teófilo Otoni (Jequitinhonha/Mucuri)

* 18/10 (terça-feira): Patos de Minas (Alto Paranaíba)

* 20/10 (quinta-feira): Paracatu (Noroeste de Minas)

* 27/10 (quinta-feira): Montes Claros (Norte de Minas)

Novembro

* Dia 8/11 (terça-feira): Uberaba (Triângulo Mineiro)

 

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