Política de geração de créditos de carbono será debatida na Assembléia

A Política Estadual de Apoio a Projetos para Geração de Crédito de Carbono, estabelecida nos moldes do Protocolo de K...

09/09/2005 - 00:01
 

Política de geração de créditos de carbono será debatida na Assembléia

A Política Estadual de Apoio a Projetos para Geração de Crédito de Carbono, estabelecida nos moldes do Protocolo de Kyoto, será debatida nesta quarta-feira (14/9/05) na Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembléia Legislativa. A reunião, marcada para as 9h30 no Plenarinho II, atende a requerimento do deputado Carlos Pimenta (PDT). O deputado é também autor de um projeto de lei (PL 2.146/05) que trata do mesmo assunto e foi anexado ao PL 2.070/05, do deputado Gustavo Valadares (PFL), por guardarem semelhança.

O aumento da concentração dos chamados gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera terrestre - dióxido de carbono e metano - tem provocado alterações climáticas que, segundo o deputado, colocam em risco a continuidade da vida no planeta, alterando os ciclos de chuva, a força e a direção das correntes marítimas, a manutenção das geleiras e calotas polares e elevam a temperatura média do planeta, colocando em risco o equilíbrio ambiental.

O que diz o Protocolo de Kyoto - O Protocolo de Kyoto, que entrou em vigor em 16/2/2005 e do qual o Brasil é signatário, prevê atitudes enérgicas para a contenção das emissões de GEE. O documento estabelece o limite mínimo de 5,2% de redução das emissões desses gases, sobre os níveis de 1990, pelos países desenvolvidos e regras rígidas de acompanhamento e verificação do cumprimento das metas. O protocolo também leva em consideração a dificuldade de os países desenvolvidos cumprirem as metas de emissão e criou, como alternativa a esse problema, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Esse mecanismo, que será debatido na audiência pública, é a aquisição, pelos países desenvolvidos, de créditos de carbono gerados em países em desenvolvimento signatários.

Os exemplos mais comuns de projetos já em estudo no Brasil são o de plantio de florestas artificiais, a não-substituição de carvão vegetal na siderurgia pelo coque metalúrgico, a coleta de gases em aterros sanitários e sua conversão em energia elétrica, a coleta e biodigestão de dejetos de suínos e a queima desses gases para geração de energia elétrica. Essas alternativas defendem sua elegibilidade como MDL porque, além de contribuírem para uma menor emissão de GEE, geram empregos e renda e estimulam a preservação ambiental. A aprovação dos projetos é feita em cada país. No Brasil, o órgão responsável é a Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima, criada em 1999.

Só então os projetos são submetidos à ONU. Não são previstos órgãos certificadores pertencentes a governos estaduais. A estes caberá, se julgarem válido, adotar ações autônomas de apoio e incentivo à formulação de projetos elegíveis e tutoria desses projetos junto aos órgãos federais.

"Minas Gerais apresenta um enorme potencial de geração de créditos de carbono. São exemplos o setor florestal e a possibilidade de conversão dos 'lixões' em aterros sanitários nas diversas regiões do Estado. Esses recursos internacionais desonerados representarão enorme ganho de qualidade de vida, preservação ambiental e desenvolvimento sustentável", observou Carlos Pimenta. "Por outro lado, considerada a importância do momento atual, visto que a recente vigência do Protocolo de Quioto provocará uma corrida dos países em desenvolvimento em direção às oportunidades de captação de recursos, em especial China e Índia, justifica-se um esforço do Estado a fim de fomentar iniciativas", concluiu.

Convidados - Para a audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais foram convidados os secretários de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, e de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Bilac Pinto; o prefeito de Mariana e presidente da Associação Mineira de Municípios, Celso Costa Neto; o presidente do Crea-MG, Marcos Túlio de Melo; e o secretário municipal de Meio Ambiente de Montes Claros, Paulo Faria Ribeiro.

 

 

 

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