Estudo denuncia degradação ambiental no rio Bananeiras

Comprometimento da qualidade do solo, restrições à biodiversidade e assoreamento dos cursos d'água são alguns problem...

08/09/2005 - 00:00
 

Estudo denuncia degradação ambiental no rio Bananeiras

Comprometimento da qualidade do solo, restrições à biodiversidade e assoreamento dos cursos d'água são alguns problemas vivenciados na região das nascentes do rio Bananeiras, afluente do rio Paraopeba que banha Conselheiro Lafaiete. A situação de degradação ambiental foi relatada por pesquisadores da Faculdade e Colégio Santa Rita (Fasar), em reunião nesta quinta-feira (8/9/05), da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais, solicitada pelo vice-presidente, deputado Doutor Ronaldo (PDT). As informações são baseadas em estudo que faz parte do projeto de conclusão do Curso de Geografia da Fasar, conduzido por Sérgio Luiz da Cunha e Luiz Antônio Almeida Fernandes, que participaram da reunião, e Leandro Lopes da Silva.

Além de denunciarem a compactação do solo pelo gado a menos de 200 metros da nascente do Bananeiras e os prejuízos provocados pelo plantio de eucalipto, os graduandos da Fasar mencionam no trabalho o lançamento de esgoto sem tratamento no rio, já na cidade de Lafaiete, entre outros problemas. Segundo os graduandos, é preciso agora proteger as 24 nascentes, mantendo a qualidade das águas e regularizando as vazões, além de promover um mini-reflorestamento para recuperar as áreas próximas. O trabalho de conscientização dos proprietários das terras onde estão as 24 nascentes também é sugerido pelos estudantes, que têm promovido palestras e atividades ambientais nas escolas do Alto Paraopeba como forma de extensão universitária.

Outro mérito do trabalho é atualizar a cartografia dos aspectos físico-políticos da bacia, detectando quatro nascentes não catalogadas. Para o vice-presidente da comissão, deputado Doutor Ronaldo, a educação ambiental é fator essencial para mudar a situação do Bananeiras, que deságua no Paraopeba, afluente do Rio São Francisco. Lembrando que o São Francisco é um doente que precisa de ajuda, o deputado João Leite (sem partido) condenou a transposição das águas do rio, projeto conduzido pelo governo federal. Ele defendeu um programa de revitalização da bacia. Já o deputado Sávio Souza Cruz (PMDB) sugeriu que as propostas do projeto de graduação sejam ampliadas e não se restrinjam à proteção das nascentes. Para ele, é preciso envolvimento da Copasa, dos proprietários e usuários da água.

Deputados querem informações sobre matadouros e Cercadinho

A Comissão de Meio Ambiente aprovou, ainda, dois requerimentos que tratam de solicitação de informações por meio de diligência e de realização de audiência pública. O deputado Sávio Souza Cruz quer saber a opinião das secretarias de Estado do Meio Ambiente e da Agricultura sobre o Projeto de Lei (PL) 896/03, que estabelece condições para a instalação e o funcionamento de frigoríficos, matadouros, abatedouros e charqueadas no Estado. De autoria do deputado Adalclever Lopes (PMDB), o projeto aguarda parecer do deputado Sávio Souza Cruz para ser apreciado pelo Plenário em 2º turno. O relator quer sugestões das secretarias para aprimorar o projeto, que em 1º turno não foi analisado pelas comissões de mérito, incluindo a de Meio Ambiente.

Cercadinho - O outro requerimento aprovado, do deputado João Leite, pede audiência pública para discutir o PL 2.266/05, da deputada Lúcia Pacífico, que cria a Estação Ecológica do Cercadinho, em Belo Horizonte. O parlamentar é o relator do projeto na comissão.

PL sobre Serviço Voluntário Ambiental vai a Plenário

Além desses dois requerimentos, a comissão analisou parecer sobre o PL 2.344/05, do deputado George Hilton (sem partido), que dispõe sobre a criação do Serviço Voluntário Ambiental no âmbito do Estado. O relator, deputado João Leite, opinou pela aprovação da matéria com as emendas nºs 1e 2, da Comissão de Constituição e Justiça. Agora o projeto está pronto para ser apreciado em 1º turno pelo Plenário.

Pelo projeto, no exercício da atividade não remunerada, o voluntário poderá atuar nas áreas de educação ambiental, monitoramento e gestão, manutenção de trilhas, serviços administrativos, identificação de focos de incêndio, prestação de informações a visitantes e fiscalização, bem como participar de grupos de resgate e de combate a incêndio. A emenda nº 1 visa adequar a proposição à Lei Federal 9.608, tendo em vista o conceito de serviço voluntário. A emenda nº 2 suprime o inciso VIII do artigo 4º, que prevê a atividade de fiscalização como uma das atribuições possíveis para o voluntário ambiental. Isto porque essa atividade só pode ser exercida por servidor público integrante do quadro de pessoal da administração pública.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Doutor Ronaldo (PDT), vice-presidente; João Leite (sem partido) e Sávio Souza Cruz (PMDB), além dos pesquisadores Sérgio Luiz da Cunha e Luiz Antônio Almeida Fernandes e dos professores Cláudio Eduardo Lana, doutorando em Meio Ambiente da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), e Flávio Nasser Drummond, do Curso de Graduação em Geografia e Meio Ambiente da Fasar.

 

 

 

 

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