Produção de leite no Estado será debatida com convidados

Questões relacionadas à produção de leite no Estado e à quebra do contrato entre Danone e produtores de leite da regi...

06/09/2005 - 00:00
 

Produção de leite no Estado será debatida com convidados

Questões relacionadas à produção de leite no Estado e à quebra do contrato entre Danone e produtores de leite da região da Mantiqueira serão objeto de debates na Assembléia. Requerimento nesse sentido, dos deputados Edson Rezende e Padre João, do PT, foram aprovados em reunião da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembléia Legislativa nesta terça-feira (6/9/05). Os parlamentares pedem reunião conjunta dessa comissão com a de Assuntos Municipais e Regionalização. Segundo o deputado Edson Rezende, os produtores da região de Barbacena foram surpreendidos com a decisão da Danone, que não quer mais comprar o leite da associação. Ele apontou o prejuízo dos produtores e afirmou que questões como essa já foram denunciadas pela CPI do Preço do Leite.

Segundo informações do gabinete do deputado, a quebra do contrato, firmado há quatro anos, prejudica cerca de 180 produtores de leite da região da Mantiqueira. A empresa não teria oficializado a rescisão do contrato com produtores das cidades de Barbacena, Ibertioga, Piedade do Rio Grande, Carandaí, Bias Fortes, Antônio Carlos e Casa Grande, cuja produção chega aos 90 mil litros por dia. A alegação para a quebra de contrato seria de problemas na qualidade do leite vendido à Danone. A associação alega, no entanto, que possui certificados de órgãos públicos atestando a qualidade do produto.

Ao analisar o caso da Danone, o deputado Marlos Fernandes (PPS) opinou ser necessária a análise da exploração de produtos brasileiros por multinacionais. Já o deputado Doutor Viana (PFL) disse que as multinacionais não têm compromisso social e visam somente ao lucro. Ele também fez referência aos problemas relacionados à produção do leite no Estado, listados no relatório final da CPI do Preço do Leite. A comissão atuou entre agosto de 2001 e abril de 2002. Segundo o deputado, as determinações e sugestões do relatório final não foram observadas pelos órgãos executivos do Estado.

Convidados - Foram convidados a participar da reunião conjunta os secretários de Estado da Agricultura e de Desenvolvimento Econômico; representantes dos Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; o presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios de Minas Gerais; o coordenador estadual de Bovinocultura da Emater; o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite; representantes da Câmara Técnica de Bovinocultura de Leite do Conselho Estadual de Política Agrícola, da Federação da Agricultura do Estado (Faemg), da Federação dos Trabalhadores em Agricultura (Fetaemg) e da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

PL que incentiva fruticultura para recuperar área degradada está pronto para Plenário

Está pronto para ser apreciado em 2º turno pelo Plenário o Projeto de Lei (PL) 1.457/04, do deputado Roberto Carvalho (PT). O projeto cria uma linha de crédito especial, no âmbito do Fundo Estadual de Desenvolvimento Rural (Funderur), para o financiamento de projetos de recuperação de áreas degradadas que utilizem sistemas de fruticultura integrada com a apicultura. Ele também foi apreciado na reunião desta terça da Comissão de Política Agropecuária. O relator, deputado Marlos Fernandes, opinou pela aprovação da matéria na forma do vencido em 1º turno, ou seja, da forma como foi votada pelo Plenário.

Para o relator, é preciso que o Estado defina agora recursos orçamentários para viabilizar o Funderur. Ele foi acompanhado pelos deputados Edson Rezende e Doutor Viana, que elogiaram o projeto, mas defenderam que o Executivo dê consistência ao fundo. O PL 1.457/04 também ordena a participação do órgão gestor do Funderur na elaboração de projetos técnicos, na fiscalização dos financiamentos concedidos e na mobilização de governos municipais para a viabilização da implantação dos referidos projetos. Os recursos do fundo podem ser aplicados em financiamentos para investimentos fixos e semifixos com prazo máximo de dez anos, incluída a carência de, no máximo, cinco anos.

O projeto foi aprovado pelo Plenário com três emendas. A emenda nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça, ajusta o texto, ao substituir a expressão "fica criada" por "o poder público instituirá", no caput do artigo 1º. Já as emendas nºs 2 e 3, da Comissão de Política Agropecuária, alteram o conteúdo do projeto. A emenda nº 2 dá nova redação ao inciso I do artigo 2º, determinando que o órgão gestor do Funderur deverá "orientar e aprovar os projetos técnicos de implantação dos sistemas de exploração integrada da fruticultura e da apicultura objetos de solicitação de financiamento, observada sua viabilidade econômico-financeira". Originalmente, o órgão gestor deveria elaborar os projetos, o que implicaria custos elevados para o Estado.

Já a emenda nº 3 dá nova redação ao artigo 3º. Originalmente, no artigo 3º, a proposição alterava a Lei 14.309, de 2002, a lei florestal do Estado, acrescentando um dispositivo que incluía, nas ações de fomento ao florestamento e ao reflorestamento, a recuperação de áreas degradadas com sistemas de fruticultura integrada à apicultura. Para a Comissão de Política Agropecuária, que apresentou a emenda nº 3, o mais adequado é alterar o artigo 3º da Lei 12.998, de 1998, que cria o Programa Mineiro de Incentivo à Fruticultura. Desta forma, a emenda nº 3 acrescenta o inciso X a esse artigo, determinando que compete ao Executivo "fomentar a utilização de espécies frutíferas de porte arbóreo de forma integrada com a apicultura, em projetos de recuperação de áreas degradadas pela atividade agropecuária".

Presenças - Participaram da reunião os deputados Marlos Fernandes (PPS), vice-presidente, que a presidiu; e os deputados Edson Rezende (PT) e Doutor Viana (PFL).

 

 

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