Comissão quer acompanhar fiscalização de pedreira em Cocais

Cobrar da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) e do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) os laudos d...

02/09/2005 - 00:01
 

Comissão quer acompanhar fiscalização de pedreira em Cocais

Cobrar da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) e do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) os laudos de monitoramento em relação ao cumprimento das condicionantes de instalação e de operação da mineradora Itamix, na Vila Colonial de Cocais, distrito de Barão de Cocais. Requerimentos nesse sentido foram lidos nesta sexta-feira (2/9/05) pelo presidente da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembléia Legislativa, deputado Laudelino Augusto (PT), durante audiência pública da comissão naquela localidade. Entre essas condicionantes estão a apresentação de relatório fotográfico sobre o gerenciamento da atividade; relatório de monitoramento das detonações na pedreira; e a proibição das atividades da pedreira nos sábados, domingos e feriados.

A apresentação desses requerimentos, que devem ser votados na próxima reunião da comissão, foi necessária já que o representante da Feam, o técnico da Divisão de Extração de Minério Não-Metálico, Elói Mássimo, afirmou que essas condicionantes estão sendo acompanhadas pela fundação, mas não apresentou nenhum laudo comprovatório desse trabalho. Ele afirmou ainda que a Itamix está sendo fiscalizada regularmente e que o único condicionante que não foi cumprido diz respeito à criação do Parque Ecológico da Pedra Pintada.

Esse parque ecológico, segundo o diretor-geral da Itamix, Ronaldo Fonseca Ribeiro, não foi criado porque depende de um projeto da Prefeitura de Barão de Cocais. Informação essa confirmada pelo técnico da Feam e questionada por Laudelino Augusto. O parlamentar sugeriu a possibilidade de a Itamix assumir o parque, já que pertence a um grande grupo, o Belmont. O jornalista Everton de Paula, morador da vila que apresentou as denúncias de degradação ambiental na região por causa da atividade mineratória, também cobrou a instalação do Parque Ecológico da Pedra Habitada. Ele também fez um relato histórico da atividade mineratória na região, que antes de 2001 era feita pela Britadeira Ramos.

Já o geólogo do 3o Distrito do DNPM, Carlos Dias dos Santos, disse apenas que a atividade de extração e de britagem da rocha gnaisse, feita pela Itamix, está devidamente licenciada. Essas licenças dos órgãos ambientes foram entregues à comissão pelo diretor-geral da empresa, Ronaldo Fonseca Ribeiro.

Deputados visitam atividades de extração de brita

A ida da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais à Vila Colonial de Cocais foi motivada a partir de denúncias feitas pelo jornalista Everton de Paula, de que a atividade minerária tem causado prejuízos ambientais na região. A partir dessas denúncias, os deputados Laudelino Augusto, João Leite (sem partido) e Doutor Ronaldo (PDT) apresentaram requerimento pela audiência pública e pela visita à empresa Itamix. Essa visita ocorreu nesta sexta-feira (2), antes da audiência pública. Lá, os deputados conheceram a unidade de britagem e a jazida de gnaisse, que funciona onde anteriormente existiam cinco pequenas cachoeiras e um lago, local conhecido como Bosque das Borboletas.

Segundo o gerente-geral da Itamix, a empresa opera no local desde agosto de 2001, extraindo por mês cerca de 9 mil toneladas de brita. Ainda de acordo com ele, a empresa gera 43 empregos diretos em Barão de Cocais, sendo 21 no distrito de Cocais, que tem três mil habitantes. Informou ainda que nos últimos cinco anos, a Itamix gerou R$ 1,266 milhão de impostos para o município. Esses números foram apresentados por Ronaldo Fonseca Ribeiro durante a audiência pública, quando ele disse com veemência: "se a comunidade achar que a empresa deve fechar, nós sairemos daqui".

A defesa da empresa foi feita a partir de manifestações favoráveis da maior parte da comunidade presente na audiência pública. Os representantes da comunidade que utilizaram o microfone defenderam seus empregos e o desenvolvimento na vila, por causa da atividade mineratória. Pequena parte presente na reunião se posicionou favorável à preservação do meio ambiente, aliada ao desenvolvimento econômico.

O deputado Laudelino Augusto (PT) salientou que existem conflitos de interesse e que, por isso, é importante o diálogo para buscar uma solução. Também pela busca de um entendimento, o deputado João Leite (sem partido) sugeriu a criação de um conselho para discutir a questão de maneira local. Lembrou ainda que a Comissão de Meio Ambiente está atenta para não haver dano ambiental para região.

Já o deputado Padre João (PT) disse que nenhum empreendimento pode visar somente o lado econômico. "Temos que pensar na vida daqui a 15, 50 anos, dos que vão depender da terra, da água. Não podemos comprometer a vida futura", alertou. Reforçou ainda que a comissão quer saber se as condições técnicas estão sendo cumpridas.

Presenças - Deputados Laudelino Augusto (PT), presidente; João Leite (sem partido) e Padre João (PT). Além das autoridades citadas na matéria, participaram da reunião o presidente da Câmara Municipal de Barão de Cocais, Sebastião Eustáquio dos Santos; os promotores de Justiça de João Monlevade e Santa Bárbara, Samuel Saraiva Cavalcanti e Luiz Maurício Lara, respectivamente; e o engenheiro da empresa Itamix, Eduardo Mol Eyer Thomaz.

 

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