Administração Pública debate tabela da educação superior

A Comissão de Administração Pública da Assembléia Legislativa deverá votar na próxima semana, em 1º turno, os parecer...

01/09/2005 - 00:00
 

Administração Pública debate tabela da educação superior

A Comissão de Administração Pública da Assembléia Legislativa deverá votar na próxima semana, em 1º turno, os pareceres sobre os projetos do governador que tratam das tabelas de vencimento das carreiras da educação e da saúde e também da instituição da Vantagem Temporária Incorporável (VTI). Na manhã desta quinta-feira (1º/9/05), a comissão realizou a última das quatro audiências públicas programadas para debater os projetos com representantes do Poder Executivo e dos servidores. Desta vez, a discussão foi sobre o Projeto de Lei (PL) 2.461/05, que fixa as tabelas de vencimento básico das carreiras do grupo de atividades da educação superior e estabelece diretrizes para o posicionamento dos servidores na respectiva carreira. Participaram da reunião o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Bilac Pinto; a assessora chefe de Políticas de Desenvolvimento de Recursos Humanos da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), Jomara Alves, e dirigentes de entidades representativas de servidores da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) e da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

A exemplo do que aconteceu nas audiências anteriores, a representante da Seplag argumentou que a limitação orçamentária é o principal obstáculo para a viabilização das mudanças nas tabelas reivindicadas por servidores e deputados. Segundo Jomara Alves, a tabela, tal como foi proposta pelos servidores, teria um impacto na folha de pagamentos da Uemg e da Unimontes da ordem de R$ 22 milhões, montante que seria inconciliável com a realidade orçamentária do Estado. Atualmente, o gasto mensal com a folha dessas universidades é de R$ 4,3 milhões. No entanto, a assessora da Seplag admitiu a possibilidade de atender uma das reivindicações apresentadas pelos professores, de se estabelecer sete níveis na tabela da carreira, em vez de apenas seis como consta no projeto encaminhado pelo Executivo. No entanto, mesmo nesse caso, ela disse que os sete níveis só seriam viáveis se o último deles fosse acrescentado no final da carreira, o que postergaria por alguns anos o impacto financeiro da medida.

Deputados acreditam no aprimoramento dos projetos

Na abertura da audiência, o secretário Bilac Pinto falou sobre os esforços do governador para promover o ajuste das contas públicas e disse que o Executivo atua para valorizar os servidores das duas universidades estaduais. Bilac Pinto listou uma série de medidas adotadas por sua pasta em benefício da Uemg e da Unimontes, como a abertura de concursos públicos, programas de capacitação de professores, concessão de bolsas para doutorado e mestrado, incentivo ao desenvolvimento de pesquisas e aumento do aporte de recursos no ensino superior.

Os deputados presentes foram unânimes em apontar a importância do diálogo entre servidores, parlamentares e governo para o aprimoramento dos projetos das tabelas. Para o presidente da comissão, Fahim Sawan (PSDB), as audiências significaram um "esforço suprapartidário" na busca de soluções para as reivindicações dos servidores, compatibilizando-as com a realidade do Estado. Ricardo Duarte (PT) e Doutor Viana (PFL), autores do requerimento que deu origem à reunião, conjuntamente com os deputados Fahim Sawan e Rogério Correia (PT), e também o deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), frisaram que as tabelas não atendem as expectativas dos servidores nem recompõem as perdas salariais acumuladas ao longo de anos sem reajustes, mas disseram acreditar que seja possível melhorá-las mediante a apresentação e negociação de emendas.

Também presentes à reunião, os deputados Gil Pereira (PP) e Carlos Pimenta (PDT) ressaltaram a importância e o papel da Unimontes, que hoje já conta com cerca de 20 mil alunos e afirmou-se como referência para o desenvolvimento das regiões Norte de Minas e Jequitinhonha. Eles manifestaram preocupação com a evasão de professores que são mestres e doutores, desestimulados pela desvalorização profissional e atraídos por universidades particulares que oferecem condições salariais muito superiores às da Unimontes.

Servidores apontam desestímulo

Antônio Gonçalves Maciel, vice-presidente da Associação dos Docentes da Unimontes (Adunimontes), também abordou a importância da universidade para o Norte de Minas e considerou que a carreira do ensino superior não pode ser tratada com a mesma lógica das demais carreiras do funcionalismo, devido às suas especificidades, o que justificaria uma abordagem diferente no tocante às limitações orçamentárias. Antônio Augusto de Jesus, presidente da Associação dos Servidores da Uemg, lembrou que desde 1988 as metas traçadas para a consolidação da universidade vêm sendo descumpridas, e observou que o Estado tem que definir se quer ter uma universidade, de fato, ou apenas um centro universitário. Segundo ele, o ensino superior responde por apenas 1,73% da folha de pagamentos do Estado. Também participaram da reunião Itagiba de Castro Filho, professor da Unimontes; e Sérgio Avelino Nobre, da Adunimontes.

Presenças - Deputados Fahim Sawan (PSDB), presidente; Ricardo Duarte (PT), Carlos Pimenta (PDT), Gil Pereira (PP), Doutor Viana (PFL), Célio Moreira (PL) e Dalmo Ribeiro Silva (PSDB).

 

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