ALMG vai a Caxambu discutir exploração de águas minerais

A exploração das águas minerais no Sul de Minas e Alto Paranaíba voltará a ser discutida pela Assembléia Legislativa....

26/08/2005 - 00:02
 

ALMG vai a Caxambu discutir exploração de águas minerais

A exploração das águas minerais no Sul de Minas e Alto Paranaíba voltará a ser discutida pela Assembléia Legislativa. Desta vez, o debate acontece em Caxambu, onde a Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais promoverá reunião nesta segunda-feira (29/8/05), às 9 horas. O objetivo é promover a inserção de aspectos ambientais no edital de licitação para explorar as águas, a ser publicado pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig). A audiência pública, solicitada pelo deputado Laudelino Augusto (PT), presidente da comissão, será no Salão de Convenções do Palace Hotel de Caxambu.

Além da continuidade dos debates sobre o edital de licitação - que já foi objeto de audiência em Cambuquira, em 23 de maio -, os deputados vão discutir a situação dos trabalhadores da Superágua, do grupo Supergasbrás. No final de junho, cerca de 200 funcionários da empresa foram demitidos, pois o contrato para exploração das fontes das estâncias hidrominerais, firmado entre Superágua e Codemig, não foi renovado, e por isso a empresa teve que fechar suas portas. Em reunião da Comissão Especial das Estâncias Hidrominerais, realizada à época da demissão, o representante da Codemig, Marcelo Nassif, disse que será colocada no edital uma cláusula prevendo o reaproveitamento dos trabalhadores da Superágua pela empresa que ganhar a licitação.

Convidados - São convidados à reunião o prefeito de São Tomé das Letras e presidente da Associação dos Municípios do Circuito das Águas (Amag), Luiz Vilela Paranaíba; o presidente da Codemig, Oswaldo Borges da Costa Filho; o chefe do 3º distrito e o diretor-geral do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Luiz Eduardo Machado de Castro e Miguel Cedraz Nery; o superintendente regional da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM)/Serviço Geológico do Brasil, Hélbio Pereira; o diretor-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Paulo Teodoro de Carvalho; o porta-voz do Fórum das Organizações Não-Governamentais do Circuito das Águas (Focas), Reynaldo Guedes Neto; e a 1ª-secretária do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Águas Minerais de Caxambu, Ângela Maria de Souza Pires da Silva.

População de Cambuquira encaminhou várias sugestões

O respeito à vazão espontânea da água, ao limite máximo de envasamento e aos mananciais, bem como prazo de 10 anos para a outorga do uso da água e o impedimento da exploração predatória foram sugestões de Cambuquira para o edital da licitação que vai escolher a empresa que engarrafará as águas das fontes não só da cidade, como de Caxambu e Lambari. O presidente da Comissão de Meio Ambiente, deputado Laudelino Augusto (PT), falou da importância de definir se a água mineral deve ser tratada como minério ou como recurso hídrico. Na primeira situação, a água poderia ser explorada à exaustão e na segunda hipótese, não. "Defendo que sejam feitas gestões para que a água mineral seja reconhecida pelo governo federal como recurso hídrico especial", opinou.

A reunião aconteceu no momento em que se começa a discutir o novo edital de licitação para escolher quem vai engarrafar água das fontes de Caxambu, Cambuquira e Lambari. Segundo matéria do Estado de Minas do dia 26 de abril, o medo da comunidade e dos ambientalistas é que uma multinacional vença a concorrência e as cidades convivam com problemas semelhantes aos que São Lourenço enfrenta com relação à Nestlé Waters, ré numa ação movida pelo Ministério Público por causa dos danos ambientais provocados pela superexploração. O receio, segundo o jornal, é de que multinacionais não respeitem os limites de exploração, provocando o esgotamento ou a alteração na qualidade das fontes.

Há 25 anos, as águas de Caxambu, Cambuquira, Lambari e Araxá são exploradas pela empresa Supergasbrás. O contrato de concessão, que já venceu há quase cinco anos, foi motivo de batalha judicial. A matéria do jornal também informa que os técnicos da Codemig trabalham com a meta de lançar o edital ainda este ano. Mas não está definido se uma única empresa vai engarrafar a água das três cidades, de quanto tempo será o contrato e qual será o volume máximo de extração permitido. A Codemig afirma, por outro lado, que não haverá superexploração, ou seja, quem for engarrafar a água não vai poder usar bombas nem perfurar o subsolo. A captação terá que respeitar a água que brota naturalmente das fontes.

A matéria do jornal Estado de Minas publicada em 26 de abril cita que a superexploração das águas de São Lourenço pela Nestlé teria sido responsável pela alteração do sabor de uma das fontes e o esgotamento de outra, hoje recuperada. Essa hipótese é defendida pelo geólogo Gabriel Junqueira, que assessora o Ministério Público na ação que move contra a empresa. Segundo a reportagem, além dos danos ecológicos, o MP averiguou que a documentação da empresa estava irregular no quesito licença ambiental para engarrafar água mineral. O jornal também informa que a Nestlé firmou um acordo com os órgãos ambientais do Estado para regularizar sua situação.

 

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