Novos presídios abrem mais 3.500 vagas no sistema prisional até final do ano

Até o final deste ano, o sistema prisional mineiro irá contar com mais 3.520 vagas, decorrentes da entrega de novos p...

25/08/2005 - 00:01
 

Novos presídios abrem mais 3.500 vagas no sistema prisional até final do ano

Até o final deste ano, o sistema prisional mineiro irá contar com mais 3.520 vagas, decorrentes da entrega de novos presídios, ampliação e reforma de cadeias e delegacias. A informação foi prestada nesta quinta-feira (25/8/05), à Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa, pelo subsecretário de Administração Penitenciária da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Agílio Monteiro Filho. Ele informou ainda que a previsão é zerar o déficit de vagas até o final de 2006. O subsecretário participou, junto com o diretor geral do Departamento de Obras Públicas de Minas Gerais (Deop), Reinaldo Alves Costa Neto, de audiência solicitada pelos deputados Zé Maia (PSDB) e Sargento Rodrigues (PDT).

Uma das principais preocupações dos deputados da comissão, a superlotação das cadeias públicas, principalmente na Região Metropolitana de Belo Horizonte, será solucionada, segundo Agílio Monteiro, com o término das obras do presídio de Ribeirão das Neves, que terá capacidade para 800 presos. O subsecretário, respondendo a questionamento do presidente da comissão, deputado Zé Maia, disse que a sugestão de se colocar dois presos por cela já está sendo seguida nas unidades onde é possível, dentro das especificações da Lei de Execuções Penais (LEP). E citou como exemplo, as penitenciárias entregues em 2003, São Joaquim de Bicas, Pará de Minas e Uberlândia, com capacidade inicial para 250 vagas cada uma, que abrigam hoje 390 presos, "sem ferir a LEP e com o acompanhamento do Ministério Público".

Agílio Monteiro falou ainda sobre a gestão do sistema prisional do Estado, baseado na descentralização de presídios, "para que o preso cumpra pena em sua região de origem e sejam evitados erros do passado, como a construção de presídios imensos, como a Nelson Hungria em Contagem", que, segundo ele, atraiu familiares dos presos para o bairro Nova Contagem, onde os índices de desenvolvimento são baixos, "originando uma das regiões mais violentes do Estado". Ele falou ainda sobre o novo modelo de gestão da Seds, com a contratação de agentes penitenciários por concurso público, "para liberar as Polícias Civil e Militar da função, que constitucionalmente não é delas, de guarda de presos".

Investimentos no sistema prisional já somam R$ 106 milhões

Em sua exposição, o diretor geral do Deop, Reinaldo Alves Costa Neto, disse que até o momento, as obras em execução, "cujo cliente é a Secretaria de Estado da Defesa Social", somam R$ 106 milhões. E com a construção de mais seis unidades previstas para o próximo ano, ao custo total de R$ 140 milhões, o investimento total no setor será de cerca de R$ 250 milhões". Além de reforma, ampliações, construções de institutos médicos legais (IML), delegacias, o Deop é responsável pela conclusão das obras das penitenciárias de Patrocínio, Santa Luzia, Três Corações e Uberaba. E das reformas ou ampliação das cadeias públicas de Monte Carmelo, Ribeirão das Neves e Sete Lagoas.

Já estão com licitação pronta, em licitação ou com ordem de serviço para início, segundo Reinaldo Alves: a segunda etapa da penitenciária de Formiga, e a complementação da reforma das cadeias públicas de Governador Valadares e de Itaúna. E concluídas até o final do ano, as reformas da penitenciária Nelson Hungria, e das cadeias públicas de Ibirité, Itaúna, Matozinhos, Montes Claros, Poços de Caldas e Teófilo Otoni.

Deputados manifestam esperança em novas melhorias

Os deputados presentes destacaram sua preocupação com a superlotação de cadeias, as condição precárias das instalações de muitas delas, mas manifestaram esperança com os novos projetos do governo. Segundo o deputado Zé Maia, a comissão fez algumas visitas, onde ficaram constatadas muitas irregularidades. Para ele, é preferível ocupar celas de presídios com dois presos, "mesmo não sendo o modelo preferível, mas pelo menos melhor do que superlotar cadeias e delegacias".

Os deputados Leonardo Moreira (PL) e Weliton Prado (PT) destacaram a importância da reunião, reconhecendo que o problema existe. Moreira disse que os novos investimentos vão melhorar ainda mais o desempenho do setor. Garantindo que a segurança é a principal preocupação das cidades, o deputado Gil Pereira (PP) disse que acredita em mais avanços. Ele quis mais informações para uma obra de acesso à cadeira pública de Montes Claros, que segundo o diretor do Deop está em fase de conclusão. O deputado Zé Henrique (PMDB) pediu informações sobre a área de segurança da região do Vale do Rio Doce, principalmente sobre a reconstrução da cadeia de Conselheiro Pena, que foi totalmente destruída depois de uma rebelião este ano. Reinaldo Alves ficou de enviar um relatório posteriormente sobre o assunto. A comissão foi convidada a participar de uma visita de inspeção a uma obra de penitenciária, convite que foi aceito pelo presidente Zé Maia.

Presenças - Deputados Zé Maia (PSDB), presidente; Leonardo Moreira (PL), vice; Weliton Prado (PT), Gil Pereira (PP) e José Henrique (PMDB). Participou ainda o diretor de projeto e custos do Deop, Alexandre Humberto.

 

 

 

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