Anastasia fala na 5ª sobre tabela salarial, que está na pauta da CCJ

Os quatro projetos com as tabelas salariais dos servidores da educação e da saúde começarão a ser analisados esta sem...

19/08/2005 - 00:08
 

Anastasia fala na 5ª sobre tabela salarial, que está na pauta da CCJ

Os quatro projetos com as tabelas salariais dos servidores da educação e da saúde começarão a ser analisados esta semana pela Assembléia de Minas. Eles serão objeto de debate nesta quinta-feira (25/8/05), em reunião da Comissão de Administração Pública destinada a ouvir o secretário de Estado do Planejamento e Gestão, Antônio Augusto Anastasia. A reunião será às 10 horas, no Plenarinho IV. Antes disso, nesta terça-feira (23), às 14h30, no mesmo local, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) tem reunião marcada para apreciar pareceres sobre as proposições.

Depois da CCJ, os PLs têm que ser analisados pela Administração Pública e Fiscalização Financeira e Orçamentária, antes de estarem prontos para serem votados pelo Plenário em 1º turno. As proposições são os PLs 2.460/05, que dispõe sobre as tabelas de vencimento das carreiras dos profissionais de educação básica (o relator pela CCJ é o deputado Dalmo Ribeiro Silva, do PSDB); 2.461/05, que dispõe sobre as tabelas da educação superior (o relator é o deputado Sebastião Costa, do PPS); 2.462/05, com as tabelas da saúde (o relator é o deputado Ermano Batista); e 2.463/05, que institui a Vantagem Temporária Incorporável - VTI (o relator é o deputado Gustavo Corrêa).

As tabelas salariais prevêem a concessão de reajuste de 15%, em média, divididos em duas etapas. A primeira, de 10% de aumento médio, valerá a partir de 1º de setembro, caso a Assembléia aprove a tabela até o final de agosto. A segunda, de 5% de reajuste linear, entrará em vigor em julho de 2006. O impacto esperado da implantação das tabelas, em 2005, é de que cerca de 50% dos servidores tenham reajuste de 10%; 36% fiquem entre 10% e 20% de reajuste; e 14% tenham ganhos acima de 20%. Já o impacto do reajuste linear de 5%, em 2006, é de que cerca de 20% dos servidores tenham reajuste de até 15%; 63% dos servidores tenham reajuste entre 15 e 35%; 13% entre 35% e 50% e 4% dos servidores tenham reajuste acima de 50%.

Segundo informações da assessoria da Liderança de Governo, a implantação das novas tabelas da educação básica resultará num aumento anual da folha de pagamento de R$ 530.726.347,98, atingindo mais de 300 mil servidores públicos. A educação básica engloba os seguintes níveis: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. Se as tabelas da educação básica forem implantadas a partir de 1º de setembro, um profissional que tem ensino médio e ocupa o cargo P1A, cujo vencimento básico atual é de R$ 212,53, passará a ter como vencimento básico R$ 323,57 e o cargo PEB IC. Da mesma forma, o vencimento básico de um profissional que tem curso superior e ocupa o cargo P3A passará de R$ 288,73 para R$ 394,76 e ocupará o cargo PEB IIC.

Governo e oposição analisam tramitação dos projetos

O deputado Rogério Correia (PT) afirma que o objetivo agora é buscar o consenso entre oposição, governo e sindicalistas. O caminho para isso seria a alteração das tabelas salariais. Segundo ele, um ponto que precisa ser modificado é o que trata da incorporação da Parcela Remuneratória Complementar (PRC), de valor variável, e do abono de R$ 45,00. Pelo projeto, a PRC e mais o abono transformam-se em VTI. Essa incorporação, acrescenta ele, é parcial e não integral, como deveria ser. Para o parlamentar, haverá uma pressão grande dos sindicatos dos trabalhadores estaduais caso o governo se mantenha, segundo ele, inflexível. Se não houver acordo, o deputado não descarta obstrução em Plenário.

Já o deputado Miguel Martini, líder da Maioria, lembra que as tabelas que serão analisadas pela Assembléia representam o esforço do Executivo para corrigir distorções que ocorrem há mais de 10 anos. Na opinião dele, o governo fez o máximo que podia, tendo em vista os limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O parlamentar lembra que, depois da aprovação das tabelas, um próximo passo será a análise da política remuneratória dos servidores. Ele acredita que os quatro projetos possam ser apreciados ainda em agosto, pois alega que, antes do envio à Assembléia, as proposições já foram discutidas pelo Executivo com as lideranças sindicais.

O que é a VTI

A Vantagem Temporária Incorporável (VTI) resulta da incorporação do abono de R$ 45,00 e da Parcela Remuneratória Complementar (PRC), de valor variável, menos as incorporações realizadas no vencimento básico atual de cada servidor. Segundo informações da assessoria da Liderança de Governo, a VTI será progressivamente incorporada ao vencimento básico quando do enquadramento do servidor ou por ocasião de correções lineares. Ela não será incorporada em caso de progressão ou promoção.

Exemplificando: um servidor que tem um único cargo, vencimento básico de R$ 288,00 e direito a R$ 90,00 de abono + PRC, terá um ganho extra de R$ 16,00 quando seu vencimento básico passar para R$ 394,00. Isto porque o valor incorporado ao vencimento básico (R$ 106,00) foi superior ao abono + PRC. Quando, por outro lado, o valor da incorporação for menor que o valor do abono + PRC, o saldo a ser incorporado posteriormente será a VTI. Exemplo: um servidor que tem um único cargo, vencimento básico de R$ 200,00 e direito a R$ 120,00 de abono + PRC, terá uma VTI de R$ 15,00 a ser paga quando entrar em vigor seu novo vencimento básico de R$ 305,00. Isto porque a incorporação (de R$ 105,00) será menor que o valor do abono + PRC.

Números - No Estado, há 485.918 servidores estaduais, incluindo-se os 147.409 inativos. Juntas, as categorias da educação e da saúde respondem por 72,49% do total de servidores do Estado. Na educação, são 226.808 funcionários em atividade e 94.550 inativos, somando 321.358 servidores, ou 66,13% do total. Na saúde, são 25.688 ativos e 5.198 inativos, num total de 30.866 servidores, 6,36% do funcionalismo estadual.

O valor total da folha de pagamentos, de acordo com dados da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), é de R$ 653.127.076,37. Desse montante, R$ 274.416.941,86 referem-se aos servidores da educação; e R$ 36.880.219,29 aos da saúde. Assim, as categorias da educação e da saúde representam uma despesa mensal da ordem de R$ 310 milhões, ou 47,5% da folha.

 

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