Fapemig desenvolve linhas de pesquisa na área da saúde

O convênio celebrado este ano entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e o Conselho ...

17/08/2005 - 00:02
 

Fapemig desenvolve linhas de pesquisa na área da saúde

O convênio celebrado este ano entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com montante de recursos da ordem de R$ 1 milhão, foi debatido na reunião desta quarta-feira (17/8/05) da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) da Assembléia Legislativa. Esta é a segunda edição do projeto "Pesquisa para o SUS - Gestão Compartilhada em Saúde", que, segundo o presidente da Fapemig, José Geraldo de Freitas Drumond, recebeu 81 projetos de pesquisa ligados à área da saúde, enviados por pesquisadores de todo o Estado. Vinte e cinco deles estão sendo desenvolvidos, conforme os critérios do edital.

"Esse convênio é um dos mais importantes firmados pelo Estado, por meio das Secretarias de Saúde e de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior", afirmou o presidente da Fapemig, lembrando que a instituição ainda não alcançou o percentual de destinação de recursos da receita orçamentária do Estado, que é de 1%. Apesar disso, segundo José Geraldo, no exercício de 2004, a Fapemig executou o maior volume de recursos de sua história de 19 anos: R$ 40 milhões, o que corresponde a quase 40% da vinculação constitucional. A expectativa é ainda maior para 2006, pois, segundo o dirigente, a Secretaria de Saúde já manifestou disposição em aumentar o valor do aporte. "E a instituição pode destinar no máximo 5% dos recursos para a área administrativa", explicou.

José Geraldo de Freitas Drumond disse que mais de quatro mil pesquisas sobre diversas áreas do conhecimento já foram desenvolvidas pela fundação, que já investiu cerca de R$ 350 milhões em tecnologia e pesquisa no Estado. Com o convênio voltado para o Sistema Único de Saúde, a instituição está desenvolvendo ainda mais pesquisas sobre doenças endêmicas, contagiosas e de outros tipos. "O leque é muito amplo, desde que haja pertinência científica e social e se enquadre no edital", explicou. A média de custo para cada projeto, disse José Geraldo, é de cerca de R$ 20 mil. Ele afirmou, ainda, que as pesquisas desenvolvidas no primeiro ano do projeto estão sendo muito bem avaliadas e certamente devem ser incorporadas pelo SUS.

Comissão quer analisar repercussão da pesquisa científica

O deputado Sebastião Helvécio (PDT), autor do requerimento pela realização da reunião, afirmou que é a primeira vez que as quatro peças orçamentárias de planejamento funcionam ao mesmo tempo: Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado, Plano Plurianual de Ação Governamental, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária. Assim, segundo Sebastião Helvécio, é importante que a FFO trabalhe para medir a eficiência e a efetividade dos recursos públicos, para que as políticas públicas melhorem cada vez mais a vida das pessoas.

Ao refletir sobre o convênio da fundação mineira voltado para a gestão de saúde, a deputada Elisa Costa (PT) comentou que "a escolha do SUS é fundamental, pois esse sistema, uma das nossas conquistas sociais mais importantes, precisa de cada vez mais investimentos e recursos". Ela lembrou que a importância da pesquisa é possibilitar uma melhor qualidade de vida à população e tornar as políticas públicas mais eficientes.

Já o presidente da comissão, deputado Domingos Sávio (PSDB), destacou a importância de se consolidar uma parceria da Fapemig com a Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg). Sobre isso, o deputado foi informado de que a fundação tem um aporte de recursos voltado especialmente para a formação de mestres e doutores da Uemg e suas unidades agregadas. Domingos Sávio lembrou, ainda, que a pesquisa é importante instrumento para fortalecer a agricultura mineira.

O deputado Márcio Kangussu (PPS) também fez considerações sobre a importância da interação com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e recebeu esclarecimentos do presidente da Fapemig sobre as bolsas de pesquisa dirigidas à agropecuária.

FFO é pela aprovação das contas do TCMG

Ainda na reunião desta quarta-feira (17/8/05), a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária aprovou parecer favorável ao Projeto de Resolução 2.388/05, que tramita em turno único e é de autoria da própria comissão, além de outros três projetos de lei em 1º turno. O PRE 2.388 aprova as contas do Tribunal de Contas de Minas Gerais referentes ao exercício de 2004 e, agora, já está pronto para ser apreciado pelo Plenário da Assembléia de Minas.

A relatoria da matéria foi redistribuída ao deputado Sebastião Helvécio. No parecer, ele destacou que o TCMG desenvolveu sete atividades programadas, sendo uma voltada para a atividade-fim (fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial) e as demais para atividades administrativas. O relator explicou que o orçamento aprovado pelo Legislativo para o TCMG foi alterado pela Lei 15.408, de 2004, que elevou o crédito autorizado para as despesas. "Considerando a despesa total, o Tribunal executou o montante de R$ 193 milhões, o que correspondeu a 98,32% dos créditos autorizados", analisou. Na execução orçamentária da despesa, R$ 169 milhões foram gastos com pessoal, R$ 23 milhões com outros custeios e R$ 289 milhões com despesas de capital. Ainda de acordo com o parecer, os recursos financeiros postos à disposição do Tribunal foram devidamente registrados. Entretanto, o relator recomenda que a instituição passe a adotar a metodologia de cálculo das despesas com pessoal conforme a Portaria 470, de 2004, da Secretaria do Tesouro Nacional.

Surdez na infância - A comissão também analisou o PL 1.916/04, da deputada Jô Moraes (PCdoB), que cria no Estado a Política Pública de Prevenção e Combate à Surdez na Infância e em Recém-Nascidos. A relatora, deputada Elisa Costa, opinou pela aprovação do projeto na forma do substitutivo nº 1, da Comissão de Saúde. O substitutivo ajusta o projeto aos moldes da Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva, que deverá ser implementada em todas as unidades federadas e, em Minas, já está em fase de implantação. Além disso, de acordo com a relatora do projeto na FFO, o projeto não traz impactos financeiro-orçamentários.

Incentivo ao uso da bicicleta - Outro projeto que recebeu parecer favorável foi o 2.172/05, do deputado Gustavo Valadares (PFL), que institui a política de mobilidade urbana cicloviária e de incentivo ao uso da bicicleta no Estado. A relatora, deputada Elisa Costa (PT), opinou pela aprovação do projeto na forma do substitutivo nº 2, que apresentou, para aprimorar o projeto e conferir maior objetividade às ações propostas.

No parecer, a relatora destaca que, apesar dos benefícios do uso da bicicleta, como para a saúde e economia do usuário e para a redução dos conflitos no tráfego, esse meio de transporte não tem recebido a devida atenção das autoridades públicas, o que aumenta riscos de acidentes. "A implementação do projeto vai se somar aos esforços previstos no programa do governo federal 'Bicicleta Brasil', colocando nosso Estado em posição de vanguarda na iniciativa de incentivo ao uso de bicicleta como meio de transporte e prática esportiva", afirmou.

Parecer pela rejeição - O quarto projeto, o PL 2.103/04, do deputado Gil Pereira (PP), recebeu parecer pela rejeição. O projeto dispõe que, nos estabelecimentos comerciais, produtos alimentícios considerados similares (com ingredientes em qualidade e quantidade diferentes do original) serão dispostos em gôndolas diferenciadas, para que os consumidores não sintam dificuldade para a identificação.

No parecer, a relatora Elisa Costa lembrou que a Comissão de Constituição e Justiça considerou correta a competência da apresentação da matéria e apresentou um substitutivo para fazer ajustes técnicos ao texto. Mas, de acordo com a relatora do projeto na FFO, a proposta geraria grande dificuldade para os pequenos estabelecimentos varejistas, que compõem grande parte do mercado. "Não podemos opor dificuldades ao funcionamento dessas empresas. Ao contrário, devemos criar uma política de incentivos", afirmou. Para ela, o problema está nos rótulos dos produtos: "Se os rótulos não são claros, por má-fé ou por questões técnicas, de nada adianta essa separação, pois o consumidor será enganado com ou sem a pretendida separação".

Retirados - Os PLs 1.946, 1.956, 1.967 e 1991/04, além do PL 2.327/05, foram retirados de pauta a requerimento do deputado Márcio Kangussu.

Presenças - Deputados Domingos Sávio (PSDB), presidente; Jayro Lessa (PL), vice-presidente, Márcio Kangussu (PPS), Sebastião Helvécio (PDT) e a deputada Elisa Costa (PT).

 

 

 

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