Comissão debate segurança Alimentar em Diamantina

Cerca de 150 pessoas participaram, nesta segunda-feira (8/8/05), em Diamantina, da audiência pública da Comissão de P...

08/08/2005 - 00:00
 

Comissão debate segurança Alimentar em Diamantina

Cerca de 150 pessoas participaram, nesta segunda-feira (8/8/05), em Diamantina, da audiência pública da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembléia Legislativa, para discutir o Projeto de Lei (PL) 2.028/05, do governador. O projeto cria a Política Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável e já recebeu parecer favorável na Comissão de Constituição e Justiça, que apresentou cinco emendas. A proposição está sendo objeto de uma série de debates no interior, para receber subsídios das comissões municipais de segurança alimentar. Além de Diamantina, o projeto já foi discutido em Pouso Alegre em junho e na próxima sexta-feira (12) acontece a audiência em Paracatu e depois em Juiz de Fora, no dia 19.

Os participantes do Médio e Alto Jequitinhonha, representados por integrantes da comissão local, que congrega 36 municípios, elogiaram o projeto, destacando seu pioneirismo. Mas pediram que os recursos disponibilizados para o Programa Pró Segurança Alimentar e Nutricional (Prosan), que é quem viabiliza os projetos apresentados pelas comunidades, sejam desvinculados da Emater. Para eles, as comissões têm condições de dar mais agilidade à implantação de projetos, ao contrário da Emater, mais burocrática, sujeita à lei de licitações.

A comissão é a parte executiva do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Consea), criado no governo do ex-presidente Itamar Franco, desativado nos oito anos seguintes e reativado em 2003. Os programas locais são viabilizados pelo Prosan, que no período 2004/2005 teve 487 projetos em funcionamento em todo o Estado. A comissão do Alto e Médio Jequitinhonha apresentou 59 projetos e teve 58 aprovados, com recursos de cerca de R$ 7 mil para cada projeto.

O Prosan teve recursos assegurados no Orçamento Federal 2005 de R$ 23,5 milhões, por emenda da bancada mineira de parlamentares. Desse total, R$ 16 milhões foram destinados à Emater, que pelo Programa Minas Sem Fome fornece equipamentos (enxadas, regadores), sementes e adubo para os projetos aprovados. Outros R$ 4 milhões foram destinados diretamente às comissões regionais e R$3,5 milhões para a Caritas-MG, encarregada da segurança alimentar imediata nos assentamentos de sem-terra. A comissão do Alto e Médio Jequitinhonha tem projetos sobretudo de lavoura, hortas e pomares comunitários e individuais. As lavouras são de milho, feijão e arroz, e os pomares de cítricos, principalmente.

Lei vai organizar sistema de segurança alimentar

O PL 2.028/05 é fruto de um anteprojeto elaborado pelo Conselho Estadual de Segurança Alimentar (Consea/MG) e apresentado ao governador Aécio Neves, que o encaminhou para a Assembléia Legislativa. O objetivo do projeto é assegurar a todo cidadão mineiro o direito à alimentação saudável. Para isso, prevê parcerias entre o Estado e a sociedade e o desenvolvimento de campanhas de conscientização da opinião pública sobre a importância dessa união de esforços, conforme a justificativa do governador.

O assessor de comunicação do Consea/MG Otaviano Lage, falou sobre a importância de ter uma lei que organize um sistema de segurança alimentar e nutricional sustentável no Estado. "O direito à alimentação adequada será uma política pública permanente do Estado, que estará presente no Orçamento". Segundo Otaviano Lage, o PL 2.028 é inovador já que, com sua aprovação pela Assembléia Legislativa, Minas será o primeiro estado a ter uma legislação específica sobre segurança alimentar e nutricional. A CCJ apresentou cinco emendas ao projeto, que fazem alterações técnicas, além de explicitar as atividades do Consea.

Para o presidente da Comissão de Agropecuária e autor do requerimento dos debates públicos, deputado Padre João (PT), a importância da lei orgânica da segurança alimentar é que ela poderá servir de modelo para que as prefeituras criem suas leis, para também estruturar todo o sistema de segurança alimentar.

A deputada Elisa Costa (PT), lembrou que a preocupação com a segurança alimentar vem crescendo em todo o estado e no País e que após aprovada a lei pela Assembléia, é preciso colocá-la como prioridade no Orçamento estadual e no PPAG. A deputada enfatizou a importância do papel das comissões municipais e do Consea, "para que a política de segurança alimentar e nutricional não seja de um governo, mas uma política de Estado".

Presenças: deputado Padre João (PT), presidente; deputada Elisa Costa (PT); assessor de comunicação do Consea-MG, Otaviano Lage; juiz Nelson Edy Martins; coordenador da Comissão Regional do Alto e Médio Jequitinhonha, Eduardo Charles Ayres; diretora das Faculdades Federais Integradas de Diamantina, Mireile São Geraldo dos Santos Souza; presidente da Caritas Diamantina, Padre Nereu Pacífico dos Reis; representante da prefeitura, Aliana Maria Rabelo e da Câmara, vereadora Maria Goretti Rocha Canuto, além de vereadores da região.

 

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