PT quer esclarecimentos sobre cronograma do "Luz para Todos"

Apurar o porquê do atraso na implantação do programa "Luz para Todos" e esclarecer os critérios para definição dos mu...

08/08/2005 - 00:02
 

PT quer esclarecimentos sobre cronograma do "Luz para Todos"

Apurar o porquê do atraso na implantação do programa "Luz para Todos" e esclarecer os critérios para definição dos municípios contemplados. Esses são objetivos dos deputados do PT ao solicitarem audiência das Comissões de Participação Popular e de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembléia Legislativa, nesta terça-feira (9/8/05), às 9h30, no Auditório. Segundo o deputado Jésus Lima, a União teria liberado R$ 58 milhões para a Cemig, mas teria havido uso político do programa nas eleições passadas, com a distribuição de cota de ligações entre os prefeitos. Depois disso, a Cemig não teria tido capacidade operacional para implantar o programa, cujo custo inicial foi aumentado.

A informação mais recente, acrescenta o parlamentar, é de que a Cemig já teria promovido licitação para contratação de três empreiteiras para executarem as obras. O "Luz para Todos" tem o objetivo de universalizar a oferta de energia elétrica em todo o Brasil, especialmente em domicílios localizados em áreas rurais. Em Minas, o programa pretende, até 2006, levar eletrificação a cerca de 140 mil domicílios, a maioria deles na região Norte e nos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri. O deputado Jésus Lima, que em 2004 era coordenador do "Luz para Todos" na Região Sudeste, assina o requerimento da audiência com os deputados petistas André Quintão, Elisa Costa e Maria Tereza Lara.

Convidados - São convidados a compareceram à audiência pública o presidente da Eletrobrás, Aloísio Vasconcelos; o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman; o prefeito de São Francisco, José Antônio Rocha Lima; o diretor do Programa "Luz Para Todos", Aurélio Pavão de Farias; o presidente da Federação dos Trabalhadores em Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), Vilson Luiz da Silva; o presidente da Cemig, Djalma Bastos Moraes; e o diretor-presidente da Companhia Força e Luz Cataguazes-Leopoldina, José Antônio da Silva Marques.

Programa "Luz para Todos" foi discutido também em 2004

Em junho de 2004, a Comissão de Participação Popular recebeu explicações sobre o programa federal, que é executado por meio de convênio com o governo estadual e as concessionárias de energia. O então coordenador do programa na Região Sudeste, Jésus Lima, explicou que os principais critérios para escolha dos municípios são aqueles com menores índices de desenvolvimento humano e de atendimento de energia. Também terão prioridade assentamentos rurais, comunidades atingidas por obras do sistema elétrico, escolas públicas, postos de saúde e populações do entorno de unidades de conservação da natureza. Escolhidas as cidades, os critérios para escolha das áreas domiciliares passam a ser definidos por comitês municipais de desenvolvimento rural sustentável.

O programa vai universalizar a energia para 12 milhões de brasileiros, de modo a antecipar uma medida que deveria, por lei, ser feita pelas concessionárias até no máximo 2014. Para isso, serão necessários recursos de R$ 7 bilhões, sendo que 74% virão do governo federal (40% por subvenção e 34% por financiamento), com contrapartida de 9,8% dos Estados e 16,2% das concessionárias. O valor médio de cada ligação de energia deve ser R$ 3.600. As condições de financiamento incluem juros de 7% ao ano, com carência de dois anos e outros oito para concluir o pagamento.

Em junho de 2004, questionado pelos deputados da bancada do PT/PCdoB sobre denúncias de possível uso eleitoral da escolha dos municípios nessa primeira fase, o representante do secretário de Estado de Planejamento Econômico, Wilson Brumer, Francisco de Assis Soares, afirmou que é inerente corrigir alguns pontos, uma vez que os municípios que serão contemplados representam só uma parte de todos os necessitados. "O melhor caminho é fazer o programa o mais rapidamente possível, para não deixar ninguém de fora", ressaltou à época.

 

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