Comissão rejeita parecer que reverte Cardiominas ao Estado

Um substitutivo que suspendia a dilatação do prazo para que a Santa Casa de Misericórdia concluísse as obras do antig...

03/08/2005 - 00:00
 

Comissão rejeita parecer que reverte Cardiominas ao Estado

Um substitutivo que suspendia a dilatação do prazo para que a Santa Casa de Misericórdia concluísse as obras do antigo Cardiominas e a conseqüente reversão do imóvel ao Estado foi rejeitado nesta quarta-feira (3/8/05), na Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa. O parecer com o substitutivo foi apresentado pelo relator Adelmo Carneiro Leão (PT), também presidente da comissão, ao Projeto de Lei (PL) 2.265/05, do governador do Estado, que tramita em 1ª turno. Foi designado novo relator, o deputado Carlos Pimenta (PDT), para a análise do projeto que altera a Lei 12.688 de dezembro de 1997, que autoriza a doação de imóvel à Santa Casa e extingue a Fundação Instituto do Coração de Minas Gerais (Cardiominas).

Com isso, o projeto volta a ser analisado na forma original proposta pelo governador com a emenda apresentada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O projeto tem entre seus pontos básicos: a dilatação do prazo em mais 24 meses, contados a partir da lavratura da escritura de doação do imóvel à Santa Casa, (março de 1998), para que sejam concluídas as obras do prédio. Pela Lei 12.688, objeto de alteração do projeto, a Santa Casa ganhou sete anos, contados também a partir da escritura.

A emenda da CCJ, apresentada pelo relator deputado Ermano Batista (PSDB), modifica a redação do inciso I do artigo 2º, obrigando a Santa Casa a concluir a construção do prédio do Cardiominas e a implementar, no prazo de 10 anos da data de lavratura da escritura pública de doação do imóvel (11/3/98), um centro de especialidades em saúde dedicado exclusivamente ao atendimento de pacientes do SUS. Esse centro contará com o mínimo de 60 consultórios de atendimento ambulatorial de diversas especialidades médicas, uma unidade de cirurgia ambulatorial e um centro de diagnósticos de suporte.

O parecer pela rejeição do projeto, apresentado pelo deputado Adelmo Carneiro Leão, baseava-se na impossibilidade de a Santa Casa assumir os gastos com a implementação do centro de especialidades médicas em mais dois anos, já que não conseguiu cumprir o prazo concedido pela Lei 12.688, de sete anos. Além disso, o deputado manifestou-se contrário à doação de imóvel público para a iniciativa privada, "ainda que filantrópica" e também à manutenção da nova unidade de saúde com recursos públicos. Os deputados Fahim Sawan (PSDB) e Carlos Pimenta destacaram os esforços dos governos federal, estadual e municipal em ativar o novo centro e sua destinação ao atendimento prioritário pelo SUS, com a garantia de repasses pela Prefeitura, dos recursos para sua manutenção. O projeto foi tema de debate público, na mesma comissão, na terça-feira (2), em que a discordância em relação ao teor da proposta ficou por conta dos Conselhos Estadual e Municipal de Saúde, enquanto os representantes das secretarias da Saúde de Belo Horizonte e do Estado, bem como o representante da Santa Casa, manifestaram-se favoráveis.

Combate à surdez na infância recebe parecer favorável

A comissão aprovou ainda parecer de 1º turno a mais dois projetos de lei: 1.916/04, da deputada Jô Moraes (PCdoB) e 1.967/04, da deputada Lúcia Pacífico (sem partido). O primeiro estabelece política pública de prevenção e combate à surdez na infância e em recém-nascido e foi aprovado na forma do substitutivo nº 1 apresentado pelo relator Adelmo Carneiro Leão, com a rejeição das emendas 1 a 4 da CCJ. O substitutivo faz correções técnicas para aperfeiçoamento do texto, seguindo diretrizes da política nacional que já está em implantação em vários estados.

O segundo projeto obriga restaurantes, bares, lanchonetes, feiras de alimentos e ambulantes a usarem e fornecerem canudos de plástico individual e hermeticamente embalados. O parecer do relator, Carlos Pimenta, foi aprovado na forma original. Os deputados aprovaram ainda nove projetos em turno único que dispensam a apreciação do Plenário.

Requerimentos - Foram aprovados ainda cinco requerimentos: três do deputado Adalclever Lopes (PMDB), pedindo a implantação dos programas Viva Vida, Farmácia Básica e Saúde em Casa, no município de Passos; do deputado Fahim Sawan, que solicita novo debate público sobre a descriminalização do aborto para mulheres com até 12 semanas de gestação, contida no projeto de lei federal da deputada Jandira Fegali. E do deputado Rogério Correia (PT), que solicita audiência pública para discutir os Projetos de Lei 2.462 e 2.463/05, do governador, que contêm as tabelas de vencimentos dos servidores da área de saúde e a instituição da Vantagem Temporária Incorporável (VTI), respectivamente.

Presenças - Deputados Adelmo Carneiro Leão (PT), presidente; Carlos Pimenta (PDT), vice; Fahim Sawan (PSDB) e Ivair Nogueira (PMDB).

 

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