Situação do Cardiominas será debatida nesta terça (2/8)

A polêmica situação do Cardiominas e o projeto do governador que dá mais tempo à Santa Casa de Misericórdia para assu...

29/07/2005 - 00:00
 

Situação do Cardiominas será debatida nesta terça (2/8)

A polêmica situação do Cardiominas e o projeto do governador que dá mais tempo à Santa Casa de Misericórdia para assumi-lo serão discutidos pela Comissão de Saúde nesta terça-feira (2/8/05). Essa será a primeira reunião da comissão com convidados após o recesso parlamentar de julho. Entre as autoridades chamadas a participar do debate, a partir das 10 horas, no Auditório, estão o secretário de Estado da Saúde, Marcus Pestana; o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel; o presidente do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), Mauro Lobo; e o provedor da Santa Casa, Saulo Coelho.

O requerimento para a realização da reunião é do deputado Adelmo Carneiro Leão (PT), presidente da Comissão de Saúde e relator do Projeto de Lei (PL) 2.265/05, que trata do assunto. No final de junho, o projeto recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça. Na reunião em que foi aprovado o parecer, o parlamentar ponderou que era preciso aprofundar as discussões. Na opinião dele, a matéria não pode tramitar de forma apressada, pois envolve a doação de um patrimônio público, sem licitação, para a iniciativa privada; e muitos recursos para reerguer o que chamou de "esqueleto" do Cardiominas - que fica no bairro Santa Efigênia, em Belo Horizonte.

Além dos convidados já relacionados, foram chamados a participar da reunião o diretor-geral da Santa Casa, Porfírio Marcos Rocha Andrade; o vice-presidente do Conselho Estadual de Saúde, Nicodemus de Arimathea e Silva Jr; a presidente do Conselho Municipal de Saúde, Fátima Regina Fonseca Lima; e os presidentes da Associação Mineira de Municípios, Celso Cota Neto; e do Colegiado de Secretários Municipais de Saúde (Cosems), Luiz Felipe de Almeida Caram Guimarães.

Para entender o projeto

O Projeto de Lei (PL) 2.265/05, do governador Aécio Neves, que tramita em 1º turno, altera a Lei 12.688, de 1997, que autoriza a doação de imóvel à Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte e extingue a Fundação Instituto do Coração de Minas Gerais (Cardiominas). Originalmente, o projeto dá novo prazo para a conclusão do prédio, que seria de 24 meses contados da publicação da nova lei, além de determinar a implementação de um centro de especialidades em saúde. Segundo o governo, seria ampliada a capacidade de atendimento dos hospitais da Santa Casa aos pacientes do SUS, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que passaria a realizar um mínimo de 60 mil atendimentos por mês, em diversas especialidades.

O deputado Adelmo Carneiro Leão alerta, no entanto, que a Santa Casa está em crise e que só sobrevive com a ajuda da Prefeitura de Belo Horizonte e do governo do Estado. "De onde a Santa Casa vai tirar dinheiro para construir o hospital?", indagou, na reunião da Comissão de Constituição e Justiça. O deputado espera um debate aprofundado sobre o assunto na Comissão de Saúde, com a presença da Santa Casa, do Ipsemg, do governo e da Prefeitura de Belo Horizonte. Ele também questiona a determinação de reservar 60% da capacidade de atendimento dos hospitais da Santa Casa ao SUS. "Isso não é mérito. É restrição de atendimento, em detrimento da população que utiliza o Sistema Único de Saúde", questionou. Outra crítica do parlamentar é quanto à garantia de atendimento a servidores estaduais, mediante convênio com o Ipsemg.

Emenda - O debate na CCJ não impediu que fosse aprovado o parecer do relator, deputado Ermano Batista (PSDB), que apresentou a emenda nº 1. Ela modifica a redação do inciso I do artigo 2º da Lei 12.688, de 1997, a que se refere o artigo 1º do projeto. Desta forma, obriga a Santa Casa a concluir a construção do prédio do Cardiominas e a implementar, no prazo de 10 anos da data de lavratura da escritura pública de doação do imóvel, um centro de especialidades em saúde dedicado exclusivamente ao atendimento de pacientes do SUS. Esse centro contará com o mínimo de 60 consultórios de atendimento ambulatorial de diversas especialidades médicas, uma unidade de cirurgia ambulatorial e um centro de diagnósticos de suporte. A lei determinava um prazo de sete anos para concluir a construção do hospital e colocá-lo em funcionamento.

Na justificativa do parecer, o deputado Ermano Batista faz referência ao artigo 2º da Lei 12.688, que assegura, mediante convênio com o Ipsemg, o atendimento a servidores públicos estaduais na proporção de 15% de sua capacidade. Já no PL 2.265/05 deixa-se de estabelecer um percentual de capacidade da Santa Casa para esse fim e determina como sua obrigação viabilizar, mediante convênio, a utilização de parte de suas dependências, em projeto a ser apresentado pelo Estado. O deputado também informa que, segundo o governador, foram estabelecidas parcerias com o município de Belo Horizonte, que contribuirá com recursos financeiros; com o Ipsemg, que utilizará parte das instalações para organizar novo ambulatório médico destinado ao atendimento dos servidores; e com a iniciativa privada.

 

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