Direito à alimentação de qualidade foi debatido em Pouso Alegre

A Comissão de Política Agropecuária da Assembléia Legislativa esteve, nesta sexta-feira (24/6/05), em Pouso Alegre, n...

24/06/2005 - 00:00
 

Direito à alimentação de qualidade foi debatido em Pouso Alegre

A Comissão de Política Agropecuária da Assembléia Legislativa esteve, nesta sexta-feira (24/6/05), em Pouso Alegre, no Sul de Minas, com o objetivo de debater e colher propostas para o Projeto de Lei (PL) 2.028/05, do governador, que institui a Política Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável. Essa foi a primeira, de uma séria de quatro reuniões que acontecerão no Estado para analisar o projeto. Os outros três encontros estão agendados para o mês de agosto, nos dias 8 (Diamantina), 12 (Paracatu) e 19 (Juiz de Fora). Segundo o deputado Padre João (PT), autor do requerimento que solicitou a reunião, a finalidade desses encontros é aprimorar a proposição. "Não basta ter uma lei, temos que garantir sua eficácia e estabelecer suas diretrizes e programas", afirmou.

Esse projeto de lei é fruto de um anteprojeto elaborado pelo Conselho Estadual de Segurança Alimentar (Consea/MG) e apresentado ao governador Aécio Neves, que o encaminhou para a Assembléia Legislativa. Essa explicação foi dada pelo o assessor de comunicação do Consea/MG Otaviano Lage, que relatou a importância de ter uma lei que organize um sistema de segurança alimentar e nutricional sustentável no Estado. "O direito à alimentação adequada vai ser uma política pública permanente do Estado, que estará presente no Orçamento. Não vai depender da boa vontade do governante que estiver no poder", disse Otaviano Lage. O PL 2.028 define por segurança alimentar e nutricional sustentável "a garantia do direito humano fundamental ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais".

Segundo Otaviano Lage, o PL 2.028 é inovador já que, com sua aprovação pela Assembléia Legislativa, Minas Gerais será o primeiro estado a ter uma legislação específica sobre segurança alimentar e nutricional. "É uma proposta que abre espaço e consolida a prática de democracia participativa que já existe no Consea", opinou Otaviano Lage. "Queremos prover a segurança alimentar sem depender de programas assistenciais de governo ou de cestas básicas", completou. Além da Comissão de Política Agropecuária, o PL 2.028 será apreciado em 1o turno pelas comissões de Administração Pública e Fiscalização Financeira e Orçamentária antes de ir para o Plenário.

Agricultura familiar pode contribuir para consolidar proposta estadual

Durante a reunião, a jornalista da equipe técnica do Centro de Assessoria Sapucaí, de Pouso Alegre, Suzana Costa Coutinho, apresentou vários dados para justificar a prática de segurança alimentar nutricional sustentável na agricultura familiar. Ele destacou, entre outros números, que 37,3% da população do Sul de Minas vivem no campo, sendo que 80% são pequenos produtores. Ela alertou que 46% dos pequenos produtores estão fora do mercado de consumo, ou seja, produzem para consumo próprio.

Entre as possibilidades para a segurança alimentar nutricional sustentável, Suzana Costa Coutinho destacou a importância das parcerias entre agricultores, governo e sociedade civil; a instalação de um projeto educacional que envolva escola e família, com o tema "reeducação alimentar"; o apoio às cooperativas e associações de base, entre outros. Ela terminou sua fala afirmando que existe um projeto em andamento, no Sul do Estado, que se encaixa no propósito da segurança alimentar nutricional sustentável.

Esse projeto foi apresentado pelo engenheiro agrônomo, Paulo Luís de Lima Pêgas, e pelo presidente da Associação dos Moradores do Bairro das Graças, de Bom Repouso, José Lidelmo de Andrade. O projeto "Fruto da Terra", elaborado pela ONG Sapucaí, a associação e diversas entidades, produz verduras para merenda das escolas da cidade. "Levamos para a merenda escolar um produto de melhor qualidade, plantado em nossa cidade. É uma dignidade para nós, produtores, tirarmos nosso sustento dessa prática e levar o melhor para as crianças da cidade", afirmou José Lidelmo.

Sul do Estado - Também presente na reunião, o conselheiro da Comissão Regional do Consea Sul de Minas I, Ascânio Lázaro Leite, também defendeu a importância da segurança alimentar e nutricional sustentável. Ele fez um relato do trabalho da comissão no Sul do Estado e explicou o papel do Consea/MG que é de formar uma parceria entre governo e sociedade civil para definir políticas públicas que garantam direito à alimentação, com controle social.

Presenças - Deputado Padre João (PT), as autoridades citadas na matéria, além do coordenador da Comissão Regional do Consea/MG do Sul de Minas I, Benedito Teixeira Naves; e vereadores de Pouso Alegre e Bueno Brandão.

 

 

 

 

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