Deputados e técnicos discutem solução para reassentamentos na MG-020

O destino de cerca de 500 famílias que vivem na faixa de domínio do DER-MG e que serão removidas para a duplicação da...

23/06/2005 - 00:00
 

Deputados e técnicos discutem solução para reassentamentos na MG-020

O destino de cerca de 500 famílias que vivem na faixa de domínio do DER-MG e que serão removidas para a duplicação da MG-020, dentro do projeto da Linha Verde do governo estadual, foi o motivo da audiência pública conjunta das comissões de Participação Popular e de Transporte, Comunicação e Obras Públicas, presidida pela deputada Maria Tereza Lara (PT), na tarde desta quinta-feira (23/6/05). São moradores dos bairros Novo Aarão Reis, Monte Azul, Tupi e Ribeiro de Abreu, dentre os quais se incluem também famílias que vivem em terreno onde a Copasa pretende construir um emissário de esgotos para dar viabilidade à Estação de Tratamento de Esgotos do Onça.

Os deputados que requereram a reunião conjunta foram André Quintão (PT) e Célio Moreira (PL). Moreira cumprimentou as lideranças comunitárias pela mobilização que lotou o auditório da Assembléia e cobrou soluções imediatas. Mencionou inclusive o receio que todos têm de uma explosão no gasoduto da Gasmig, por causa das casas construídas em cima dele. André Quintão se referiu às faixas afixadas na audiência, que exigiam mais solução e menos conversa: "Incluímos a MG-020 no projeto estruturador nº 387 do Governo, com recursos assegurados até 2007. Isto não é conversa, mas uma atitude consistente para tirar a MG-020 do papel e transformá-la em realidade. A Linha Verde não pode ser apenas para o tráfego. Tem que ser uma linha da vida também".

Três lideranças comunitárias relataram os problemas da comunidade. A vereadora Ana Paschoal testemunhou durante anos a remoção de corpos de adultos e crianças atropelados na região do Ribeiro de Abreu, e disse ter esperança de que uma breve solução possa fazê-la dormir melhor. Itamar de Paula Santos, da associação do Ribeiro de Abreu, citou relatório do ano 2000 condenando a região para moradia e sugerindo a remoção. "Faz cinco anos, muito tempo até para a morosidade do Judiciário e do Executivo", reclamou.

Para Santos, a saída não é a revitalização da MG-020, mas sua municipalização, transformada em avenida com canteiro no meio para ninguém construir sobre o gasoduto da Gasmig. Jarbas Almeida, da associação denominada Ascomoramar, elevou o tom das críticas, dizendo que os moradores não aceitam transferência para Ribeirão das Neves, e que não podem ser vistos apenas como pagadores de impostos e votantes nas épocas de eleições.

Técnicos esclarecem projeto e negam que haja descaso

Cinco técnicos presentes à reunião, representantes de vários órgãos, empenharam-se em esclarecer as interferências da Linha Verde na região e as soluções que estão sendo propostas, sem autoritarismo e sem descaso por parte das administrações estadual e municipal. Marcos Jabur, do DER-MG, lembrou que o órgão fez limpeza da via, colocou defensas e melhorou a segurança. Segundo ele, a MG-020 será duplicada com duas pistas de 10,40m de largura cada, com canteiro central de três metros e calçadas laterais também com 3 metros de largura cada. O valor estimado da obra é de R$ 16 milhões e o edital de licitação será liberado em duas semanas.

Cristiane Dominique, da Seplag, resumiu um ano de trabalho da comissão constituída para tratar do assunto. Quinhentas famílias serão removidas e reassentadas, sendo 150 neste ano, 150 em 2006 e 200 em 2007. Completou que emergencialmente foram feitos recapeamento da MG-020, colocação de redutores de velocidade e sinalização para evitar atropelamentos. Márcio Brant Ribeiro, da Gasmig, falou sobre os cuidados a serem tomados em relação ao gasoduto que abastece o Distrito Industrial de Santa Luzia.

Rômulo Perilli, da Copasa, explicou a necessidade de implantar os emissários e o interceptor para colocar em funcionamento da ETE do Onça, que é a segunda maior de Minas, para tratar os esgotos de Contagem e Belo Horizonte. A empresa cogita de oferecer vários locais para a transferência das famílias que serão removidas, na divisa de Sabará com Belo Horizonte ou em Ribeirão das Neves. "Não tomaremos nenhuma decisão sem consultar as 500 famílias atingidas", assegurou.

Élcio Borges, da Urbel, disse que o órgão tem responsabilidade pelo reassentamento, e que o processo começa por um levantamento completo sobre a propriedade do terreno e os valores que lhes podem ser atribuídos. "Fizemos vários ensaios de propostas. Uma delas é de transferência de mais de cem famílias para um conjunto novo, já pronto, em Ribeirão das Neves", afirmou. Dezenas de moradores foram ao microfone de aparte para tratar de questões individuais.

Presenças: Deputada Maria Tereza Lara (PT), presidente; deputados André Quintão (PT), Célio Moreira (PL) e Dalmo Ribeiro Silva (PSDB).

 

 

 

 

 

 

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