Deputado apresenta parecer sobre emenda à PEC que trata da Uemg

O deputado Zé Maia (PSDB) apresentou em Plenário, na reunião extraordinária desta quinta-feira (23/6/05) pela manhã, ...

23/06/2005 - 00:00
 

Deputado apresenta parecer sobre emenda à PEC que trata da Uemg

O deputado Zé Maia (PSDB) apresentou em Plenário, na reunião extraordinária desta quinta-feira (23/6/05) pela manhã, parecer sobre emenda apresentada à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/03, que trata da Uemg e está na fase de votação em 1º turno. A votação, no entanto, não ocorreu, pois não havia quórum qualificado para apreciar a PEC - que, para ser aprovada, precisa do voto favorável de 48 parlamentares. Os deputados Antônio Júlio (PMDB) e Paulo Piau (PP) questionaram a proposta, que oferece às fundações educacionais de ensino superior a opção de associação ou desvinculação da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg).

O deputado Antônio Júlio disse que votará contra a PEC, afirmando que ela "enterra de vez a Uemg". Ele pediu uma análise mais aprofundada da matéria e criticou a pressa para votá-la. O parlamentar também criticou a PEC 78/04, já aprovada pelo Plenário, que condiciona a criação de cursos de Medicina, Odontologia e Psicologia à aprovação do Conselho Nacional de Educação - e não mais do Conselho Estadual de Educação (CEE). Já o deputado Paulo Piau ponderou que há casos de faculdades que querem se desvincular da Uemg, por terem vida própria, mas há outras cuja intenção é permanecer agregadas. "Quem quer ser Uemg precisa ter perspectivas", defendeu, além de convidar o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Bilac Pinto, a participar de reunião da Comissão de Educação para relatar os planos do governo para a universidade.

Emenda explicita quem deverá ser ouvidos no caso de desvinculação

A emenda nº 2, do deputado Dilzon Melo (PTB), que recebeu parecer pela rejeição, garante às fundações que fizerem a opção por se desvincularem da Uemg a permanência sob a supervisão pedagógica do CEE. O relator lembrou que tanto as fundações agregadas, quanto as que optaram por se desvincular do poder público não perdem o seu caráter estatal de criação. Além disso, informa que a Emenda à Constituição nº 55 garantiu que todas as fundações, agregadas ou não à Uemg, integram o sistema estadual de ensino e devem ser, portanto, supervisionadas pelo CEE. Essa condição, acrescenta o relator, somente poderá ser alterada se for julgada procedente uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) que questiona a vinculação ao conselho das instituições não mantidas pelo Estado ou pelo Município.

Nova emenda - O deputado Zé Maia apresentou a emenda nº 3, a fim de expressar mais claramente os segmentos que deverão ser ouvidos no caso de desvinculação de unidades da Uemg. O conceito de comunidade universitária, presente no texto original da PEC, não é universal. Por isso, a emenda nº 3 traz a previsão de consulta aos integrantes do corpo docente, discente e técnico-administrativo das fundações optantes pela desvinculação.

A PEC 66/03 acrescenta parágrafo ao artigo 199 e dispositivos ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição (ADCT). A principal mudança é determinar que as fundações agregadas à Uemg se manifestarão por uma das seguintes opções: associar-se à universidade, para o estabelecimento de cooperação mútua, mantida autonomia administrativa, financeira e patrimonial da fundação optante; ou desvincular-se da Uemg. A emenda nº 1, apresentada pela comissão especial que analisou a matéria, estabelece que essa manifestação deverá ocorrer no prazo de 180 dias da promulgação da futura Emenda.

A Uemg foi desenhada como uma instituição multicampi, que se propunha a absorver nove fundações educacionais existentes em diferentes regiões mineiras. Após 15 anos de sua criação, a universidade tem como próprios o campus da Capital (Escolas de Música, de Design, Escola Guignard e Faculdade de Educação) e uma unidade em Barbacena, uma vez que as nove fundações optantes (Campanha, Carangola, Diamantina, Divinópolis, Ituiutaba, Lavras, Passos, Patos de Minas e Varginha) permanecem como agregadas. Hoje, há cerca de 4 mil alunos nas unidades próprias (Capital e Barbacena). Há também cursos que funcionam fora da sede, em Poços de Caldas, Santa Maria do Suaçuí e Frutal. As agregadas somam cerca de 16 mil alunos.

Votação iniciada - Por falta de quórum, foi tornada sem efeito a votação, em 1º turno, de substitutivo ao PL 2.082/05, do governador, que altera lei no tocante à dispensa de precatório para pagamento, pelo Estado, de obrigações de pequeno valor. O deputado Antônio Júlio criticou o que classificou de pressão do governo para se votar a matéria.

Encerramento de discussão - Também foi encerrada a discussão, em 1º turno, dos PLs 2.263/05 e 2.290/05, ambos do governador. O primeiro altera lei que extingue o Fundo de Saneamento Ambiental das Bacias dos Ribeirões Arrudas e Onça (Prosan), o Fundo Somma, o Fundo Estadual de Saneamento Básico (Fesb) e o Fundo de Desenvolvimento Urbano (Fundeurb), além de autorizar a capitalização do BDMG. O segundo projeto autoriza o Executivo a adquirir imóvel em Brasília. Também foi encerrada a discussão, em 2º turno, do PL 1.727/04, do deputado Domingos Sávio (PSDB), que autoriza o Executivo a doar à Cohab imóvel que especifica. O encerramento da discussão ocorreu porque as proposições permaneceram na ordem do dia por seis reuniões.

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715