Técnicos da Defesa Social explicam projeto de co-gestão das penitenciárias

O subsecretário de Administração Penitenciária, Agílio Monteiro, e outros técnicos da Secretaria de Estado da Defesa ...

22/06/2005 - 00:01
 

Técnicos da Defesa Social explicam projeto de co-gestão das penitenciárias

O subsecretário de Administração Penitenciária, Agílio Monteiro, e outros técnicos da Secretaria de Estado da Defesa Social participaram, nesta quarta-feira (22/6/05), de reunião conjunta das Comissões de Administração Pública e de Segurança Pública da Assembléia Legislativa. Eles explicaram aos deputados as regras do edital para contratação de empresa que irá fazer co-gestão, com a iniciativa privada, do sistema prisional do Estado. Segundo eles, o edital foi fruto de estudo de várias áreas do governo e a experiência é um projeto piloto, que vai envolver a penitenciária do município de São Joaquim de Bicas.

A reunião foi requerida pelo deputado Antônio Júlio (PMDB), com o objetivo de obter mais informações sobre as regras do edital. Segundo ele, algumas empresas mineiras estariam se considerando alijadas do processo de licitação para participar da administração compartilhada do sistema penitenciário, em função de um critério que exige experiência anterior nessa atividade. Essa condição classificaria poucas empresas no País, que já atuam em modelos de co-gestão da administração penitenciária em outros estados.

O subsecretário Agílio Monteiro afirmou que o projeto piloto sobre a co-gestão do sistema prisional é uma alternativa à administração penitenciária do Estado que visa o melhor gerenciamento possível do setor. Monteiro explicou que é incorreto classificar a co-gestão como terceirização, uma vez que o cumprimento da pena é indelegável, conforme dita a Lei de Execuções Penais. "Na co-gestão, o Estado tem a direção-geral e a direção de segurança do presídio, que são as atividades fim, e mantém o parceiro privado com as atividades meio", explicou.

"A administração do sistema prisional é muito diferente da administração de um colégio, um hospital, um hotel. Trata-se de pessoas que estão encarceradas", continuou, lamentando a ausência de formação acadêmica específica para a direção-geral de penitenciárias, como hoje já acontece em outros setores. Ele disse que o objetivo do governo é analisar os resultados desse primeiro projeto piloto e que o edital não pretende excluir nenhuma empresa, "mas resguardar o Estado daquilo que eventualmente possa colocar em risco a administração prisional".

Segundo o ex-superintendente de Planejamento da Secretaria de Defesa Social, Wilton Secundino Alves, todas as exigências contidas no edital são resultado de um longo estudo da comissão responsável pela licitação. Ele informou que, das 15 empresas credenciadas a concorrer, sete são mineiras; e que o edital já passou pelo crivo do Poder Judiciário e do Tribunal de Contas do Estado. "O interesse do Estado é contratar uma empresa com know-how no trato com o preso. É um contrato de médio prazo e temos a obrigação de zelar pelos gastos públicos", disse.

Empresário questiona exigência de experiência

Presente à reunião, o presidente da empresa Panflor Empreendimentos, Arthur Carneiro Pena, questionou a exigência contida no edital do governo mineiro de que a empresa participante tenha experiência em gestão de sistema prisional. Ele relatou experiências em que seu grupo participou em parceria com poderes públicos de outros estados, como a administração de um hospital no Rio de Janeiro. Ainda segundo o empresário, as empresas do País que se enquadrariam na exigência do governo mineiro têm origem em uma mesma empresa, que teria se desdobrado em outras cinco ou seis.

Para o deputado Antônio Júlio, a exigência da experiência prévia seria o único senão do edital. "Ele não estaria limitando a participação de concorrência?", perguntou. Também o deputado Adalclever Lopes (PMDB) se manifestou sobre o assunto: "Se não der oportunidade às empresas mineiras, elas nunca poderão participar", disse. Em resposta às considerações, o responsável pela Assessoria Técnica da Subsecretaria de Administração Penitenciária, Gustavo Nassif, disse que o edital é baseado em critérios essencialmente técnicos.

Fiscalização - Questionado pelo deputado Sargento Rodrigues (PDT) sobre o que exatamente será administrado pelo setor privado, o assessor da Subsecretaria de Administração Penitenciária, Márcio José Scarpone, explicou que serão os serviços técnicos e assistenciais. A segurança externa ficará a cargo do Estado; e a interna, da iniciativa privada, mas com a supervisão e fiscalização do governo. "O projeto prevê o número de profissionais que serão contratados e suas atribuições", disse.

No início da reunião, o deputado Zé Maia (PSDB), presidente da Comissão de Segurança Pública, fez um breve relato sobre a visita da comissão à Penitenciária Pio Canedo, em Pará de Minas.

Presenças - Deputados Zé Maia (PSDB), presidente da Comissão de Segurança Pública, Sargento Rodrigues (PDT), que presidiu parte da reunião, Antônio Júlio (PMDB), Weliton Prado (PT) e Adalclever Lopes (PMDB).

 

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