Ex-presidentes da ALMG recebem homenagem
Uma Reunião Especial no Plenário da Assembléia
Legislativa realizada nesta terça-feira (21/6/05) marcou os 170 anos
do Parlamento estadual. A reunião homenageou os ex-presidentes da
Casa e reuniu autoridades, parentes de ex-deputados e servidores do
Legislativo. Compareceram 11 ex-presidentes: Bonifácio Andrada,
Homero Santos, Expedito Tavares, Antônio Dias, João Navarro, José
Santana, Genésio Bernardino, Kemil Kumaira, Romeu Queiroz, Agostinho
Patrús e Antônio Júlio, além do atual presidente, Mauri Torres
(PSDB).
Foi o presidente Mauri Torres quem traçou um painel
da atuação do Legislativo mineiro desde a sua instalação, em 31 de
janeiro de 1835. Na Assembléia Provincial, os deputados eram ligados
à elite agrária e os eleitores eram homens com renda. As comissões,
além de discutir assuntos como infra-estrutura viária e instrução
pública, também se ocupavam de legislar sobre catequização de índios
e negócios eclesiásticos, pois não havia separação entre Estado e
igreja no Brasil do século XIX.
No século XXI, a Assembléia se abre para a
representação de todos os segmentos da sociedade, na avaliação do
presidente. "Os presidentes desta Casa representaram momentos
importantes na conquista da democracia participativa e foram agentes
decisivos na progressiva abertura da sociedade civil e na construção
da cultura democrática. Nossa perspectiva atual é de compromisso com
essa bela história e de permanência da Assembléia em perfeita
sintonia com os mais legítimos anseios da sociedade", assinalou o
presidente Mauri Torres.
Tempos difíceis na ditadura
Um dos oradores da reunião, o ex-presidente
Bonifácio Andrada (1966), relembrou fatos marcantes de sua gestão: a
criação do serviço de segurança em substituição à guarda civil, a
reformulação da estrutura administrativa da Casa e o acolhimento de
um grupo de estudantes perseguido pela polícia da ditadura militar.
Ele foi chamado a dar satisfação de sua decisão de barrar a entrada
de policiais na Assembléia e não deu o braço a torcer. "Se a
Assembléia existe, tem que estar de portas abertas a todos os
segmentos da população", conta Andrada, hoje deputado federal pelo
PSDB.
Quem também relembrou os duros tempos da ditadura
foi o outro orador da reunião, o ex-presidente Genésio Bernardino
(1983-84). "Precisávamos de muita cautela e coragem. Milhares de
políticos, estudantes, trabalhadores, religiosos e empresários
tiveram seus direitos políticos cassados nessa época. A Casa foi
cercada diversas vezes por militares porque aqui escondíamos
lideranças políticas", relembra. Bernardino também recordou o
gradativo processo de distensão do regime que culminou com a eleição
indireta de Tancredo Neves para a presidência da República e a
consolidação da democracia no País. "Hoje podemos expor nossas
idéias e respeitar as idéias contrárias", diz o ex-deputado do PMDB,
que teve a idéia de dar o nome de Juscelino Kubitschek ao Plenário
da ALMG.
Cada um dos ex-presidentes recebeu de presente uma
edição especial da Constituição mineira. A reunião também serviu
para homenagear os ex-presidentes que já faleceram e também a
administração da Casa, na pessoa do diretor-geral João Franco. Antes
da cerimônia, recebeu homenagem a funcionária aposentada Maria da
Conceição Ribeiro de Freitas, mais conhecida como Dona Mariinha,
secretária da Presidência por quatro décadas. Ao final da reunião,
Marcos Viana e Paula Fernandes cantaram "Terra de Minas", "Órfãos do
Paraíso" e "Ave-Maria da Natureza", três canções do compositor
mineiro.
Presenças - Além dos
ex-presidentes, a mesa de trabalhos foi composta pelas seguintes
autoridades: o desembargador Orlando Carvalho; o vice-prefeito de
Belo Horizonte, Ronaldo Vasconcellos; a vereadora Elaine Matosinhos;
e o presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Eduardo
Carone.
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